Educação deve implantar em breve vigilância de unidades por câmeras





AC Prefeitura

Foto divulgada por professora mostra danos atribuídos a dois menores

 

“Nós, em breve, estaremos também implantando na nossa rede o monitoramento por câmeras”. O projeto da Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Turismo, divulgado pela titular da pasta, Ângela Sartori, na tarde de quinta-feira, 11, pode sair do papel em um curto prazo de tempo.

Em entrevista a O Progresso, Ângela afirmou que o Executivo já estudava a implantação de câmeras de segurança nas unidades de educação da rede municipal. Por conta do vandalismo sofrido na unidade da vila Esperança, no domingo da semana passada, dia 7, a Prefeitura deve acelerar a conclusão do estudo.

A secretária afirmou que o projeto é um complemento de uma série de ações que são desenvolvidas pela secretaria nas unidades (creches, pré-escolas e escolas municipais) ao longo do ano. Os trabalhos envolvem a comunidade, no sentido de ampliar a conscientização dos moradores, pais e dos próprios alunos que frequentam as instituições de ensino no sentido de preservá-las.

Ângela afirmou que o monitoramento é necessário, uma vez que inibe o vandalismo. “Estamos finalizando um estudo de implantação. Inibe, porém não vou dizer que vai ser 100%, até porque a escola ao lado (“Ary de Almeida Sinisgalli”) tem monitoramento e sofreu vandalismo”, argumentou.

Contudo, a secretária ponderou que a presença dos equipamentos afasta possíveis vândalos, uma vez que facilita o trabalho de identificação. Desta forma, os prejuízos podem ser, senão evitados, pelo menos minimizados. Segundo Ângela, esse é o caso da escola estadual que fica ao lado do Cepem (Centro de Educação Pré-Escolar Municipal) “Professora Elza Orsi Avaloni”.

“Eles (os dois menores que depredaram a unidade do município) também chegaram a invadir a escola estadual. Porém, por haver monitoramento, o prejuízo foi menor. Eles desistiram quando observaram as câmeras”, comentou.

Conforme a secretária, os menores danificaram três câmeras da “Ary de Almeida Sinisgalli”, que é separada do Cepem por um alambrado. A dupla teria fugido depois de o alarme disparar, mas sido identificada por meio das imagens.

“Eles (a equipe da escola estadual) tiveram prejuízos, mas foi menor que o nosso. Não tiveram de suspender aulas”, disse, referindo-se à interrupção das atividades, ocorrida na segunda-feira, 8, a partir da verificação dos danos.

As imagens cedidas para a secretaria foram entregues à Polícia Civil, quando do registro de boletim de ocorrência. No momento, a pasta aguarda “os trâmites”. “Todas as providências cabíveis estão sendo tomadas”, disse Ângela.

Integração

O circuito interno de segurança a ser implantado integra série de ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Turismo, junto à comunidade. A aproximação das unidades escolares com pais, alunos, parentes de estudantes e com pessoas que vivem ao redor das instituições de ensino é realizada por meio de diversas iniciativas, conforme a secretária.

Ângela Sartori explicou que um dos canais pelos quais a Prefeitura recebe o chamado “público externo” é o PEF (Programa Escola da Família). A ação é fruto de parceria entre o Executivo e o governo do Estado, permitindo a abertura de unidades de ensino aos finais de semana para atividades de lazer.

“Na nossa rede municipal sempre há integração. No PEF, por exemplo, não recebemos adolescentes que, muitas vezes, não são da rede. Recebemos jovens, adultos e, até mesmo, os pais, para que haja um trabalho em conjunto”, disse.

A secretária defendeu a participação dos pais de modo mais participativo no processo de educação dos estudantes. Conforme ela, a área precisa ser discutida – e desenvolver ações – em conjunto. “Nós só damos continuidade a uma educação que veio de casa, além, lógico, do ensino”, considerou.

Dentro desse contexto, Ângela afirmou que o estabelecimento de um elo entre Educação e comunidade é “essencial para o ensino”. “Essa é uma linha de trabalho que nós seguimos. Sempre estamos convocando os pais”, complementou.

Na maior parte dos projetos, a secretária afirmou que os pais ou responsáveis dos estudantes são chamados a participar. Também afirmou que a resposta obtida pelo Executivo tem sido sempre positiva. “Inclusive, os pais dos menores envolvidos na depredação foram super compreensivos”, falou.

De modo a manter os pais presentes, a secretaria desenvolve ações que os unifiquem com a equipe pedagógica. Também, no mesmo sentido, incentiva os professores a serem colaborativos, uns com os outros. “Somos uma equipe. Temos que caminhar juntos. Ninguém faz nada sozinho”, disse Ângela.

Além do PEF, a pasta da Educação promove eventos como o “Escola Aberta”. Nesse projeto, os pais são convidados a visitar as unidades de ensino e a se integrar sobre as atividades desenvolvidas pelos filhos no período de permanência. “Conscientiza todo mundo”, argumentou a secretária.

Em cálculo

Até a tarde de quinta-feira, 11, a Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Turismo não havia concluído o valor do prejuízo provocado por conta do vandalismo registrado no Cepem. Conforme a titular da pasta, o levantamento financeiro depende da conclusão de reparos em janelas e portas (de madeiras).

De antemão, Ângela afirmou que a Prefeitura teve “um prejuízo razoável”. Segundo ela, além de danificarem os materiais – que não puderam ser reaproveitados –, os menores quebraram boa parte dos equipamentos e mobiliário.

Os cadernos, folhas de sulfite, lápis de cor, borrachas, réguas e demais materiais utilizados no ensino tiveram de ser repostos. A Prefeitura retirou do estoque que mantém para atender casos de alunos que ingressam na rede municipal no decorrer do ano os itens necessários para manter o Cepem em operação.

A secretária explicou que o Executivo realiza compra dos materiais no início de cada ano letivo, mas mantém um estoque para atender eventuais necessidades. “Sempre tem uma folga, mas isso vai nos atrapalhar”, argumentou.

Também conforme Ângela, o prejuízo – no caso específico do vandalismo –, ultrapassa o dano material. “O que entristece é que é um dinheiro que poderíamos estar investindo na qualidade para as próprias crianças”, declarou.

Para melhorar a qualidade de ensino, a pasta iniciou processo de revitalização das unidades. De acordo com Ângela, alguns prédios utilizados pelos alunos estão a mais de 15 anos sem receber uma nova pintura.

“Com esse dinheiro que estou empregando na reforma, eu poderia estar revitalizando mais uma unidade”, disse. Segundo a secretária, a recuperação do Cepem é necessária para dar condições de atendimento às crianças.

Com material de limpeza também reposto, a secretaria continua o trabalho de recuperação do centro na vila Esperança. A próxima etapa é a aquisição de novos colchonetes, a recuperação de janelas e a instalação de vidros. Os colchonetes existentes foram queimados, as janelas arrancadas e os vidros quebrados.