Comandante enfatiza que índices de criminalidade poderão sofrer queda

Apesar do crescimento na quantidade de roubos e furtos nos cinco primeiros meses do ano, os índices locais de criminalidade poderão sofrer queda nos próximos meses.

É a expectativa do comandante da 2ª Companhia do 22º Batalhão da PM (Polícia Militar), capitão Luiz Antonio da Silva, revelada a O Progresso em entrevista na semana passada.

Segundo o chefe da PM local, prisões de suspeitos de roubos nas últimas semanas podem fazer com que haja, nos próximos meses, um movimento de redução da criminalidade. Há duas semanas, foi presa uma dupla suspeita de participar de roubos a comércios.

“Percebemos que o autor, muitas vezes, faz o crime por oportunismo e sequer chega a mostrar a arma para a vítima. Trabalhamos na repressão imediata, com a prisão e disposição à Justiça”, comentou.

A PM em Tatuí conta, além do policiamento regular, com a Força Tática, o Canil e a Rocam (Rondas Ostensivas Com Apoio de Motocicletas). Os cães tatuianos são requisitados para farejar drogas em toda a região do 22º Batalhão, sediado em Itapetininga.

Está na programação da 2a Companhia a realização de novas operações, como a “Saturação”, com a presença de reforço de cidades vizinhas, da cavalaria e do helicóptero Águia.

Nas contas do comandante, os policiais militares que trabalham em Tatuí realizaram até este mês mais de 13 mil abordagens a pessoas e 400 operações específicas e de visibilidade. As forças-tarefas resultaram na captura de foragidos da Justiça, recuperação de veículos furtados ou roubados e prevenção de crimes.

Segundo o comandante, a região central concentra a maior parte dos roubos e furtos. O maior movimento nas ruas e a distração de pedestres são apontados como os motivos da maior incidência.

“Na região de comércio, pelo oportunismo, a vítima, por vezes, está distraída, comprando, mexendo no celular. Esse é um fator de facilitação na ocorrência de delitos, e a probabilidade de acontecer é maior”, explicou.

De acordo com o “Portal da Transparência” da Secretaria de Estado de Segurança Pública, ocorreram em Tatuí, até maio, 12 casos de roubos de celulares e 20 furtos. A maior parte das ocorrências aconteceu na região central, como a rua São Bento, a Praça da Matriz e a rua 15 de Novembro.

Para o comandante, a população precisa manter a atenção quando anda pelas ruas para evitar que casos do tipo continuem acontecendo. Em qualquer movimentação suspeita, o aconselhamento do capitão é acionar o telefone 190.

“É importante ressaltar que não precisam esperar acontecer a ocorrência. Em qualquer atitude suspeita, é salutar que acionem a PM para que realizemos o policiamento preventivo. Além disso, as ligações geram demanda por patrulhamento para a região”, constou.

O comandante comentou sobre o aumento no número de carros recuperados. A taxa de recuperação passou de 21 para 49, no comparativo entre os cinco primeiros meses do ano passado com os deste ano.

Silva justificou o aumento pela maior vigilância nos “pontos de fuga” da cidade. Assim que um caso de roubo ou furto de veículo é registrado, as viaturas são direcionadas para as saídas da cidade, evitando que os criminosos escapem de Tatuí.

“É fruto de diligências e de abordagens pedidas na própria viatura, ou pelo Copom (Central de Operações da PM)”, declarou.

Apesar da melhora nos índices de recuperação de veículos, as apreensões de armas e drogas caíram 57% e 33%, respectivamente. O chefe da PM local justificou que a corporação está atendendo ao “anseio da sociedade” ao focar os esforços na diminuição de delitos contra a propriedade, como furto e roubos.

“São feitas diligências, realizadas as prisões, mas a tendência dos autores é sempre a de simular a ação. Nosso canil tem realizado operações em toda a extensão do batalhão e em pontos de rota de grandes quantidades de drogas. Nós seguimos firmemente com as ações integradas para a inibição de casos de tráfico”, comentou.

Para o comandante, pode haver uma relação entre o tráfico de drogas e o abastecimento de armas na cidade. Todavia, parte das armas usadas em roubos na cidade é fruto de furtos a residências, de acordo com o capitão.

“O tráfico pode ser um grande fornecedor de armas não registradas. Não é uma questão fixa. As entradas desses armamentos na cidade podem ocorrer das mais variadas formas”, explicou.

Sobre o avanço do número de casos de homicídios na cidade, há certa dificuldade na prevenção, na opinião do comandante. Neste ano, até maio, foram contados três casos de homicídios e um de latrocínio. Casos de assassinatos passionais e de desentendimentos podem ser prevenidos com mais policiamento.

“O patrulhamento de rotina é um fator que acaba prevenindo esse tipo de crime. A contribuição da sociedade também é importante para a redução dos índices. Cada tipo de delito tem suas especificidades e um meio de prevenção”, comentou.