Espetáculo propõe debate sobre o uso de água e descarte

 

O uso consciente da água e o descarte incorreto de lixo compõem o tema principal de espetáculo de teatro infantil interativo a ser apresentado em Tatuí entre esta segunda-feira, 7, e a quarta-feira, 9. A peça “A Água Que Fugiu do Lago” é resultado de projeto desenvolvido pela Cia. Arueiras do Brasil.

Com texto de Edivaldo Costa, o espetáculo conta com músicas de Arlete Ramello. O enredo gira em torno de um lago de água pura e cristalina que a Mãe Natureza fez brotar da terra. Em pouco tempo, o lago começa a ser povoado. Recebe os primeiros moradores: patinhos, sapinhos, garças e outros bichos.

Todos eles viveram em prefeita harmonia, até ouvirem um barulho muito estranho. Era o ronco do motor de um carro que trazia uma família para um piquenique. Percebendo a chegada dos intrusos, os bichos se esconderam. Retornaram para o lago depois que a família foi embora, deixando para trás todo lixo jogado.

Nas semanas seguintes, os bichos viram o local ser ocupado por mais e mais pessoas. Todas iam sempre aos finais de semana e, quando deixavam o lago, abandonavam lixo. Os restos ficavam sempre à beira da água, causando poluição.

Farta da situação, a água do lago que estava sufocando com tanto lixo, pediu ajuda a um sapo-cururu. Ela queria fugir dali para um lugar bem mais seguro. O sapo convocou todos os bichos para ajudarem e, na calada da noite, a água escapou. Ela escorreu, bem devagarzinho, de um lugar para outro.

Quando a família que havia estado no local primeiro voltou, encontrou no lugar do lago apenas o lixo jogado. Para fazer com que eles entendessem a razão do esvaziamento, a Mãe Natureza permitiu que os humanos conseguissem compreender, mesmo que por alguns instantes, a língua dos bichos.

A garça, então, aproximou-se para explicar o motivo da água ter fugido. Ela disse ao humano que ela só voltaria se todo o lixo do local fosse recolhido.

Percebendo o mal que causou ao meio ambiente, a família resolveu limpar o lago. Eles implantaram a coleta seletiva e ensinaram a todos a importância da reciclagem.

Quando tudo ficou limpo, a água cumpriu com o prometido e voltou. Ela trouxe de volta, com ela, os sapinhos, os patinhos, enchendo de vida o ambiente.

Daquele dia em diante, todas as pessoas que frequentaram o lago passaram a cuidar muito bem daquele lugar. Elas perceberam que o homem e a natureza podem viver em perfeita harmonia, ao descobrir que sem água não há vida.

Viabilizado por meio do ProAC (Programa de Ação Cultural), da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo), o espetáculo de teatro infantil tem patrocínio da Coop (Cooperativa de Consumo). Ele também recebe apoio da Triacanto. As primeiras apresentações aconteceram em São José dos Campos e Sorocaba.

Em Tatuí, a peça será encenada numa das unidades da Coop. Esta é a primeira vez que o grupo faz itinerância no interior. No município, as apresentações acontecem nesta segunda-feira, 7, terça-feira, 8, e quarta-feira, 9, com apoio da Prefeitura. De Tatuí, a companhia levará a peça para Piracicaba.

A Água Que Fugiu do Lago estreou em 2009 no Sesc (Serviço Social do Comércio), de Pinheiros. De lá, percorreu a capital, seguindo para o interior de São Paulo e para os estados de Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo e Tocantins. Nas contas do grupo, mais de 200 mil crianças assistiram a peça até o momento.

Fundada em 1991, a Cia. Teatral Arueiras do Brasil é anunciada como uma das primeiras a trabalhar com o conceito de “teatro educação”, levando projeto para as escolas. O grupo já realizou ações em, aproximadamente, 90 cidades do país.

Por meio de seus espetáculos, propõe discussão sobre preconceito, sexualidade, inclusão social e educação ambiental. Tem 16 textos infantis e seis adultos.