Carlos Ribeiro teria sido ví­tima de agressão sofrida na cidade de SP





O ator e diretor de teatro Carlos Ribeiro, morto aos 51 anos, na terça-feira, 30, teria falecido em decorrência de hemorragia no baço, de acordo com informações obtidas extraoficialmente.

Informações preliminares sobre a necroscopia realizada pelo IML (Instituto Médico Legal de Itapetininga) esclarecem que o corpo do ator também teria costelas quebradas, o que teria agravado o estado de saúde dele. A agressão deixou marcas no corpo, principalmente no abdômen e tórax.

O ator teria sido agredido com taco de beisebol, nas proximidades de uma estação do metrô de São Paulo, no sábado, 27 de agosto. Não se sabe se a agressão ocorreu após um desentendimento ou por assalto.

Três dias depois, Ribeiro foi encontrado morto na casa do pai dele, na avenida São Carlos. Ele estava caído no chão, ao lado da cama do quarto dele.

O corpo foi encontrado pelo pai do ator. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado, mas Ribeiro já estava morto.

Policiais civis e peritos do Instituto de Criminalística estiveram no local para analisar a morte. A delegada Silvia Fernanda Albieiro, que estava de plantão na noite de terça-feira, acompanhou a perícia.

De acordo com a Polícia Civil, não há previsão de quando será entregue o laudo necroscópico. Entretanto, o IML teria orientado que o corpo do ator fosse enterrado, ao invés de cremado, como queria a vítima. O sepultamento ocorreu na tarde de quarta-feira, 31 de agosto.

Caso o IML confirme que a morte ocorreu por causa da agressão física em São Paulo, a Polícia Civil de Tatuí deverá passar o caso para a PC da capital.

Ribeiro foi coordenador do Setor de Artes Cênicas e da Cia. de Teatro do Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos”. Trabalhou na instituição entre 1990 e 2015. Além de ator e diretor, era iluminador e lecionou teatro na mesma instituição por anos.

Em nota à imprensa, o Conservatório lamentou “profundamente o falecimento de Carlos Ribeiro, profissional importante na história do Setor de Artes Cênicas da instituição”.

Nascido em 1965, Carlos Ribeiro ingressou no Conservatório em 1979 e se formou em 1984, sob a orientação de Moisés Miastkwosky.

Durante os anos em que estudou na instituição, participou ativamente do movimento teatral da cidade, atuando em dezenas de espetáculos. Foi premiado como melhor ator do 1º Festival Estudantil de Teatro do Estado de São Paulo, por “A Lição”, de Ionesco.

Profissionalizado em 1985, Ribeiro atuou no monólogo “Diário de um Louco”, de Gogol, no Estação Madame Satã, em São Paulo, e em teatros do interior.

No ano seguinte, o ator tatuiano protagonizou o longa-metragem “As Bellas da Billings”, de Ozualdo Candeias. Em 1987, participou de “O Bailado do Deus Morto”, dirigida por Lívio Tragtenberg e Cacá Carvalho, e no curta-metragem “Fiat Lux não é Marca de Fósforos”, de Gilmar Candeias.

Durante o período em que residiu na capital paulista, Ribeiro aperfeiçoou os conhecimentos sobre teatro com professores como Miriam Muniz, Cacá Carvalho, Lélia Abramo, José Renato, Alice K., Alberto Gaus, Lali Krotozinski, Eduardo Coutinho e Mariana Muniz, entre outros.

Em 1988, atuou em “A Ironia do Riso”, ao lado de Antonio Mendes, e, em 1990, voltou para Tatuí para dar início ao Departamento Cênico do Conservatório, junto com Mendes.

Além das atividades teatrais, Ribeiro atuou como locutor, radialista, produtor e videomaker. No Conservatório, exerceu as funções de coordenador e professor de interpretação, iluminação, ator e diretor de teatro.

Na última função, destacou-se na direção dos espetáculos “Édipo Rei”, “Santa Joaninha e sua Cruel Peleja Contra os Homens de Guerra, Contra os Homens D’Igreja” e “O Desconhecido”, premiados em diversos festivais.

Ribeiro foi laureado nos festivais nacionais de São José do Rio Preto, Americana, Rio de Janeiro e no Mapa Cultural Paulista.