O suplente Márcio Fernandes de Oliveira (PPS) foi anunciado como novo vereador durante recente sessão extraordinária da Câmara Municipal, realizada em julho, após Rodolfo Hessel Fanganiello (PSB) pedir afastamento do cargo, confirmando a pré-candidatura a deputado estadual.
Na segunda-feira, 23 de julho, ocorreu nova sessão extraordinária, marcando a posse oficial de Oliveira. Ele tinha sido primeiro suplente pelo PT durante a legislatura anterior, de 2012 a 2016, porém, não chegou a ser convocado. Por conta disso, afirma ter ficado surpreso quando recebeu o convite.
“Foi a segunda vez que fui primeiro suplente. Quando o Fanganiello me convidou, senti um misto de felicidade e surpresa, pois não esperava receber a oportunidade”, falou o novo parlamentar.
O período no cargo é, inicialmente, de 90 dias. O tempo é equivalente ao intervalo concedido pelo afastamento de Fanganiello e será prorrogado apenas em caso de vitória do pré-candidato.
Desta forma, Oliveira sustenta crer na possibilidade de permanecer na Câmara até o fim do atual mandato.
“Vejo que Fanganiello está bem cotado. Assim, ele nem voltaria, aguardando tomar posse”, declarou Oliveira. “Na realidade, 90 dias seria o tempo necessário para se ambientar dentro de todo o processo legislativo”, acrescentou.
Segundo ele, a articulação junto aos demais vereadores para aprovações de projetos de lei levariam, no mínimo, em torno de 40 a 50 dias, o que tornaria complicada a implementação de projetos de autoria dele.
Apesar de julgar que o período é inicialmente curto, Oliveira afirmou estar satisfeito em poder representar a população do município. “É um sentimento de orgulho, de poder legislar pelas pessoas, as que acreditaram em mim”, comentou o vereador.
“Os 586 eleitores que confiam nos meus projetos serão representados. Represento um grupo formado, geralmente, por pessoas de camadas extremamente pobres e carentes, com as quais fazemos um trabalho voluntário há vários anos”, disse.
O serviço voluntário citado por Oliveira, autor do projeto, chama-se “Vida em Ação” e teve início em 2002. Segundo ele, o programa “não é simplesmente distribuir cestas básicas, é um trabalho permanente de educação e saúde em algumas regiões da cidade”.
Oliveira é natural de Manaus, capital amazonense, e afirma ter conhecido Tatuí e a esposa, tatuiana, em 1994, enquanto estudava em Campinas. Dois anos depois, casou-se e voltou para o Amazonas, atuando como professor universitário.
Em 2002, Oliveira precisou vir em definitivo para o estado paulista. Inicialmente, foi para São Paulo, mas não teria se estabilizado na capital e rumou a Tatuí.
O motivo para a mudança se deu por conta da filha do casal, que sofria com problemas cardíacos. A menina passou por cirurgias no Incor (Instituto do Coração), unidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
“Ela fez uma série de cirurgias cardíacas e ficaria muito caro para ir e voltar de São Paulo. Depois, precisou fazer terapias e mais coisas, assim ficamos por aqui”, contou o vereador.
Ele chegou ao município procurando emprego como professor e, atualmente, é empresário da área de educação, com colégio particular.
“A política foi acontecendo naturalmente”, afirmou. A eleição de 2016 foi a terceira da qual Oliveira participou. Em 2008, ele era filiado ao PSOL; na disputa seguinte, ao PT; e na mais recente, ao PPS.
Durante esse período, Oliveira foi nomeado secretário da Indústria, Desenvolvimento Econômico e Social, na administração anterior, de 2012 a 2016.
Oliveira afirma que, a princípio, deve dar continuidade ao trabalho de Fanganiello. Segundo ele, novos projetos necessitariam de mais de 90 dias para serem colocados em prática.
Porém, o vereador espera seguir no cargo por mais tempo e cita alguns projetos que gostaria de ter aprovados. Um deles seria a isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) pessoas com mais de 70 anos e que recebem até um salário mínimo.
Outros projetos apontados por Oliveira são relacionados a educação. Com 23 anos de experiência em sala de aula, o vereador acredita que poderia executar práticas que utiliza na escola.
Oliveira diz que gostaria de efetivar um cursinho permanente, durante todo o ano letivo, para auxiliar estudantes de escolas públicas em provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e vestibulares.
Ele argumenta que “seria benéfico que os professores da rede municipal recebessem para ser remanejados a ministrar as aulas deste cursinho todos os dias”.
Além disso, o vereador alega ser interessante a realização de cursos de reciclagem para recapacitar os professores. “Às vezes, o professor está desgastado por salário baixo ou carga horária excessiva, então ele precisa de um incentivo. A motivação para o profissional é fundamental”, defendeu.
“Ainda não sou cidadão tatuiano, mas quero envelhecer aqui. Abracei a cidade como o local que eu quero ser enterrado, e até já compramos um jazigo aqui. Eu amo Tatuí e este povo, por isso digo que sou manauara e tatuiano”, finalizou.