Conservatório tem sessões de filmes grátis

“Cine Bibi” é projeto inédito, vai até julho e faz homenagem à primeira-dama do teatro

Filha do patrono do teatro tatuiano, atriz e cantora Bibi Ferreira (foto: AI Conservatório de Tatuí)
Da redação

O Conservatório de Tatuí lança nesta terça-feira, 10, um projeto inédito: o cineclube em homenagem à atriz Bibi Ferreira. A iniciativa, intitulada “Cine Bibi”, prevê sessões de cinema sempre às terças-feiras, a partir das 19h30, no Teatro “Procópio Ferreira”.

Os títulos apresentados no Cine Bibi são da plataforma Petra Belas Artes à La Carte e de outros parceiros. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados com antecedência, através da plataforma INTI, ou na bilheteria do teatro, de segunda-feira a sábado, das 13h às 16h e das 17h às 20h, à rua São Bento, 415, no centro.

Entre títulos nacionais e de diferentes países e gêneros, o cineclube segue agenda temática. Neste mês, em homenagem ao trabalhador, há exibições de filmes que abordam o mundo do trabalho em diferentes realidades. Já em junho, as obras celebram o mês do Orgulho LGBTQIA+. Em julho, as produções terão foco nos musicais.

Para o lançamento do projeto, será exibido o filme “It’s a Wonderful Life” (“A Felicidade Não se Compra”), de Frank Capra. O longa, estrelado por James Stewart, Donna Reed e Lionel Barrymore, tem exibição às 19h30.

A obra fala sobre um anjo enviado do céu para ajudar um empresário desesperadamente frustrado. A missão do anjo é mostrar ao empreendedor como seria a vida dele se nunca tivesse existido. O filme tem categoria indicativa livre.

Dia 17, será a vez de “Domésticas!”, comédia nacional de 2001, com direção de Fernando Meirelles. A história se passa “no meio da sociedade” e mostra um Brasil notado por poucos, formado por pessoas que, apesar de morarem em casas e fazerem parte do dia a dia da nação, “vivem como se não estivessem lá”.

A comédia nacional é indicada para público a partir dos 14 anos. Ela traz no elenco os atores Claudia Missura, Robson Nunes e Tiago Moraes.

O terceiro longa da mostra é “The Square – A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund. A história gira em torno de Christian, um respeitado curador de arte que tenta desesperadamente atrair mais visitantes ao museu que dirige em Estocolmo.

“Porém, após ter o celular roubado, ele perde o controle do trabalho, da vida, e acaba provocando situações drásticas capazes de colocar em jogo os próprios princípios.”

Indicado ao Oscar 2018 de melhor filme internacional, “The Square” é vencedor de mais de 30 prêmios, incluindo a Palma de Ouro no Festival de Cannes 2017. O elenco é formado por Claes Bang, Elisabeth Moss, Dominic West, Terry Notary, Christopher Læssø e Annica Liljeblad. O filme tem indicação classificativa para 16 anos.

“Cabra Marcado para Morrer” é o título da quarta obra cinematográfica a ser exibida pelo cineclube. Trata-se de um documentário nacional, dirigido por Eduardo Coutinho, que integra o elenco junto com Tite de Lemos e Ferreira Gullar.

A exibição está agendada para o dia 31, indicada para pessoas a partir dos 12 anos. O documentário de 1984 retrata o assassinato por latifundiários do líder da liga camponesa de Sapé, na Paraíba, João Pedro Teixeira.

Em junho, o cineclube exibirá mais três produções, começando com “Morte em Veneza”, no dia 7. O drama italiano de 1971 tem direção de Luchino Visconti e elenco formado por Dirk Bogarde, Silvana Magnano, Mariza Berenson, Romolo Valli.

A história é sobre Gustav Von Aschenbach, um compositor austríaco que vai para Veneza na busca por repouso. Baseado na obra homônima de Thomas Mann, “Morte em Veneza” tem classificação indicativa para pessoas a partir dos 16 anos.

Já o público a partir dos 18 poderá conferir “Um Belo Verão”, na sequência do projeto. No dia 14 de junho, o Conservatório exibirá “La Belle Saison” (nome original), romance de 2015, com Cécile de France, Izïa Higelin, Noémie Lvovsky, Kevin Azais. A obra é dirigia por Catherine Corsini.
Ela retrata a França no ano de 1971, quando o país atravessa a época da liberação sexual e o ápice do feminismo. Nesse contexto, Delphine abandona a família no interior do país para descobrir a vida intensa na capital francesa, Paris. Chegando lá, conhece Carole, que vive com o namorado Manuel. Delphine e Carole se aproximam e iniciam uma história de amor.

O último longa de junho será “Maurice”, filmado no Reino Unido. Trata-se de um drama romântico com a temática LGBT, dirigido por James Ivory e com James Wilby, Hugh Grant, Rupert Graves, Denholm Elliott, Simon Callow, Billie Whitelaw, Barry Foster, Judy Parfitt, Phoebe Nicholls e Ben Kingsley no elenco.

Indicado para pessoas a partir dos 14 anos, o filme aborda o conflito interno de um jovem “na busca pela aceitação de seu ser”. “Depois que é rejeitado pelo amante, o personagem principal, preso pela opressão da sociedade, na era eduardina, tenta chegar a um acordo e aceitar sua sexualidade”.

A maratona de exibições chega ao fim em julho, quando quatro trabalhos serão exibidos. O primeiro deles é “Samba Riachão”, um documentário brasileiro dirigido por Jorge Alfredo. A sessão está agendada para o dia 5.

Produzido em 2001, o documentário aborda a vida de Riachão, um cronista musical da cidade de Salvador, que, aos 80 anos, torna-se testemunha de todas as transformações pelas quais passou a música popular brasileira e vivencia os meios de comunicação no decorrer do século 20. É através das histórias do cronista que o filme apresenta um relato histórico da MPB.

No dia 12 de julho, o público assistirá “A Flauta Mágica”, uma comédia sueca de 1975, dirigida por Ingmar Bergman e com Ulrik Cold, Josef Köstlinger, Irma Urrila e Birgit Nordin no elenco. Trata-se de uma versão fílmica de ópera homônima.

Repleto de simbolismos maçônicos de Mozart, o longa se desenvolve quando a Rainha da Noite (Birgit Nordin) oferece a filha dela, Pamina (Irma Urrila), a Tamino (Josef Köstlinger), um andarilho encontrado na floresta pelo servo da rainha, Papageno (Håkan Hagegård). “Porém, para isso, Tamino precisa trazê-la de volta de seu pai e sacerdote que só pratica o bem”, Sarastro (Ulrik Cold).

“Simpatia pelo Demônio”, na tradução para o português, é o documentário inglês do dia 19 de julho. Apresenta a reflexão de Godard sobre a sociedade, a política e a cultura de 1968 enquanto os Rolling Stones ensaiavam “Sympathy for the Devil”, no estúdio. A análise é feita por meio de cinco vinhetas diferentes.

“Buena Vista Social Club” encerra a programação. A obra será exibida em 26 de julho, narrando a viagem do guitarrista Ry Cooder a Cuba, em 1996, para gravar um CD com artistas que estavam no ostracismo.

Dois anos depois, ele volta à ilha na companhia do cineasta Wim Wenders e de uma pequena equipe para filmar o documentário. Em seu testemunho, “Wenders se isenta de comentários políticos e privilegia a riqueza da música e a sabedoria dos veteranos”.

O “Cine Bibi” faz parte das novidades anunciadas pelo Conservatório de Tatuí para o primeiro semestre de 2022. Também estão previstas atrações regulares para o público infantil e ações de incentivo aos artistas e coletivos de Tatuí e região.

A iniciativa presta homenagem à atriz e cantora, diva de vários musicais brasileiros e considerada a primeira-dama do teatro nacional. Bibi Ferreira é filha do ator Procópio Ferreira – um dos mais relevantes nomes das artes cênicas no Brasil e que dá nome ao teatro do Conservatório de Tatuí.

Para a diretora executiva da Sustenidos, Alessandra Costa, “o cineclube simboliza a união entre artes cênicas e a música que ocorre na instituição”.

“Como Bibi era filha de Procópio Ferreira, outro grande ator que dá nome ao local onde acontecerá o cineclube, achamos que seria lindo ter pai e filha juntos no mesmo espaço. Hoje em dia, as pessoas podem encontrar quase todo tipo de filme nas plataformas de streaming, mas a sensação de estar na sala com outras pessoas e assistir às obras em grande formato me parecem bem mais interessantes. Então, criamos este espaço de formação e compartilhamento, que combina muito com o Conservatório de Tatuí”, declarou ela, por meio da assessoria de comunicação do CDMCC.