A movimentação da economia, o fomento do turismo e a valorização da cultura local foram destaques durante a sexta edição da Feira do Doce, que superou as expectativas de vendas e visitantes neste ano, conforme revelado a O Progresso.
O evento, considerado o maior do segmento doceiro do interior paulista, aconteceu entre os dias 6 e 9, na Praça da Matriz, oferecendo mais de 250 tipos de doces, divididos em alas temáticas: finos, tradicionais e artesanais, de festa e sobremesas, churros, crepes e pastéis; produtos de milho, bolos e tortas, chocolates, bebidas e brigadeiros “gourmet”.
No total, foram 54 estandes, somando 51 produtores, uma barraca do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade) e duas tendas que ofereceram oficinas de “cupcakes” para as crianças.
O evento foi realizado pela Prefeitura, com organização da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, em parceria com a Aprodoce (Associação dos Produtores de Doce de Tatuí) e apoio da Caixa Econômica Federal, do governo federal e da Secretaria de Turismo do governo do Estado.
De acordo com o secretário do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli, em levantamento inicial, a organização acredita ter ocorrido aumento no volume das vendas e no fluxo de pessoas que passaram pelo evento durante os quatro dias.
“Com quem eu conversei, ouvi só coisas boas. O pessoal está falando que foi a melhor de todas as outras edições”, garantiu Sinisgalli.
Os doceiros reforçaram a afirmação. A expositora Priscila Camargo Teixeira participou pela primeira vez da feira neste ano e gostou tanto que já faz planos para o próximo.
“Gostamos muito, vendemos bem, adquirimos muitas informações, conhecemos novas pessoas e temos muita expectativa para participar da feira novamente no ano que vem”, disse ela.
Cristiane de Camargo Barros também comentou que superou as vendas. A doceira participa do evento desde a quarta edição e diz que, a cada ano, tem melhorado a renda e o retorno.
Apesar dos produtores já indicarem aumento nas vendas, os membros da Aprodoce e a organização precisam realizar assembleia para concluir o balancete com os resultados finais. O encontro ainda não tem data definida, porém, deve acontecer até o fim desta semana, conforme Sinisgalli.
Os resultados preliminares deste ano foram divulgados após o encerramento do evento, na noite de segunda-feira, 9. Porém, com a reunião, será possível mensurar o público, o número de produtos vendidos – ou quantidade de quilos de doces comercializados –e o faturamento.
A organização espera que a renda seja 20% maior que no ano passado. Em 2017, a festa teve receita de aproximadamente R$ 500 mil.
Na abertura oficial, que aconteceu na manhã de sábado, 7, a prefeita Maria José Vieira de Camargo ressaltou que um dos principais objetivos da feira é fomentar o empreendedorismo dos produtores de doce e promover turisticamente Tatuí – que, desde o ano passado, é classificada como MIT (Município de Interesse Turístico do Estado de São Paulo).
A Prefeitura manteve, nos quatro dias, um estande denominado “Tatuí Município Turístico”. No local, dois totens eletrônicos foram disponibilizados um para que o visitante deixasse opiniões sobre a festa e outro para consulta de informações turísticas da cidade (meios de hospedagem, restaurantes e pontos turísticos).
Tatuí pretende investir na divulgação dos espaços turísticos, por conta da elevação a MIT. A meta é aumentar a circulação de visitantes durante todo o ano, focando no crescimento da arrecadação e no atendimento dos requisitos impostos pelo convênio.
O governo do Estado de São Paulo deve avaliar, a cada três anos, se os municípios atendidos pelo MIT estão seguindo as recomendações para continuar recebendo recursos.
“A cada ano, a feira vem tomando outro formato, vem crescendo, atraindo novos públicos, e isso tem uma importância muito grande. Não somente para que Tatuí se fortaleça, a cada dia mais, como MIT, mas também para valorizar os nossos produtores, nossa cultura, aquecer a economia e a geração de emprego e renda”, acrescentou a prefeita Maria José.
A presidente da Amitesp (Associação dos Municípios de Interesse Turístico do Estado de São Paulo), Daniela de Cássia Santos Brito – também prefeita do município de Monteiro Lobato -, reforçou a importância da feira para a movimentação turística de Tatuí.
Para ela, um evento como esse serve para proporcionar aos munícipes e, em especial, aos turistas o conhecimento do que a cidade tem de produção cultural, artesanal e gastronômica. Além disso, pode incentivar os outros municípios a lutar por um turismo forte no Estado de São Paulo.
“Sou suspeita a falar, venho da área cultural, conheço muitos eventos desta categoria, também tenho uma ‘Festa do Doce e do Queijo’ na minha cidade, mas a festa de vocês, realmente, pode receber o título de maior feira do doce do interior de São Paulo. Estou impressionada”, avaliou a presidente.
Um dos atrativos da festa gastronômica foi o Festival de Música “Antônio Carlos Neves Campos – Maestro Neves”. O musical teve a presença de 23 agrupamentos dos mais diversos estilos, como grupos de choro, de seresta e bandas, que animaram o público no coreto da praça e também serviu para reforçar os atrativos turísticos da cidade.
Presente na abertura do evento, no sábado de manhã, 7, o secretário estadual da Cultura, Romildo Campello, também ressaltou a importância da Feira do Doce para o setor de turismo e para a valorização da cultura. Segundo o secretário, o evento “é um reconhecimento do que tem de importante na cidade e da população tatuiana”.
“No Estado, esta feira é cada dia mais reconhecida, tanto do ponto de vista gastronômico, da culinária, dos doces, como da integração com a música e toda a valorização cultural. É um festival muito bem-sucedido, e que espero que continue por muitos anos”, pontuou Campello.
O secretário acrescentou que, quando Tatuí conseguiu se tornar MIT, expandiu a importância dele para o Estado. “Isso aproxima as pessoas da cultura, do turismo, gera trabalho, renda, oportunidade para o desenvolvimento da cidade e de toda a região”, comentou.