Fatalidades no trânsito seguem em queda

DMU atua na manutenção da sinalização do trânsito (Foto: Divulgação)
Da reportagem

Entre janeiro e dezembro de 2020, o número de fatalidades no trânsito tatuiano apresentou queda. Os dados foram divulgados na terça-feira, 19, pelo Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito no Estado de São Paulo).

De acordo com as estatísticas do programa “Respeito à Vida”, as mortes no trânsito caíram 13,63% nos 12 meses, em comparação ao mesmo período de 2019, passando de 22 para 19 óbitos, enquanto os acidentes fatais baixaram de 21 para 18 (menos 14,28%).

O número é menor desde 2016, quando o município também havia registrado 19 mortes em 12 meses. Em 2018, 24 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito e, em 2017 – pior da série histórica –, 29 óbitos foram registrados em um ano.

As mortes contabilizam vítimas que se envolveram em ocorrências tanto no perímetro urbano (dentro do município) como nas rodovias, que estão fora da zona urbana, mas no limite territorial.

O Infosiga SP mostra que as mortes em rodovias subiram. No ano passado, o índice de fatalidades nas estradas representou 78,95% do total de óbitos, contra 21,05% dentro do perímetro urbano.

Em 2019, as rodovias envolveram 40,91% das mortes e as vias municipais, 45,45%. Outros 13,64% ocorreram em locais não especificados, conforme o relatório da base de dados do órgão estadual.

Para o diretor de estratégia da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade Urbana, José Roberto Xavier da Silva, o trabalho realizado pelo Departamento de Trânsito e Mobilidade Urbana em campanhas educativas contribuiu para a redução dos números.

“No começo do ano, os agentes fizeram um trabalho muito bom, entre as escolas, empresas e estabelecimentos comerciais, levando orientações sobre a educação no trânsito. Esse trabalho foi primordial. Além disso, a equipe de sinalização também fez um belo trabalho nos últimos anos”, avaliou.

Outro fato apontado pelo diretor como determinante para a queda das fatalidades de trânsito foi a quarentena – medida de isolamento social determinada pelo estado para conter a disseminação do coronavírus.

“Devido à quarentena, de abril até setembro mais ou menos, havia menos carros nas ruas da cidade e também nas rodovias, o que, com certeza, também contribuiu para a redução dos acidentes e das fatalidades de trânsito”, observou Silva.

Segundo o Infosiga, nos dois anos, morreram mais homens que mulheres. Em 2020, entre janeiro e dezembro, 17 homens perderam a vida no trânsito, representando 89,47%. As mulheres representam 10,53%, com duas vítimas fatais.

Das 22 pessoas falecidas em 2019 em decorrência de acidentes envolvendo veículos leves, motocicletas, ônibus, caminhões e atropelamentos, três eram mulheres (13,64%) e outras 19, homens (86,36%).

Quanto à idade das vítimas, nos dois anos, entre janeiro e dezembro, os indicadores do Infosiga apontam predominância entre os mais jovens. Em 2020, a maior incidência aconteceu entre pessoas na faixa de 25 a 29 anos e na de 40 a 44, com três falecimentos em cada.

Em seguida, aparecem as faixas de 18 a 24 anos, 45 a 49, 50 a 54 e 60 a 64, com dois óbitos cada, além de dois óbitos com idades não definidas e ainda: 30 a 34 (um), 35 a 39 (um), 70 a 74 (um).

Nos 12 meses de 2019, o Infosiga registrou sete mortes de pessoas com idade entre 18 e 24 anos. Os demais acidentes vitimaram pessoas entre 25 e 29 anos (três mortes), 35 e 39 (duas), 40 e 44 (duas), 30 e 34 (uma), 45 e 49 (uma), 50 e 54 (uma), 60 e 64 (uma), 65 a 69 (uma), 70 e 74 (uma) e não identificada (uma).

Entre os modais, o considerado mais perigoso continua sendo a motocicleta. Conforme o Infosiga, oito das 19 pessoas que perderam a vida no ano passado envolveram-se em acidentes com motocicleta (42,10%).

Outras quatro ocorrências em 2020 vitimaram pedestres (21,05%). Seis vítimas eram ocupantes de automóveis (31,57%) e uma era condutor de caminhão (5,26%).

Em 2019, dez motociclistas morreram em decorrência de acidentes – o que representa 45,45% das mortes. Os outros 22,72% envolveram automóveis (cinco), pedestres (três, 13,63%), outros não identificados (três, 13,63%) e caminhão (um, 4,54%).

As colisões vitimaram mais pessoas nos dois anos, com nove óbitos de janeiro a dezembro de 2020 e nove no mesmo período de 2019. O número de mortes por atropelamento aparece em seguida, com quatro em 2020 e seis em 2019.

As mortes por choque (ocasião na qual um dos veículos ou objeto atingido não está em movimento) registrou três casos no ano passado e quatro em 2019.

Já os óbitos provocados por “outros tipos” de acidentes (capotamento, tombamento e quedas) ou causas não identificadas em boletins de ocorrências registraram três mortes em 2020 e três em 2019.

Os condutores representam 63,16% das mortes no ano passado (12), contra 54,55% em 2019 (12). Em seguida, aparecem os pedestres, com 21,05% dos óbitos em 2020 (4) e 22,73% em 2019 (5), e os passageiros, com 10,53% das fatalidades no ano passado (2) e 4,55% em 2019 (1). As vítimas não definidas representam 5,26% em 2020 (1), contra 18,18% em 2019 (4).

No mês de dezembro, o mais recente divulgado pelo órgão estadual, as estatísticas foram equivalentes, com três óbitos em 2020 e outros três em 2019, sendo quatro mortes em rodovias (três em 2020 e uma em 2019), uma em via municipal (2019) e outra em local não especificado (2019).

Os índices do Infosiga também mostram redução de 11,21% nos acidentes não fatais entre janeiro e dezembro de 2020, com relação ao mesmo período de 2019, caindo de 838 para 744 ocorrências.

Neste ano, a maioria dos casos não fatais foi registrada nas tardes de segunda-feira (52 casos) e noites de sexta-feira (49). Quase metade dos acidentes refere-se a colisões (319 casos, 42,87%), sendo que 83,33% das ocorrências não fatais foram dentro do perímetro urbano.

Os números do Infosiga são atualizados mensalmente pela Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros. As corporações somam informações do SioPM (Sistema de Informações Operacionais da PM), que reúne dados de acionamento de viaturas para atendimento.

“Nossos números estão sendo reduzidos a cada ano, o que mostra que temos feito um bom trabalho e, agora, com o coronel Miguel (Ângelo de Campos), tenho certeza de que vamos conseguir números ainda melhores”, concluiu o diretor.

Os registros tatuianos seguem tendência estadual. No estado de São Paulo, também houve queda nas fatalidades. Segundo os novos dados do Infosiga, as estatísticas de 2020 somam o menor índice de acidentes fatais desde o início da série histórica, em 2015.

Houve 5.023 óbitos causados por acidentes em 2020, índice 7,6% menor na comparação com 2019 (5.439) e 22,3% menor do que o registrado há cinco anos. Pedestres formam o grupo com maior redução desde 2015.

Foram 1.108 fatalidades com pedestres em 2020, o que representa redução de 20,6% na comparação com o ano anterior (1.395 óbitos) e de 36,3% em relação a 2015 (1.740).

Em 2020, foram registrados 413 óbitos de ciclistas, aumento de 2,5% em comparação a 2019 (403 fatalidades) e de 37,2% em relação a 2015 (301).

Em contrapartida, os motociclistas lideram as estatísticas de fatalidade, com 1.899 ocorrências, uma redução de 1,1% na comparação com o ano anterior (1.921 óbitos) e de 0,2% em relação a 2015 (1.902).

Ocupantes de automóveis estão em segundo lugar, com 1.242 fatalidades no mês e indicando redução de 10,4% na comparação com 2019 (1.386 vítimas) e 22,4% em relação a 2015 (1.599).

Das 16 regiões administrativas do estado, 11 apresentaram redução nos índices na comparação com 2019, com destaque para as regiões de Presidente Prudente (menos 30%) e São José do Rio Preto (menos 22%). Outras cinco tiveram aumento nas fatalidades.

Entre janeiro e dezembro de 2020, foram registrados, ainda, 170.292 acidentes com vítimas, redução de 9,3% na comparação com o mesmo período de 2019 (187.758 acidentes).

A maioria das ocorrências (49,5%) fatais ocorre em vias municipais e 44%, em rodovias. Em 6,5% dos casos, não foi possível identificar com precisão a jurisdição da via.

Em 2020, jovens com idade entre 18 e 34 anos corresponderam a 36% das vítimas de trânsito. A maioria é homem (83%) e condutor do veículo (61%). Mais da metade (51%) das vítimas faleceu nos hospitais. Em 78% das ocorrências, o óbito ocorreu no mesmo dia do acidente.

As ocorrências estão concentradas no período noturno (57%) e nos finais de semana (44%). O principal tipo de acidente é a colisão entre veículos (38% do total), seguido pelos atropelamentos (23%) e choque contra objetos fixos (19%).