Greve bancária chega a afetar oito de nove agências locais





A paralisação dos bancários afeta oito de nove agências no município há 20 dias. Os trabalhadores da classe pedem reajuste salarial de 16%.

Na sexta-feira, 23, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ofereceu proposta de 10% além de outros benefícios. O índice de reajuste proposto, até o fechamento desta edição, estava sendo discutido pela Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), entidade representante da categoria. Ainda não havia, até as 18h, uma decisão sobre o fim da greve.

O comando grevista iniciou a paralisação no dia 6, reivindicando reajuste salarial de 16%, com piso de R$ 3.299,66, e participação nos lucros e resultados de três salários mais R$ 7.246,82.

A categoria também reivindica vales-alimentação, refeição, 13a cesta e auxílio-creche/babá de R$ 788 cada, além de pagamento para graduação e pós, com melhorias nas condições de trabalho e segurança.

A greve bancária afeta quase a totalidade das agências locais. Entre as que atuam na cidade, apenas o Bradesco mantinha-se aberto. Na porta das agências do Itaú e HSBC, as sindicalistas Daiane Fátima de Almeida e Any Shirley Soares orientavam clientes e apoiavam o movimento da categoria.

Daiane, que trabalha há cinco anos como bancária e participa da segunda paralisação dela, afirma que, embora a categoria reivindique o reajuste salarial de 16%, a classe pode aceitar a reposição da inflação, estimada em 9,8%.

“Estamos na porta das agências desde o dia 8, por exigência destas, para garantir o não funcionamento. Sem a nossa presença, não há apoio ao movimento, e eles podem abrir”, disse ela.

Embora admita que a paralisação afeta a população, as sindicalistas afirmam que não há outra forma de solucionar o impasse.

“Estávamos em negociação desde o mês de setembro, e recebemos quatro propostas, que não cobriam sequer a inflação. Infelizmente, a greve acaba afetando a população, principalmente os que mais precisam e os que menos entendem de autoatendimento, mas sabemos que os bancos têm interesse em solucionar e reabrir, pois também não podem deixar de receber clientes”, disse ela.

Segundo a Contraf, mais de 12 mil das 22.975 agências instaladas no país ficaram fechadas. De acordo com a Fenaban, clientes podem fazer saques, transferências e outras operações por canais alternativos de atendimento, como caixas eletrônicos, internet banking, aplicativos no celular, telefone, além de casas lotéricas, agências dos correios, redes de supermercados e outros estabelecimentos credenciados.