Vacina Hexavalente

Vamos conhecer um pouco das vacinas disponíveis hoje nas clínicas privadas e que são possíveis encontrar também na farmácia de imunobiológicos de alto custo, na rede pública de saúde. Vamos falar da vacina hexavalente.

Hexavalente (nomes comerciais – Hexaxim e Infanrix Hexa) – Como o próprio nome sugere, a Hexa é composta de seis vacinas juntas numa só aplicação. É composta da tríplice acelular (DTPa) – contra a difteria, tétano e coqueluche + a Hib – Hemófilus influenza B (contra meningite) + hepatite B + pólio inativada (Salk) contra a paralisia infantil.

O componente contra a coqueluche, presente na vacina tríplice acelular, é fabricada a partir da proteína da Bordetella pertussis (a bactéria que causa a tosse comprida) e não é feita com a cápsula dessa bactéria, que está presente na tríplice tradicional (DTP), componente este considerado responsável pelas reações indesejáveis dessa vacina.

Uma das reações mais graves da DTP comum é a reação de hiporresponsividade, onde a criança fica “largada” e muito sonolenta, às vezes, por 12 a 24 horas, podendo ter febre alta e até desenvolver crise convulsiva.

Se essa reação acontecer na primeira dose da vacina, feita com dois meses de idade, por indicação médica, da segunda dose em diante, feita com quatro meses de idade, recomenda-se fazer a DTPa – tríplice acelular.

A tríplice na vacinação primária é feita com 2, 4, 6 meses e depois mais um reforço, com 15 meses e outro reforço entre 4 a 6 anos de idade.  A hexa é usada para proteger lactentes e crianças de 6 semanas a 24 meses de idade contra doenças infecciosas: contra difteria, tétano, coqueluche (tosse comprida), hepatite B, poliomielite e doenças graves causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b.

Como Hexa funciona?

A Hexa funciona induzindo o corpo a produzir a própria proteção (anticorpos) contra as bactérias e vírus que causam estas diferentes infecções:  a difteria é uma doença infecciosa que normalmente afeta primeiro a garganta.

Na garganta, a infecção causa dor e inchaço que pode provocar sufocação. A bactéria que causa esta doença também produz uma toxina (veneno) que pode afetar o coração, os rins e os nervos.

O tétano é normalmente causado quando a bactéria tetânica entra em um ferimento. A bactéria produz uma toxina (veneno) que causa espasmos nos músculos, que podem levar à dificuldade para respirar e, possivelmente, à sufocação.

A coqueluche (também conhecida como tosse comprida) é uma infecção bacteriana das vias respiratórias que pode ocorrer em qualquer idade, mas normalmente afeta bebês e crianças.

As crises de tosse cada vez mais graves e que podem durar várias semanas são características desta doença. As crises de tosse podem ser seguidas por um ruído convulso (“guincho”).

A hepatite B é causada pelo vírus da hepatite B. Ela faz com que o fígado fique inchado (inflamado). O vírus é encontrado em fluidos do corpo como sangue, sêmen, secreção vaginal ou saliva de pessoas infectadas.

A poliomielite é causada por vírus que afeta os nervos. Isto pode levar à paralisia ou fraqueza muscular, comumente das pernas. A paralisia dos músculos que controlam a respiração e a deglutição (músculos usados para engolir) pode ser fatal.

As infecções causadas pela Haemophilus influenzae tipo B (normalmente chamada de Hib) são infecções bacterianas graves, que podem causar meningite (inflamação da membrana que recobre o cérebro), infecções do sangue, pulmões, inflamação do tecido sob a pele, inflamação das juntas e ossos e inflamação da parte de trás da garganta, causando dificuldade para engolir e respirar.

Como usar o Hexa

A vacina será administrada na criança por um profissional da saúde treinado. O médico ou enfermeira aplicará Hexaxim no músculo da coxa ou no braço de cliente. Se mais de uma vacina serão aplicadas em um mesmo dia, elas devem ser injetadas em locais diferentes. A administração deve ser feita por via intramuscular. As vias intradérmica e intravenosa não devem ser utilizadas.

Vacinação primária: a criança receberá três injeções de 0,5mL (normalmente aos 2, 4 e 6 meses de idade), em intervalos de um ou dois meses (ao menos quatro semanas de diferença), de acordo com o calendário de vacinação.

Vacinação de reforço: após a vacinação com três doses, de acordo com o calendário de vacinação local, a criança receberá uma dose de reforço de 0,5ml. O médico dirá quando esta ou outras doses de reforço devem ser administradas.

Antes de a criança completar dois meses, ou seja, quando ela está desprotegida da coqueluche (“tosse comprida”), é muito importante que os pais e os contactantes adultos, que vivem na casa, devam tomar a Refortrix, ou seja, a tríplice do adulto, para se proteger o bebê da coqueluche.

* Médico especialista em pediatria pela SBP e AMB e diretor do Cevac (Centro de Vacinação