Iniciada nesta sexta-feira, 6, a Feira do Doce atrai o público pela variedade, apresentando mais de 250 tipos de produtos. O evento segue até segunda-feira, 9, feriado da Revolução Constitucionalista, no Estado de São Paulo, na Praça da Matriz.
Considerado o maior evento do interior do Estado de São Paulo voltado a esse tipo de produto, a Feira é realizada pela Prefeitura, em parceria com a Aprodoce (Associação dos Produtores de Doce de Tatuí) e com apoio da Caixa Econômica Federal, do governo federal e da Secretaria de Turismo do governo do Estado.
Neste ano, a feira chega à sexta edição, com a expectativa de superar as vendas e receber maior número de visitantes do que na edição anterior. A previsão é dos expositores ouvidos pelo O Progresso, nas primeiras horas após a abertura do evento.
A doceira Camila Brito, da Cá…Brito Chocolates e Doces, participa da festa gastronômica desde a primeira edição e afirma que, a cada ano, tem recebido mais visitantes, efetuado mais vendas e conquistado novos clientes.
“Todo ano é uma incógnita, dá até um frio na barriga, mas, até agora, sempre foi muito bom o resultado, tanto durante o evento quanto depois dele. É muito bom e tem um retorno muito legal”, disse Camila.
A expositora afirma, ainda, que a organização, junto com a Aprodoce, desde a decisão do dia da festa até a preparação com os cursos e estrutura disponibilizada aos doceiros, faz parte de um planejamento para manter a qualidade e atrair público.
“No ano passado, fizemos a feira no final do mês e, neste ano, pensamos em mudar já para aproveitar que a maioria já recebeu o pagamento e também tem o feriado para impulsionar as vendas. Estamos preparados para receber o público com os melhores doces da região”, comentou.
A doceira Gisele Aparecida da Mata, da Gi Cakes e Doces, também ressaltou que a importância da feira vai além da atração turística. Para ela, o evento é a porta de entrada para aumentar a arrecadação do município e prestigiar o setor.
“Na verdade, aqui é só o começo. A feira é uma grande oportunidade, dá para fazer a nossa propaganda, trazer os nossos produtos, mostrar a qualidade deles e fazer contatos. E este último é o que mais importa para nós, para que, depois do evento, a gente continue com um bom número de vendas, o que contribui com os doceiros e também com a arrecadação do município”, disse ela.
A doceira garantiu que teve resultados positivos a cada participação e espera ainda mais para este ano, com o aumento de mais um dia.
Para o secretário do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli, a expectativa é de que o evento receba pelo menos 80 mil visitantes durante os quatro dias. Para garantir a segurança, a organização conta com apoio dos Guardas Civis Municipais e de seguranças particulares.
“Já começamos com o pé direito, a decoração está mais bonita, a infraestrutura, também. Está tudo dentro do nosso planejamento. Acabamos de abrir aqui, e os estandes já estão todos atendendo, cada estande já tem mais de um cliente. Já dá para ver que este ano tem tudo para ser um grande evento”, garantiu ele, na manhã de sexta-feira, 6.
São mais de 250 tipos de doces, divididos em alas temáticas de doces, como: finos, tradicionais e artesanais, de festa e sobremesas, churros, crepes e pastéis; produtos de milho, bolos e tortas, chocolates, bebidas e brigadeiros “gourmet”.
Um dos mais tradicionais são os ABC. A sobremesa tradicional foi declarada patrimônio cultural e imaterial da gastronomia tatuiana, por meio de lei municipal sancionada em 2015. Os doces, cujos nomes levam as iniciais dos produtos utilizados na produção – abóbora, batata-doce e cidra -, são reconhecidos no município há mais de 60 anos.
Na Feira do Doce, pelo menos quatro estandes oferecem a sobremesa. Entre os pioneiros do ramo, está a doceria Pingo Doce, do empresário Luciano Rocha Lima.
Ele ressalta que o ABC produzido em Tatuí é um diferencial. “Outras cidades da região têm o doce ABC, mas igual o daqui de Tatuí não tem. Somos uma referência”, destacou.
Lima, também presidente da Aprodoce, diz que a associação surgiu após as primeiras feiras, com a necessidade de unir os produtores. Ele também acrescenta que o evento é muito importante para o setor.
“Ainda é muito recente para nós, a Aprodoce só tem dois anos, ainda não temos como medir os resultados, porém, temos sentido melhoras na área. Com as nossas reuniões, conseguimos ouvir os doceiros, e isso deve contribuir com a ascensão do setor. A feira do Doce é mais um complemento”, afirma.
O evento é realizado com apoio de diversas entidades, como o Fusstat (Fundo Social de Solidariedade). Neste ano, a presidente do órgão, Sônia Maria Ribeiro da Silva, destacou boa parte da equipe de trabalho para a produção de doces.
A lista de produtos vendidos pelo Fusstat, em estande próprio, inclui brigadeiros “gourmet”, geleia de maracujá com manga e limão, brownie, pipoca gourmet, beliscão, bolo de mandioca, pirulito chupetinha e maçã do amor.
Todos os produtos estão sendo comercializados em embalagens exclusivas, fabricadas pelas professoras do curso de panificação artesanal, oferecido para a comunidade nos centros de capacitação.
Os produtos começaram a ser desenvolvidos pela equipe de docentes do Fusstat há dois meses. Desde o período, o grupo se dedicou tanto à fabricação dos doces quanto à confecção das embalagens, também exclusivas.
“Tenho certeza que esta feira será um sucesso, está todo mundo empenhado, estamos com muita gente de fora na cidade por causa dos Jogos Regionais. Então, neste ano, espero que as vendas sejam até maiores que no ano passado”, disse Sônia.
O dinheiro arrecadado com a venda dos produtos deve ser revertido para abastecer os centros de capacitação.
“Estamos preparadas com bastante estoque, e vamos ficar aqui os quatro dias. Esperamos receber muita gente. Estou convidando todo mundo para que esta festa renda um bom dinheiro. Estamos querendo abrir outro centro, temos novos projetos em andamento, e todo o dinheiro será bem-vindo, vai ajudar muito”, ressaltou.
No total, 54 estandes formam a estrutura da festa. São 51 produtores, além da barraca de especiarias do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade) e duas tendas que oferecem oficinas de “cupcakes” para as crianças.
A abertura oficial deve ser realizada às 10h deste sábado, 7, com a presença de autoridades municipais e do secretário estadual da Cultura, Romildo Campelo.
“Fizemos toda uma preparação para que esta festa realmente fosse um sucesso, e vamos receber as famílias tatuianas de braços abertos. São muitos tipos de doces, tem para todos os gostos, inclusive, opções na linha diet, para os diabéticos”, concluiu Sinisgalli.
Festival de Música “Maestro Neves”
A Feira do Doce chega à sexta edição atraindo o público pela variedade, mas também tem como chamariz a programação musical. A festa gastronômica terá a presença de grupos de choro, de seresta e bandas.
Os músicos convidados para animar a plateia no coreto da Praça da Matriz integram o Festival Capital da Música. A expectativa é de que, com as atrações e os doces, a cidade tenha mais “visibilidade”. Desde o ano passado, o festival musical de inverno presta homenagem ao maestro Antônio Carlos Neves Campos, falecido em outubro de 2013.
Conforme Sinisgalli, a ideia de juntar o Festival de Inverno com a feira surgiu para reaproveitar as estruturas que já estão montadas e ainda ter mais um atrativo para a festa. “Aproveitamos para englobar os dois eventos em um só, e casou muito bem. Os doceiros também foram favoráveis à ideia”, garantiu.
No total, 23 formatos de grupos musicais e dos mais variados gêneros integram o evento. As apresentações tiveram início às 11h de sexta-feira, com a Banda Regimental da Guarda Civil Municipal. Um pouco mais tarde, a partir das 12h, o palco foi ocupado pelos integrantes do Quarteto Tatuí Sax.
À tarde, o programa seguiu com a Banda SodÁcustica, às 13h30. Depois, às 15h, o público parou para assistir à transmissão do jogo entre a seleção brasileira e a Bélgica, na Copa do Mundo da Rússia. A programação musical continuou às 17h, com a apresentação de Júlio Nasci.
À noite (após o fechamento desta edição, às 17h), outras duas atrações estavam agendadas. A primeira, do grupo “Metais do Roque”, às 18h30; e a segunda, a Banda Simphony, a partir das 20h.
Neste sábado, seis grupos sobem ao palco, após a abertura oficial do evento. O primeiro é o Conjunto de Metais do Conservatório de Tatuí, às 11h. A partir das 13h, o som fica por conta de Flaviano Gomes. A Bravo Combo está confirmada para animar o público às 14h30.
Ainda no período da tarde, a atração é a Banda RivolTrio, às 16h. Depois, sobem ao palco, às 17h30, o grupo Seresteiros com Ternura, e a Camerata Les Ensembles, às 20h30.
O grupo Seresteiros de Tatuí está encarregado de abrir a programação do domingo, às 12h30. Um pouco mais tarde, às 14h30, Evelyse Almeida assume o palco, seguido do Samba em Família, às 16h.
As outras atrações do domingo são a Live By Night, às 17h30, e o grupo Bravo Electro, a partir das 20h.
Na segunda-feira, 9, a programação é iniciada com show do Duo Favoriti, às 11h, seguido de Fábio Goya Acústico, às 12h30.
No período da tarde, o Quarteto Quatro Estações sobe ao palco, às 15h. A Banda FourStages deve animar o festival às 16h30, seguida de Confraria do Cavaco, às 18h. O festival terá encerramento, a partir das 20h, com a Banda 4K.
O programa foi definido pela associação, em reuniões mediadas por Sinisgalli. Há mais de dois meses, ele tem participado de encontros para viabilizar a realização do evento, somando colaborações diversas.
Sinisgalli reforçou que, tanto a feira quanto o festival, servem para ajudar a divulgar as outras atrações do município. Tatuí pretende investir na divulgação dos espaços turísticos, por conta da elevação a MIT (município de interesse turístico).
A meta é aumentar a circulação de visitantes, focando no crescimento da arrecadação e para atender aos requisitos impostos pelo convênio. O governo do Estado de São Paulo deve avaliar, a cada três anos, se os municípios atendidos pelo MIT estão seguindo as recomendações para continuar recebendo recursos.
Conforme o secretário explicou, o evento é aberto com música, às 10h, e vai até às 22h, com pequenos intervalos, apenas para a troca das bandas e grupos musicais. “Os grupos são diversificados para agradar a todos os públicos, com repertórios que vão do erudito ao popular”, concluiu.