A partir desta semana, o Banco de Sangue “Fortunato Minghini” está cadastrando voluntários para coleta de sangue. O material atenderá às cidades de Sorocaba e Botucatu, em ação denominada de “SOS”, com coleta neste mês.
“Ainda não temos data, mas entidades das duas cidades nos procuraram pedindo sangue, e estamos nos reunindo para definir qual dia será melhor para todos”, declarou Rita Corradi Azevedo, que atua no banco de sangue tatuiano.
Em princípio, duas vans serão lotadas para transportar os doadores. Uma delas vai para Sorocaba e a outra, a Botucatu. A saída será no mesmo dia e horário, da frente do Banco de Sangue. O órgão funciona na rua Cônego Demétrio, 148, no centro, ao lado da Maternidade “Maria Odete Campos Azevedo”.
Rita explicou que são aceitos doadores de todos os tipos sanguíneos. Entretanto, em Botucatu, a necessidade é específica. “Eles estão precisando de O negativo”, informou.
Pessoas com esse tipo sanguíneo são classificadas como “doadoras universais”. Elas podem doar sangue para qualquer grupo de pessoa. No entanto, quem é O negativo só pode receber sangue para transfusão ou cirurgia do mesmo tipo.
“Todos os hemonúcleos com os quais eu tenho contato estão quase sem sangue e desesperados por doadores, porque, nas férias, os estoques caem”, contou Rita.
Para atender aos pedidos, ela está cadastrando pessoas dispostas a contribuir. Os doadores serão avisados da data e horário da ação pela página da campanha “Doe Sangue Tatuí”, em rede social, por telefone ou no próprio banco de sangue.
Mantida no Facebook (https://www.facebook.com/doe.sanguetatui), a página foi criada por Rita para esclarecimento de dúvidas sobre o processo. Ela realiza, na cidade e região, campanhas de doação de sangue.
As iniciativas visam a auxiliar quase sempre o Hemonúcleo Regional de Jaú, que atende ao HAC (Hospital Amaral Carvalho), referência no tratamento de câncer.
Para contribuir com o “SOS”, é preciso informar nome completo, telefone para contato e o tipo sanguíneo. Como ainda não há data definida, a pessoa precisa ter disponibilidade de horário. A expectativa de Rita é de que os colaboradores possam ser acionados neste sábado, 20, ou no próximo, 27.
Ao todo, 36 pessoas poderão colaborar com as doações, sendo 18 em cada uma das vans. Essa é a capacidade máxima de cada um dos veículos. “Mas se for o caso, se eu conseguir muito mais pessoas para colaborar, posso solicitar que a Prefeitura ceda um micro-ônibus para o transporte”, acrescentou Rita.
Podem doar pessoas com idades entre 18 e 65 anos e peso mínimo de 50 quilos. Menores de 16 e 17 terão autorização para colaborar, desde que acompanhados por pai ou responsável e ambos apresentem documento de identificação.
Também é necessário estar em boa condição de saúde e não estar tomando medicamentos (antibióticos ou anti-inflamatórios). Neste caso, é preciso aguardar 15 dias, depois do tratamento, para doar. O prazo para quem se vacinou é de um mês.
Não são aceitas doações de mulheres grávidas, ou que estiverem amamentando. Também não podem doar as pessoas portadoras de doenças de chagas, sífilis, hepatite ou HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana).
Quem teve convulsões após os dois anos de idade ou esteve em uma região de malária nos últimos seis meses da data de doação não será aceito como colaborador.
Todas as orientações são repassadas por Rita aos cadastrados. Os dados constam em um panfleto entregue aos interessados. Quem for contatado para ceder o sangue também receberá café da manhã, a ser oferecido antes da partida.
Folia solidária
Já em fevereiro, Rita mobilizará a equipe do Banco de Sangue para atender ao Hemonúcleo de Jaú. Por solicitação da instituição, ela programou campanha para o dia 10 de fevereiro, sábado de Carnaval. “Eles pediram nessa data específica, e nós começamos a nos programar”, contou.
As coletas serão realizadas no Cemem (Centro Municipal de Especialidades Médicas) “Dr. Jamil Sallum”, à rua São Bento, 15, no centro.
O trabalho ficará a cargo da equipe do hemonúcleo. Rita explicou que a organização vai coletar sangue e realizar cadastro de medula óssea. Os procedimentos acontecerão das 7h30 às 11h, somente para quem estiver com senha.
No mínimo, 150 pessoas passarão pelo Cemem. Desse total, cem receberão senha para doar sangue e 50, para cadastrar a medula óssea. A contribuição pode ajudar, também, a menina Júlia Abrame de Oliveira, de seis anos, que espera encontrar um doador 100% compatível para o transplante de medula.
Júlia faz tratamento no Hospital do Gpaci (Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil), em Sorocaba. Por recomendação da equipe médica, a menina será submetida ao transplante haploidêntico, quando a compatibilidade entre doador e receptor é de 50% ou mais, embora não atingindo os 100%.
O procedimento poderá ser feito no mês que vem, uma vez que Júlia aguarda a chegada de um medicamento importado para realizar sessão de quimioterapia. O remédio vai ajudar na preparação da cirurgia, cujo doador será o pai dela.
Entretanto, caso haja a possibilidade de encontro de um doador 100% compatível, os médicos poderão reavaliar a possibilidade da cirurgia com o familiar.
Para o cadastro da medula ou a doação de sangue, Rita reforçou que a pessoa não poderá ter ingerido bebida alcoólica 24 horas antes dos procedimentos. Dúvidas sobre o que fazer são dirimidas pelo telefone 3259-3114.