Fabricante de carretas é a 1ª a ocupar o novo distrito industrial





Cristiano Mota

Políticos locais, presidente da empresa, prefeito e deputado participaram de coletiva para divulgar planos

 

Considerada uma das maiores fabricantes de implementos rodoviários da América do Sul, a Noma do Brasil Ltda. é a primeira empresa a ocupar o novo distrito industrial do município.

A expectativa é de que ganhe um “vizinho” ainda neste ano. O Executivo projeta levar para a região a chinesa Zoomlion.

O espaço destinado às indústrias está regulamentado pela lei de uso e ocupação de solo. Também deve ganhar uma marginal, a cargo da Prefeitura.

Entretanto, essa obra deve ser realizada após a transferência do prédio do SAU (serviço de atendimento ao usuário) mantido pela CCR SPVias na altura do quilômetro 116 da rodovia Antonio Romano Schincariol (SP-127).

O prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, prevê a instalação de novos empreendimentos na região. Em entrevista, ele afirmou que a construção da Noma enfatiza a previsão de que o espaço tem potencial para abrigar novas indústrias.

“Essa é uma data muito importante para o município. Ela inaugura, hoje, o novo distrito industrial e o nosso polo”, declarou.

Manu afirmou que “o projeto da empresa só se concretizou por conta do empenho da atual administração”. Conforme ele, quando a Noma assinou o protocolo, tinha apenas direitos previstos na lei de incentivos do município, o Pró-Tatuí.

“Não havia nada, ainda, de concreto. Inclusive, a Artesp (Agência Reguladora de Transportes) do Estado de São Paulo e a CCR SPVias não sabiam que precisariam auxiliar com as obras viárias para acesso”, declarou.

De acordo com o prefeito, a partir de novas reuniões, a Secretaria Municipal de Fazenda, Finanças e Planejamento fez “correções” nos compromissos assumidos pela Prefeitura com a empresa. “Ou seja, nós melhoramos o protocolo de intenções que havia sido firmado anteriormente”, disse.

Manu afirmou que a Prefeitura “trabalhou duro” para a construção da fábrica porque ela vai representar mais receitas (por meio de arrecadação de impostos) e empregos.

“A Noma também tem interesse em fazer bons negócios, e nós conseguimos proporcionar isso para ela e para a cidade”, afirmou.

Para que o empreendimento tenha sequência, o prefeito disse que será necessária a construção de uma marginal de desaceleração (via paralela à SP-127).

A obra está prevista para começar neste mês, com o deslocamento do SAU e da torre de transmissão do prédio. Só então a marginal será construída.

O trabalho para a mudança do serviço deve ser concluído no prazo de seis meses.

“No máximo, até o final do ano, isso será terminado. Já a avenida, por conta do município, deve iniciar muito provavelmente em breve”, afirmou.

As obras viárias demandaram esforço político e empenho da direção da indústria paranaense. O presidente da empresa, Marcos Mitsuo Noma, disse que elas são essenciais tanto para garantir a segurança dos usuários como para escoamento da produção.

“Como indústria, teremos um movimento muito grande de caminhões carregando e descarregando. Nós, que fabricamos carretas, precisaremos fazer expedição, e temos como prerrogativa acidente zero. Por isso, tínhamos que obter acesso e uma avenida para evitar transtornos”, declarou Noma.

As negociações envolveram o governo do Estado e os demais órgãos. “É um trabalho imenso, que não aparece para a população, mas, se não for feito, não se consegue fazer a implantação de uma empresa desse porte”, comentou.

A Noma teve financiamento via CEF (Caixa Econômica Federal) em outubro de 2014 e construiu, em fevereiro deste ano, um “barraco de obras”.

Por meio dele, vai criar um canteiro de obras que deverá ser utilizado para a implantação das duas outras fases. A etapa inicial deve ser concluída em 2017.

“Esse espaço será permanente, uma vez que ele tende a dar continuidade na ampliação da planta. Estamos fazendo algo para, pelo menos, os próximos cinco anos”, falou.

Os planos são de ocupar a área de 314 mil metros quadrados com construções em seis áreas. Cada uma com pavilhões separados. Na primeira fase, serão 16 mil metros de área construída, incluindo estacionamento para funcionários, vestiário, restaurante, escritórios e pátios para estoque e para manobras.

O projeto de construção é considerado bastante complexo, envolvendo profissionais da equipe de Tatuí e arquitetos e engenheiros de escritórios particulares.

O diretor industrial da Noma, Paulo Shiozaki, estima que a empresa possa gerar 450 empregos na fase de “operação plena”. “Depois, nas expansões, vamos ter aumento de funcionários, fora os contratados indiretamente”, comentou.

Com o passar dos anos, a unidade de Tatuí deve superar em produção a de Sarandi, no Estado do Paraná. Pelo menos essa é a expectativa do presidente.

Noma disse que boa parte da linha de carretas produzidas lá será trazida para Tatuí. O motivo é que a unidade do Paraná está “no limite da capacidade”.

“No tempo, o volume maior de produção vai ser feito em Tatuí, e eu não estou querendo desmerecer a nossa cidade natal. É que, pela logística, Tatuí tem vantagem na distribuição”, comentou Noma.

Conforme ele, a unidade de Sarandi será mantida pela empresa, mas funcionará como fornecedora de peças.