Felicidade, Agora ou Depois?





“O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho.” (Abraham Lincoln)

Felicidade, Agora ou Depois?

Você costuma afirmar que a felicidade foge de você? Que sempre que você está para conquistá-la, ela se vai, como fumaça ao vento?

Você não será porventura daqueles, como muitos de nós, que coloca a sua felicidade no futuro? Algo que é projetado e que um dia, quem sabe, poderá ser alcançado?

Talvez justamente aí resida a grande dificuldade de ser feliz. Não sabemos apreciar o momento que passa, o que temos, o que somos, onde estamos.

Vejamos. Quando andamos a pé, nossa felicidade está em comprar um carrinho. Não importa o tamanho, a cor, o ano. Importante que rode, que nos leve de um lado a outro, sem longas esperas em terminais de ônibus.

Quando, afinal, conseguimos adquirir o carro e começamos a utilizar, passamos a desejar ter um maior, mais confortável, mais econômico, melhor, enfim. E nisso passa a residir a nossa felicidade. Sequer nos damos tempo de ficar felizes por termos o primeiro carro. Termos alcançado uma meta.

Quando não temos casa própria, sonhamos com ela. Ficar livres do fantasma do aluguel, podermos, em nossa propriedade, fazer o que desejamos, sem precisar pedir autorização ao proprietário.

Um dia, então, alcançamos o nosso desejo. Eis-nos na casa própria. Em vez de ficarmos felizes, plantarmos um jardim, e ir colocando os pequenos mimos cá e lá, enfeitando nosso cantinho particular, começamos a sonhar com uma casa maior.

Ou, então, em um bairro melhor, com mais comodidades. Afinal, seria interessante que cada membro da família tivesse seu próprio quarto e seu banheiro. E sonhamos, e sonhamos.

Ora, desejar progredir é próprio do ser humano. Desejar melhorar as condições de vida é natural. Contudo, o que não nos permite sermos felizes, em momento algum, é não valorizarmos a conquista realizada.

E aprendermos que a felicidade não está especialmente em ter coisas, mas em saber dar a elas o seu devido valor. Mais precioso que o carro, é a possibilidade de andar com as próprias pernas.

Melhor que a casa onde se reside é gozar da felicidade de um lar, que quer dizer família, lugar de morar, de se expandir, de crescer, de amar e ser feliz.

Eis o segredo da felicidade. Eis porque encontramos pessoas que nada ou quase nada possuem e sabem sorrir. Eis porque as crianças, que ainda não entraram no esquema do consumismo, ficam felizes por poder brincar, correr com os amigos.

Elas esquecem se está frio ou calor, se é hora de comer ou de dormir. O importante é gozar até o último momento da brincadeira com os amigos. Por isso, todos os dias, elas nos dizem com seus sorrisos: – É possível ser feliz na Terra.  

A Tapeçaria

A história que iremos relatar é de um missionário que viajava por terras distantes, quando ao passar por um mercado de um vilarejo, encontrou uma banca de criadores de peças de tapeçaria.

Enquanto andava, um fato lhe chamou a atenção; um homem estava gritando de seu tear em um canto da banca para outro operário do outro lado da banca.

Enquanto gritava, fios formavam a peça de tapeçaria como que por mágica. O missionário pediu uma explicação a seu guia.

– O homem que você vê, disse o guia, é um tecelão mestre. Ele grita à seu aprendiz atrás do tear que cor de fio usar e onde colocar. Só o tecelão conhece o projeto inteiro, então é vital que o aprendiz execute os comandos do mestre com extrema exatidão.

– E o aprendiz nunca comete um erro? Perguntou o missionário. – Naturalmente. Mas o tecelão é um homem muito bondoso e neste caso ele raramente colocará o menino para fora do serviço. Ao contrário, sendo um grande artista, ele simplesmente trabalha o erro dentro do projeto.

E o missionário saiu pensando, – Assim é Deus conosco. Nós não podemos ver o padrão que Deus quer dar à peça. Estamos do outro lado do tear olhando para os fios aparentemente colocados sem propósito.

Ocasionalmente podemos dar uma olhada no projeto, mas então logo que imaginamos saber tudo, o mestre indica um fio que muda toda a coisa.

Então, temos que confiar, pois o mestre tecelão sabe o que ele faz. – E como o aprendiz, nós também cometemos nossos erros. Colocamos um fio vermelho ao invés de um violeta.

Damos o nó no lugar errado ou deixamos frouxo. E Deus, em sua misericórdia, não dá bronca mas apanha nossos erros e refaz o projeto.