‘Irei lutar por projetos que tragam melhorias a saúde’, garante Couto

Enfermeiro ganhou o primeiro mandato no Legislativo com 845 votos

Parlamentar atua na área da saúde há 20 anos e coordena o Ambulatório de Curativos de Tatuí (Foto: Divulgação)
Da reportagem

Eleito com 845 votos, o vereador Maurício Couto, conhecido como “Maurício Enfermeiro”, do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), é um dos 11 vereadores da legislatura 2021/2024 a assumir o primeiro mandato no Poder Legislativo.

A O Progresso, Couto revelou que não pretendia participar das eleições municipais de 2020 e destacou algumas das ações que deseja realizar na Câmara Municipal até dezembro de 2024.

Tatuiano, nascido em 7 de maio de 1978, o vereador é casado com Inês Antunes Rezende e pai de Isabella Rezende Couto e Gabriella Rezende Couto.

Há 20 anos na área de saúde, formou-se como auxiliar de enfermagem, realizou curso técnico e superior, além de três pós-graduações, em emergência, enfermagem e docência.

Durante esse período, Couto atuou em Cerquilho e na concessionária CCR SPVias. Em Tatuí, trabalhou como enfermeiro assistencial em hospital particular e como professor na Femague (Fundação Educacional “Manoel Guedes”), onde havia se formado como auxiliar de enfermagem.

Servidor público há sete anos, o parlamentar trabalha há seis anos e oito meses como enfermeiro coordenador do Ambulatório de Curativos de Tatuí, que funciona anexo à UBS (unidade básica de saúde) “Antonio Rodrigues (Toninho Enfermeiro”, na vila Esperança.

Couto conta que o ambulatório dá suporte a todas as UBSs do município e realiza, em média, de 500 a 600 procedimentos mensais. “É muito gratificante trabalhar com curativos. O paciente e a família, sem um rumo, e nós conseguimos avaliar e traçar um tratamento”, afirma.

“Ao decorrer do tratamento, vamos percebendo o próprio tecido se regenerando. Quando se dá ao paciente, você vibra junto com ele, pois a vitória dele também é a sua, por ser fruto do trabalho”, completa.

De acordo com o vereador, a prefeitura presta apoio e fornece materiais de primeira linha para a equipe trabalhar. Ele afirma que, além do trabalho desenvolvido, “é preciso ter fé”. “Nós vamos até um certo ponto, mas já presenciei muitos milagres de Deus”, comenta.

Por trabalhar diretamente com o público, Couto lembra que alguns amigos começaram a dizer que ele poderia ser vereador, o que o levou a pesquisar sobre o trabalho desenvolvido no cargo.

Dessa forma, candidatou-se a uma cadeira no Legislativo em 2016. Na ocasião, recebeu 334 votos e não conseguiu ser eleito. “Fiquei um pouco frustrado porque, pelo que as pessoas comentavam, comecei a fazer algumas contas e achava que iria ganhar”, reconhece.

O enfermeiro revela que, em consenso com a esposa e pelo fato de a filha caçula ter nascido havia poucos meses, não tinha intenção de participar do pleito de 2020.

No entanto, passou a ser “cobrado” por alguns munícipes que queriam votar nele e acreditavam que poderia ser eleito. “Como sou evangélico, orei a Deus para que fosse feita a vontade d’Ele e me inscrevi, já em cima da hora”, relembra.

Couto diz ter feito campanha eleitoral somente entre familiares, amigos e conhecidos dele a da atual assessora parlamentar, Dirce Maria de Faria Soares, além de ter recebido apoio de pacientes do Ambulatório de Curativos e de um grupo de pacientes ostomizados. Ele garante que o custo investido na campanha foi o menor possível, com apenas R$ 600.

Couto focou em quatro principais propostas, todas relacionadas a saúde. A principal delas era um local específico, com profissionais qualificados e fornecimento de materiais adequados, para o tratamento de pacientes ostomizados.

Conforme o parlamentar, Tatuí possui mais de 70 pacientes ostomizados, de todas as faixas etárias, desde bebês a idosos. Couto aponta que a referência de atendimento é Sorocaba. Porém, a cidade vizinha deixou de atender pacientes novos e cada município deve arcar com a demanda.

“Os pacientes antigos que já estão cadastrados vão permanecer sendo atendidos em Sorocaba, e, quanto aos novos, os municípios em que eles residem terão de assumir essa responsabilidade”, explica.

Entretanto, na primeira sessão ordinária como vereador, Couto subiu à tribuna e informou ter conversado com a secretária municipal da Saúde, Tirza Luiza de Melo Meira Martins, e com a diretora do Departamento Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Rita de Cássia Leme Ramos, as quais confirmaram que os pacientes ostomizados serão atendidos no CIR (Centro Integrado de Reabilitação).

A segunda proposta dele é a criação de um local específico para tratamento de pacientes com dores crônicas, como fibromialgia, neuropáticas e artrite, por exemplo.

Esses pacientes são atendidos em UBSs, e, às vezes, conforme Couto, os médicos não resolvem o problema, encaminhando-os a outro especialista, o qual repassa-os a outros profissionais. “Esse paciente acaba voltando, igual um ‘pingue-pongue’”, indica.

Para o parlamentar, com um espaço específico, os profissionais poderiam traçar um tratamento adequado. “Vamos acolher esse paciente e trabalhar em cima dessa dor, buscando alguma maneira de tratá-lo. Existem várias terapias, como a acupuntura, que poderiam ser realizadas a partir deste projeto”, completa.

Couto planeja implementar a “alta humanizada” aos pacientes tatuianos. A intenção é de que, pouco antes de os pacientes receberem alta, os familiares possam receber orientações sobre os cuidados do tratamento para dar prosseguimento na residência de cada um.

A partir do projeto, um profissional de saúde seria responsável por orientar e tirar dúvidas dos familiares que ficarão cuidando dos pacientes, utilizando vídeos educativos, além de uma cartilha com dados, informando os locais do município, como o SAD (Serviço de Atenção Domiciliar), que poderiam prestar apoio.

“Se há projeção de alta do paciente, alguém da família que cuidará dele na casa seria orientado sobre como fazer a alimentação, manusear sondas, controlar a pressão e fazer curativos, de acordo com a necessidade”, sinaliza o vereador.

“Às vezes, o paciente volta para casa e a pessoa faz alguma coisa errada ou deixa de fazer, e acaba retornando com o paciente para receber atendimento médico”, observa.

“São situações que poderiam ser evitadas se houvesse uma boa orientação sobre como realizar esses procedimentos. Normalmente, a família não está preparada para cuidar de um paciente”, complementa.

O parlamentar ainda garante que buscará uma equiparação salarial “de forma justa, para valorizar os profissionais da Saúde”. Como exemplo, aponta que profissionais que cuidam de pacientes com Covid-19 teriam de receber um adicional salarial maior, pois correm risco maior de contrair a doença e podendo levá-la aos familiares.

Sobre a atual legislatura ser composta por 11 novos vereadores, Couto entende que “a população queria que os representantes anteriores saíssem para dar oportunidade a novas pessoas que, de alguma forma, já atuassem no município”.

Ele afirma que “sempre teve vontade de apresentar propostas e projetos” e, com a oportunidade que recebeu da população, conseguirá “levar outras importantes para a saúde”.

“Sou da Saúde. Para as pessoas que estavam à minha volta, não precisei falar muito sobre o que quero fazer. O que me ajudou foi aquilo que eu já fiz sem ter interesse. As pessoas, conhecendo o meu caráter e a minha vontade de melhorar a saúde, apostaram em mim”, finaliza Couto.