Delegado afirma que investigações sobre quadrilha acabam em 30 dias





O delegado titular da Delegacia Central, Francisco José Ferreira de Castilho, afirmou que as investigações sobre a organização criminosa que controlava o tráfico de drogas no bairro Rosa Garcia 2 continuarão.

O foco agora, segundo Castilho, é sobre os materiais apreendidos durante a operação realizada na terça-feira, 22. Entre os objetos apreendidos, estão HDs, celulares e anotações que possam conter informações sobre como funcionava a quadrilha. Cinco carros foram apanhados.

“A intenção nossa é cumprir nestes 30 dias todas as diligências faltantes e já solicitar a prisão preventiva dessas pessoas presas”, informou o titular.

A Polícia Civil não divulgou os nomes dos presos, devido ao processo estar em sigilo. “Em algumas diligências feitas, é obrigatória a decretação de sigilo das investigações”, justificou.

Um dos detidos é ex-policial militar. Ele foi expulso da corporação há dois anos por conduta incompatível com a PM e responde criminalmente.

Trabalharam na operação 64 policiais civis, 50 deles de outros municípios. Todas as cidades abrangidas pela Seccional de Itapetininga enviaram policiais para colaborar nas diligências.

“Os demais são de Tatuí. Pessoas da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), de lá de Itapetininga, todas as unidades da região estiveram com a gente nessa empreitada”, explicou.

Foram presas oito pessoas, sendo cinco homens e três mulheres. Um dos suspeitos continua foragido.

A operação começou à meia-noite de terça-feira, quando um grupo de dez policiais saiu em viagem para Caraguatatuba. Eles seguiram em três viaturas e iriam cumprir dois mandados de prisão na cidade litorânea.

Entre os presos, está o líder da organização criminosa, que também não teve a identidade revelada.

Os investigadores estavam monitorando de perto os suspeitos desde o domingo, quando policiais civis foram até Caraguatatuba verificar o endereço da residência onde o chefe da quadrilha estaria.

Segundo o delegado titular, a operação foi rápida. Às 6h, os 64 agentes estavam invadindo simultaneamente as residências dos suspeitos para cumprir 16 mandados de busca e apreensão.

“Às 6h, invadimos os locais, fizemos as buscas e, às 8h, já tínhamos todos os presos nas mãos, excluindo os presos em Caraguatatuba, que chegaram depois, às 11h30 da manhã”, revelou.

Após os cumprimentos dos mandados, os suspeitos foram interrogados. O trabalho durou o dia todo. “Agora, é investigar”, apontou o delegado.

As investigações começaram em meados de 2014, quando chegou à Polícia Civil a informação do enriquecimento suspeito de um morador do bairro Rosa Garcia 2.

Instaurado o inquérito, os investigadores começaram a fazer levantamentos sobre a vida do suspeito, do bairro onde morava e das atividades que teriam gerado o enriquecimento.

As prisões de adolescentes envolvidos no tráfico, realizadas pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Municipal, colaboraram para que a Polícia Civil descobrisse como funcionava o tráfico no bairro.

Diversos flagrantes apontavam a mesma pessoa como sendo o fornecedor dos entorpecentes. Entre os tipos de drogas apreendidas, estão cocaína, crack e maconha.

“Comprovou-se, com as provas juntadas aos autos, que, realmente, era uma organização criminosa com o fim de associação para o tráfico”, declarou Castilho.

O delegado afirmou que outras pessoas com envolvimento na organização criminosa podem ser descobertas com o prosseguimento da investigação, que deverá ser entregue em 30 dias.

Outros pontos de venda da mesma quadrilha estão sendo investigados pela Polícia Civil. Um deles está localizado na região central da cidade.

“Nós sabemos que tem outros pontos, que eles forneciam, até mesmo porque as pessoas presas não eram somente do Rosa Garcia. A gente sabe que o tentáculo era maior, que eles tinham pontos na cidade”, completou.

Castilho afirmou que a operação policial foi a maior desde que está à frente da Delegacia Central e destacou que não houve nenhum disparo ou uso de força para a prisão dos suspeitos.

“Foi a maior operação em número de envolvimento de pessoas, e, realmente, foi um trabalho de investigação, de inteligência e de logística”, argumentou.

O delegado afirmou que a ajuda da população é sempre bem-vinda para a elucidação de crimes e denúncias. “Nós pedimos para as pessoas serem nossos olheiros nas ruas”.