Fatec local encerra simpósio e abre unidade aos estudantes da cidade





David Bonis

Professores Lucas Manegueti, Luana Muzille e Ricardo de Almeida, ao lado do robô dançante

 

Aconteceu na quinta-feira, 2, na Faculdade de Tecnologia “Professor Wilson Roberto Ribeiro de Camargo”, o evento “Fatec Aberta”. O objetivo era abrir a unidade a pessoas que não fazem parte do corpo discente e docente da instituição, sobretudo aos alunos de ensino fundamental e médio de escolas públicas.

Cerca de 2.000 estudantes visitaram a faculdade, localizada na rodovia Mário Batista Mori, 971, no Jardim Aeroporto, durante o evento, etapa de encerramento do “IX Simpósio de Ciência e Tecnologia”.

Com foco no tema “Educação e Inovação Tecnológica”, o ciclo de palestras foi aberto na segunda-feira, 29. Durante os três dias iniciais, ocorreram 11 palestras de diferentes convidados ligados ao meio acadêmico ou ao mercado.

Nesse período inicial, o público pôde acompanhar as discussões e ver os resultados obtidos por alunos da Fatec, que expuseram trabalhos no saguão principal do prédio dois da unidade.

No dia da abertura do simpósio, por exemplo, havia 31 banners expondo pesquisas de alunos dos cinco cursos da unidade (manutenção industrial, tecnologia da informação, automação industrial, gestão empresarial e produção fonográfica).

O número de projetos expostos cresceu no último dia do evento, quinta-feira, durante a “Fatec Aberta”. Quem visitou a unidade pôde acompanhar a conclusão de 73 trabalhos expostos em banners espalhados pela faculdade.

Segundo o vice-diretor da unidade, professor doutor Anderson Luiz de Souza, cerca de quatro alunos estiveram envolvidos na confecção de cada trabalho.

Durante a “Fatec Aberta”, pouco mais de 1.300 alunos, de oito escolas públicas locais, passaram pela unidade entre 8h30 e 11h. Também houve visitação à tarde e à noite, que contabilizou pouco mais de 2.000 visitantes.

Ao descer dos ônibus, disponibilizados pela Secretaria Municipal da Educação, Turismo e Cultura, os estudantes das escolas públicas eram direcionados ao anfiteatro da Fatec para receberem informações acerca dos cursos oferecidos na instituição e noções sobre o mercado de trabalho. A partir de então, ficavam livres para visitar o restante da estrutura da unidade.

Além de poderem acompanhar as pesquisas de alunos por meio dos banners espalhados pela instituição, os estudantes visitaram salas de aula e laboratórios, também utilizados como palco para expor projetos dos estudantes de diversos cursos e períodos da instituição.

Dez salas e nove laboratórios foram usados para essa finalidade. A ideia era que os próprios alunos da Fatec apresentassem suas pesquisas ao público.

No laboratório usado para o curso de automoção industrial, por exemplo, os visitantes acompanharam a exposição de duas pesquisas.

A primeira era dos alunos do sexto semestre da área de automação. Eles desenvolveram uma planta industrial controlada por computador, via internet sem fio. O projeto simula máquinas de uma linha de produção, controladas por “laptop”.

À frente, no mesmo laboratório, os visitantes tiveram uma surpresa. Uma pane foi simulada em uma máquina similar a um braço industrial – normalmente usada em linhas de produção de empresas automobilísticas.

A luz apagava, uma sirene tocava para, de repente, a maquina “dançar” ao som de música eletrônica. A ideia foi de Ricardo Augusto de Almeida, mestre na área de automação para processos químicos e professor nos cursos de manutenção e automação industrial e da área de tecnologia da informação.

A proposta uniu docentes de diferentes cursos. A estrutura dos movimentos – feitos por códigos de programação – realizados pelo robô ficou por conta de Almeida, mas a escolha da música e da coreografia ficou a cargo dos professores do curso de produção fonográfica Luana Muzille, da disciplina de produção de eventos, e do professor mestre Lucas Menegueti.

“De pose em pose, nós fomos criando os movimentos. Medimos o ritmo da música para ver quantas sílabas tinha, em qual tempo. Fizemos vários ajustes. E a Luana nos ajudou com essas poses que o robô faria”, explicou Menegueti.

“Nós estamos brincando com esse equipamento, mas os alunos de ambas as disciplinas envolvidas no projeto estão aprendendo muita coisa”, completa.

O desafio da “Fatec Aberta” é a troca de experiências entre os alunos da própria faculdade e o público que visita a entidade.

“Tentamos, a todo o momento, unir o máximo de pessoas. Compomos tudo isso com os alunos de produção fonográfica e automação”, explica Luana Muzille.

Na parte superior do segundo prédio da Fatec, alunos expuseram mais trabalhos. Em um deles, estudantes do 5o semestre do curso noturno de manutenção industrial mostraram projeto para a matéria de “mecânica de fluídos”.

Eles construíram a réplica de um braço de retroescavadeira, usando materiais acessíveis, como uma lata de alumínio, canos de PVC, seringas e parafusos. O protótipo faz os mesmos movimentos que o braço da escavadeira.

Os alunos inseriram água dentro de seringas, que, ao serem pressionadas, transferem o líquido para outra unidade, obrigando o protótipo do braço a se movimentar.

Além de trabalhos de alunos da Fatec de Tatuí, havia protótipos de ex-estudantes da unidade. Em um deles, ex-alunos do curso de automação industrial expuseram um projeto que nasceu durante a graduação.

A proposta controla o sistema de segurança de uma casa, usando celulares, tablets e laptops. A ideia é, por exemplo, acender e apagar as luzes de uma casa pelo computador, ligar e desligar tomadas e até monitorar câmeras de vigilância usando softwares já existentes no mercado.

Trabalhos de alunos da Etec (Escola Técnica Estadual) “Sales Gomes” também foram expostos. Foi a primeira parceria entre a Fatec local com a Etec, que abrirá as portas à comunidade nos próximos dias 6, 7 e 8.

Ao todo, 250 alunos da unidade, que tem 2.000 matriculados, participaram da organização da “Fatec Aberta”. Desse total, cerca de 250 expuseram trabalhos e cem atuaram como monitores. Eles usavam camisetas de identificação e até cartões de ponto para marcar presença.

Ao final do simpósio, que culminou na “Fatec Aberta”, a avaliação da administração da unidade é de que o evento foi um sucesso.

“Foi muito positivo. Atendeu às nossas expectativas porque mobilizou a comunidade interna da faculdade e houve participação do público externo”, sintetiza o vice-diretor.