A primeira campanha do ano de doação de sangue e cadastro de doadores de medula óssea, coordenada pela empresária e voluntária Rita Corradi Azevedo, coletou cem bolsas de sangue e realizou 50 novos cadastros de doadores de medula.
A ação foi realizada no sábado da semana passada, 27, das 7h30 às 11h, no Cemem (Centro Municipal de Especialidades Médicas) “Dr. Jamil Sallum”, em parceria com o Hemonúcleo Regional de Jaú.
A coleta é destinada ao Hemocentro do HCFMB (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu), que atende hospitais da região. Já os dados dos doadores de medula são inseridos no Redome (Registro Nacional de Medula Óssea).
A campanha é a primeira realizada em Tatuí neste ano, mas também marca a 29ª edição do mutirão, dando sequência às ações promovidas desde 2009 pela voluntária.
“Ainda existem pessoas que precisam de medula e sangue e de ajuda, por isso continuo fazendo as campanhas, para não faltar sangue nem medula para quem precisa realmente”, destacou Rita.
A voluntária ressalta que doar sangue pode salvar vidas e lembra que quem não conseguiu doar durante a campanha pode comparecer no Banco de Sangue “Fortunato Minghini”, da Santa Casa de Misericórdia, às terças e quintas, das 7h às 9h, e realizar o agendamento prévio para coleta.
A unidade, que passou três anos funcionando apenas como agência transfusional, foi reformada e, há mais de um ano, recebe doações de sangue. O material coletado no “banco” abastece a Santa Casa de Tatuí, o Pronto-Socorro “Erasmo Peixoto” e o Hospital da Unimed.
O excedente é destinado ao hemocentro de Botucatu, responsável por garantir a manutenção dos estoques dos bancos de sangue em mais de 30 cidades da região, incluindo Tatuí e o HAC (Hospital “Amaral Carvalho”, de Jaú).
“Com uma campanha de final de semana, a gente coleta de cem a 150 bolsas. Além disso, conseguimos doadores de medula óssea. Então, ela reforça o nosso trabalho diário na busca por doadores”, apontou a coordenadora.
Rita lembra que os bancos de sangue estão constantemente precisando de doadores e que alguns tipos sanguíneos menos comuns ficam em estados críticos de estoque em alguns períodos do ano.
Ela ainda salienta que doar sangue traz diversos benefícios para quem doa e para quem recebe. Conforme Rita, diversos tipos de tratamentos, cirurgias e procedimentos necessitam de bolsas de sangue e podem ser cancelados por falta deste recurso.
“As pessoas dependem disso para sobreviver. A doação de sangue é vital para salvar muitas vidas. Uma única doação pode beneficiar até quatro vidas, uma vez que o sangue recebido pode ser separado em diferentes componentes”, explicou.
A professora aposentada Edi Galvão, 76, precisou de sangue por conta de uma hemorragia e ressalta a importância do ato de doar. Ela conta que foi diagnosticada com ectasia vascular do antro gástrico, doença conhecida como estomago de “watermellon”, e que foi “salva” após receber sangue.
“Até então, não fazia ideia de quanto o ato de doar era necessário. Alguém salvou a minha vida, mas já não posso mais doar. Quando acordei para isso, eu já estava com 60 anos. Depois disso, meu filho se tornou um doador. Mas, não espere que algo aconteça, seja um doador também”, orienta a aposentada.
A dona de casa Cristiane Antônia da Silva Almeida, 42, também precisou receber sangue devido a uma hemorragia menstrual. Ela destaca que, devido à doença, não conseguia nem caminhar, mas que ficou curada após receber sangue.
“Cheguei no PS passando mal, eles me diagnosticaram com anemia profunda e eu tive de tomar quatro bolsas de sangue. Dali eu já sai muito bem e fiquei curada. Por isso, falo: doação é vida. Só quem precisou sabe o que quanto é necessário”, observou.
Segundo o Ministério da Saúde, apenas 1,9% da população realiza doação de sangue regularmente. Conforme o órgão, atualmente, cerca de 3,6 milhões de bolsas são coletadas por ano no Brasil.
Além de buscar novos doadores, o banco de sangue continua trabalhando para tentar atualizar milhares de cadastros antigos. Segundo Rita, existe um incontável número de fichas desatualizadas, e uma das necessidades da unidade, desde a reativação, tem sido recadastrar esses doadores.
Para doar, é necessário apresentar RG ou outro documento com foto (original), não estar em jejum, dormir ao menos seis horas antes da doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes. Além disso, os requisitos são: ter boa saúde, pesar mais de 50 quilos e ter entre 18 e 69 anos.
A idade máxima para a primeira doação é 60 anos. Aos 16 e 17, a doação é autorizada somente com a presença do responsável legal, portando documento com foto de ambos. O horário da coleta é das 7h às 9h.
Ela ressalta que a unidade precisa de todos os tipos. Contudo, existe dificuldade em encontrar doadores dos tipos AB+ e AB-. Entre mais de 2.000 cadastros atualizados, há apenas cinco pessoas com estes tipos sanguíneos, sendo três AB+ e dois AB-.
“Quando precisamos, são apenas esses contatos que eu tenho, e, depois da coleta, o doador tem um tempo de recuperação de três meses para que, então, possamos realizar outra retirada de sangue”, explicou.
“Por isso, preciso de mais pessoas e também atualizar os cadastros que tenho aqui. Tem muito celular e telefone fixo que não existe mais. Com isso, não estamos conseguindo contato com os doadores”, acrescentou.
Ela pede que quem já doou sangue no banco compareça na unidade, levando RG, cartão SUS e comprovante de endereço. O horário para atualizar o cadastro é das 7h até às 16h. Caso o doador não possa comparecer, pode entrar em contato pelo 3259-3114.
Campanha
O Banco de Sangue, em conjunto com o Consulado do Palmeiras, realiza neste mês de agosto a campanha “Sangue Verde”. A ação começa na segunda-feira, 5, e segue até o dia 30, buscando atrair torcedores da Sociedade Esportiva Palmeiras para realizarem doações.
Conforme a organização, a intenção é mobilizar o maior número de pessoas, sendo que os torcedores que contribuírem devem vestir a camisa da equipe paulistana para realizar a doação. Neste mês, o Palmeiras completa 105 anos.
Os interessados em realizar doações no Banco de Sangue podem comparecer à unidade, localizada na rua Cônego Demétrio, 948, de segunda-feira a sexta-feira, das 7h às 17h, ou entrar em contato pelo 3205-1333 para agendar a coleta.
