O laudo necroscópico realizado no corpo encontrado em um ribeirão próximo ao bairro San Raphael foi considerado inconclusivo. De acordo o IML (Instituto Médico Legal) de Itapetininga, não havia “lesões aparentes” no cadáver, que não tem identificação.
Segundo o médico-legista Edson Herkes, não foi possível estabelecer a causa da morte do homem. Não havia marcas de lesões provenientes de violência no corpo.
De acordo com o laudo, a morte teria ocorrido no início de outubro. O corpo foi encontrado por moradores do bairro no dia 20 do mês passado e a autópsia, realizada na manhã do dia seguinte.
Conforme o parecer, o cadáver apresentava sinais de que sofrera cirurgia no cérebro. O crânio apresentava um corte do lado esquerdo, na região da têmpora, e pontos de fios de “nylon” azul.
Herkes também constou, no laudo, que a vítima tinha 1,71 metro de altura, peso estimado de 75 quilos e cor branca. Não foi possível estimar a idade dele, nem colher amostras de impressões digitais para exame papiloscópico.
Por ter sido encontrado em uma área alagada, o corpo estava em processo conhecido como saponificação. As gorduras corporais em contato com a água sofrem reações químicas, o que teria atrasado o processo de putrefação.
Segundo o exame, foram coletadas amostras do osso esterno, que liga os dois lados da costela na parte da frente do corpo, e três dentes. O material ficará disponível para confrontação de DNA, caso apareça alguma família com parente do sexo masculino desaparecido.
A Polícia Civil chegou a realizar levantamento de homens no cadastro de pessoas desaparecidas, porém, sem sucesso. Como não havia a possibilidade de reconhecimento facial, pois o rosto já havia passado por “redução esquelética”, os investigadores locais emitiram mensagens para delegacias da região sobre o corpo encontrado.
Após os exames no IML de Itapetininga, o corpo foi trazido para Tatuí e enterrado como indigente em um dos dois cemitérios da cidade.
Corpo na ferrovia
A autópsia no corpo do reciclador Onilson Alves de Souza, de 42 anos, encontrado sem vida na estrada de ferro que corta a cidade, no dia 25 do mês passado, também teve resultado inconclusivo.
De acordo com o laudo emitido pelo IML de Itapetininga, não foi possível indicar se a morte ocorreu antes do atropelamento ou em decorrência do acidente com o trem.
A vítima estava com uma das mãos arrancadas e apresentava fratura exposta em uma das pernas. Souza tinha 1,60 metro de altura, 70 quilos. O reciclador era mineiro, da cidade de Jequitinhonha.
O corpo foi encontrado no quilômetro 157 da ferrovia que corta Tatuí, na altura do bairro Jardim Palmira, a dois quilômetros da antiga Estação Ferroviária.
O cadáver de Souza foi visto pelo maquinista de uma composição que passava pelo local. Segundo o funcionário da companhia, um homem de 42 anos, não houve tempo hábil para parar a composição, a fim de evitar o atropelamento.
A vítima foi identificada no mesmo dia do acidente por um amigo, um aposentado de 62 anos. Segundo ele, o reciclador havia desaparecido alguns dias antes. O sumiço foi registrado em boletim de ocorrência. Souza estaria passando por dificuldades financeiras e chegou a pedir abrigo na casa do aposentado.
Após a emissão do laudo necroscópico do IML, a Polícia Civil espera a chegada do parecer da equipe de peritos do IC (Instituto de Criminalística) de Itapetininga para dar continuidade às investigações.