‘Em Tatuí, é necessário andar por você e pelo outro’, avalia ciclista

Passeios realizados por ciclistas são sempre em grupos; praticantes têm de dividir pista com condutores (foto: Cristiano Mota)

Membro de grupo de ciclismo há quatro anos, Marcos Bueno sustenta que os praticantes da modalidade enfrentam dificuldades para realizar passeios em Tatuí. A principal delas diz respeito ao comportamento de motoristas de veículos, sejam carros, motocicletas ou caminhões. A maioria “disputa pista” com os ciclistas.

O esportista afirmou que o grupo tem como premissa o respeito às normas de segurança. Bueno contou que o primeiro passo para quem quer fazer parte da equipe é esse. A regra vale tanto para circulação no meio urbano como na zona rural, ou em áreas próprias para a atividade, em trilhas e circuitos fechados.

Outro preceito é o respeito para com os demais veículos. O ciclista afirmou que os praticantes buscam não avançar os limites de circulação e ocupar espaço dos automóveis. Na avaliação dele, a mesma regra não é cumprida pelos condutores.

“O respeito é algo que não acontece em Tatuí. Na maioria dos casos, eles (os condutores de veículos) partem para cima dos ciclistas. Acham que, por estarem em um veículo, estão com uma armadura ou com um canhão nas mãos. E entre uma bicicleta e um carro, quem leva a pior são os ciclistas”, declarou.

Bueno costuma pedalar em grupo. A equipe percorre rotas específicas e anda equipada com sapatilhas, capacetes, óculos e luvas, além de uniforme. Já as bicicletas contam com campainha, itens de sinalização noturna (dianteira, traseira, lateral e nos pedais) e espelho retrovisor do lado esquerdo.

Mesmo respeitando o artigo 105 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), Bueno disse que os ciclistas precisam dispor de um item a mais para percorrer as ruas da cidade em segurança: a prudência. “Em Tatuí, toda vez que você sai andar de bicicleta, é preciso andar por você e pelo outro”, argumentou.

Para o ciclista, esse tipo de comportamento decorre da falta de entendimento. Bueno entende que os motoristas não enxergam as bicicletas como um veículo de transporte. Em função disso, não dão a elas o mesmo tratamento que dariam para o automóvel.

Na cidade, em geral, os condutores de veículos tendem a querer dividir a mesma faixa com os ciclistas. “Eles poderiam estar do outro lado da pista, quando ela é dupla, mas, não. Preferem invadir o espaço da bicicleta”, disse o praticante.

No entendimento dele, o número de acidentes em Tatuí envolvendo bicicletas não é alto por conta da consciência dos próprios ciclistas. Bueno afirmou que os praticantes são mais prudentes e atuam na chamada direção defensiva.