Gonzaga será deputado de SP pela 3ª vez

Gonzaga assume cadeira na Alesp em janeiro (foto: Diléa Silva)

O ex-prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo, atual secretário do Governo na administração da prefeita Maria José Vieira de Camargo, deve assumir o cargo de deputado estadual na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) no primeiro trimestre de 2019.

Gonzaga é o primeiro suplente do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) no mandato 2015/2018 e, conforme informou ao jornal O Progresso nesta segunda-feira, 12, ele assumirá a cadeira da atual deputada estadual Célia Leão (PSDB).

A tucana será secretária da Pessoa com Deficiência na administração estadual a partir de 2019 e, portanto, vai se afastar no primeiro dia do ano, para poder assumir a pasta.

A deputada teria de cumprir o mandato até o dia 15 de março, quando tomam posse os eleitos de outubro de 2018. Com o afastamento dela para ser secretária a partir do dia 1o de janeiro, o ex-prefeito tatuiano assumirá o mandato e representará a região na Alesp nos três primeiros meses do ano.

“Vou estar lá na Assembleia até o dia 15 de março, quando assumem os novos deputados”, assegurou Gonzaga.

Esse será o terceiro mandato do ex-prefeito na Assembleia Legislativa do Estado. Gonzaga alcançou a função por dois mandatos, entre os anos de 1998 e 2004. Deixou o cargo para assumir como prefeito de Tatuí em 2005.

O político disputou as eleições para deputado estadual em 2014, obtendo 57.562 votos, sendo 30.135 votos em Tatuí. A posse será na sala do presidente da Alesp, dia 2 de janeiro, com efeito retroativo a 1º de janeiro.

Gonzaga ressaltou que, devido ao pouco tempo de mandato, enfrentará uma “corrida contra o tempo para poder apresentar as demandas do município e da região na Assembleia”, mas assegura que deve buscar investimentos do governo do Estado.

“Temos um tempo regimental para a apreciação de projetos que é obrigatório e necessário respeitar, mas, neste tempo na Assembleia, quero ter oportunidade de buscar novos recursos e reiterar os pedidos que já fizemos e que estão represados”, comentou o político.

Entre as principais demandas do município, Gonzaga citou dois pedidos referentes à área de saúde, que seriam metas para os três meses de mandato. O primeiro é o restabelecimento do convênio com o programa “Santa Casa Sustentável”.

“Em razão das irregularidades que aconteceram, o convênio deixou de ser pago, e isso tem feito muita falta na gestão financeira da entidade. Quero lutar para restabelecer a parceria com o programa no prazo mais curto possível”, garantiu.

A outra reivindicação é referente ao andamento das tratativas para a instalação de um AME (Ambulatório de Especialidades Médicas) em Tatuí.

“Quando o governador eleito (João Doria) esteve em Tatuí, no período da campanha, ele reiterou a possibilidade de a cidade ter um AME, por ter mais de 100 mil habitantes. Vou buscar isso para o nosso município, e, se conseguirmos, será um ganho muito grande no atendimento da Saúde”, comentou.

Gonzaga ressaltou que levantará essas duas “bandeiras” durante a gestão e afirmou que, se não conseguir durante os três meses, poderá deixá-las encaminhadas junto ao governador de São Paulo.

“Sabemos que o governador vai iniciar o mandato dele e terá muitos problemas comuns de início de gestão, mas vou trabalhar neste sentido. Seriam, aí, duas prioridades que o município tem atualmente”, salientou.

“Será uma corrida contra o relógio para fazer tudo isso em três meses, mas gosto muito de grandes desafios, e acho, se eu conseguir viabilizar aqui em Tatuí essas duas demandas, já ficarei extremamente feliz”, acrescentou.

Além da área de saúde, o ex-prefeito projeta dar andamento, com o deputado federal Samuel Moreira, nas negociações para a implantação de uma nova entrada para a cidade. Segundo ele, este pleito está parado na Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo).

“Quero retomar essas negociações logo no primeiro dia da minha gestão como deputado. Talvez, tenhamos dificuldades no início, porque a Artesp, com certeza, vai mudar a sua direção. Mas, vamos ter que tratar com os novos dirigentes uma solução para a entrada da cidade, que atualmente é muito precária”, declarou Gonzaga.

Conforme o ex-prefeito, a nova entrada é uma “luta” que já estava em tratativas, a pedido da prefeita Maria José Vieira de Camargo.

“Temos um anel viário pronto para receber os motoristas que vêm da rodovia Castello Branco e de outras localidades pela SP-127 em direção a Tatuí. Então, é de extrema importância que a gente consiga uma nova entrada por este anel viário para melhorar o fluxo de veículos”, acentuou.

O político ainda assegurou que pretende trabalhar para viabilizar um pedido da prefeita, já feito no ano passado, para a construção de uma escola de segundo grau no bairro Pacaembu.

A unidade iria atender a moradores de toda a região, assim como os alunos do segundo grau do Jardim Santa Rita de Cássia e do Tanquinho, os quais, atualmente, têm que vir para o centro da cidade para estudar.

“Queremos tornar realidade este pedido. Inclusive, já havíamos feito a terraplanagem do terreno para abrigar esta escola e, por questões eleitorais, o processo acabou paralisado. Então, este é um pedido que quero retomar já nos primeiros dias do ano também”, pontuou.

Para Gonzaga, o início do novo mandato promete ser de muito trabalho, já que o governador eleito João Doria deve fazer mudanças na administração do Estado.

“Acredito que ele deve diminuir secretarias, fazer algumas mudanças, e muitas delas têm que passar pela Assembleia, o que pode aumentar o fluxo de trabalho na casa de leis”, observou.

De acordo com o ex-prefeito, por conta da demanda, o recesso parlamentar deve ser interrompido para que o governador tenha os projetos de início de gestão aprovados pela Assembleia.

“É uma agenda que vai tomar muito espaço do nosso tempo, mas estamos animados. Vamos ver o que a gente consegue”, comentou.

Questionado sobre pendências judiciais, Gonzaga reforçou não existir nenhum impedimento legal para que ele assuma o cargo no Legislativo, já que o registro para a gestão que se encerra no dia 15 de março foi validado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na ocasião.

“Não há nenhum impedimento legal para que eu exerça meu mandato. Mesmo porque, o artigo 5o da Constituição reza que ninguém pode ser penalizado sem o trânsito em julgado, e o caso do meu processo ainda está suspenso no Tribunal de Justiça, em São Paulo. Ele está sobrestado”, concluiu.