Conservatório de Tatuí recebe pela primeira vez festival belga ‘Big Bang’

Projeto que envolve atividades musicais é voltado a crianças e jovens

Festival em Lisboa, Portugal, atrai a atenção de crianças e jovens (Foto: Divulgação)
Da redação

Nos dias 14 e 15, o Conservatório de Tatuí promove o Big Bang Festival, uma programação gratuita que envolve apresentações musicais, instalações sonoras e concertos voltados ao público infantojuvenil.

De acordo com a Sustenidos, Organização Social de Cultura – instituição que gerencia o Conservatório -, o festival é uma iniciativa da companhia belga Zonzo Compagnie, que se uniu a parceiros locais em 11 países “para inovar e propor um novo cenário musical para o público jovem”.

O festival já passou por diversos países europeus e norte-americanos e, em 2023, por meio da parceria com a Sustenidos, é realizado pela primeira vez no Brasil e na América Latina.

“Há vários anos, a Sustenidos sonha em realizar o Big Bang no Brasil, e, para nós, é uma alegria imensa dar esse pontapé inicial na parceria com a Zonzo Compagnie, a qual traz uma perspectiva da música feita para crianças muito inovadora”, divulgou a assessoria da OS.

Sobre o conteúdo do projeto, o cocriador Nelson Soares explica que “a curadoria do Big Bang 2023 se deixou conduzir pelo desejo de provocar uma explosão de sensações e sentidos, de estímulos auditivos, visuais, até mesmo táteis, de possibilidades de conexão entre vários estilos e propostas musicais”.

“A forte conexão entre som, música e imagem é uma ideia que permeia todas as apresentações, oficinas, instalações, filmes. Esperamos que o público saia dali maior, mais atento, mais vivo, permeado por uma transbordante alegria”, comentou.

Com uma dinâmica diferente de festivais tradicionais, conforme a assessoria, “o Big Bang insere o público no centro da ação e o envolve como participante ativo”. Ela explica que, no evento, são apresentados “músicos de qualidade, artistas sonoros, compositores e grupos que respeitam a experiência e a criação da música como uma aventura”.

Ainda, que a programação do festival permite e estimula o público a participar de diversas atividades e “vivenciar uma experiência abrangente, na qual a escuta e a observação alternam-se com a participação em atividades interativas”.

“A ideia é que as famílias venham para passar a tarde toda, fazendo uma imersão, participando de várias atividades. Caso não consigam participar de tudo, é possível voltar no dia seguinte para assistir o que faltou”, explicou.

A Sustenidos destacou a importância que o Conservatório tem na formação musical e teatral de crianças, ao reconhecer que faltava, na instituição, atividades de difusão para a faixa etária entre quatro e 12 anos, que, segundo ela, soma mais de 700 alunos.

“O ‘Big Bang’ vem preencher essa lacuna, proporcionando à cidade e à região uma alternativa de divertimento de altíssimo nível, com entrada gratuita”, reforçou.

A primeira edição do “Big Bang” no Brasil conta com a curadoria do fundador do festival, o belga Wouter Van Looy, e a cocuradoria do brasileiro, Nelson Soares, músico integrante do duo O Grivo.

Da Bélgica, virão três espetáculos únicos: “Thelonious”, uma homenagem a Thelonious Monk; “Farfelu”, uma performance “extravagante” com interação entre música e animação; e “SP!N”, que levará o público a uma “viagem sonora” com Junior Akwety e Jochem Baelus.

O Brasil está representado pela acordeonista Lívia Mattos, os percussionistas Pax Bittar e Paulo Santos (um dos fundadores do grupo Uakti), apresentando os espetáculos “Retumbantes”, pelos quais, explica a Sustenidos, “exploram a música como forma de comunicação entre figuras excêntricas, fundindo-as com a linguagem circense”.

Ainda conta com a experiência da “Aquasinestesia Instrumental Kids”, um poema sonoro que “conduz à sensação, ao paladar e à fragrância”, explorando timbres a partir de objetos de uso cotidiano; e “Chama”, uma “ode musical às florestas brasileiras”.

Além dos espetáculos, o “Big Bang” oferece atividades interativas, como o cortejo da POIN (Pequena Orquestra Interativa), a qual convida o público a contribuir com o arranjo da performance musical, e o cortejo “Derivas Sonoras”, no qual Marco Scarassati propõe uma “caminhada de escuta” e percepção dos sons da cidade.

As instalações sonoras, como “Criaturas Instrumentosas”, de Adriano Castelo, “Bater Timbó”, do duo O Grivo, e “O Tom das Cores”, da Zonzo Compagnie, permitem que os visitantes “experimentem a criação de sons de maneiras únicas e divertidas”.

O projeto traz, ainda, oficinas de “histórias sonoras”, com as quais as especialistas em sonoplastia Guta Roim e Rachel Rocha ensinam as crianças a gravar histórias apenas com som, sem palavras.

Nos “aquabatuques”, os participantes aprenderão, com a “Orquestra de Objetos Desinventados”, a criar sons usando água e objetos do cotidiano, até a construção de instrumentos de sopro em forma de máscara, com a oficina “Máscaras Sonéticas”.

Além disso, a Zonzo Compagnie apresenta a série de vídeos criados durante a pandemia da Covid-19, na qual, de acordo com a Sustenidos, “mergulham o público em um mundo surreal, onde a música está presente em todas as ações do dia a dia”.

“Com uma programação diversificada e repleta de criatividade, este evento promete ser um marco na cena cultural do país”, conclui a assessoria.

O festival

O “Big Bang” é realizado desde 2010 pela companhia belga Zonzo Compagnie, dirigida por Wouter van Looy, com o apoio da União Europeia, que permitiu a cooperação estrutural entre diferentes casas culturais de diferentes regiões da Europa.

O festival é realizado anualmente em Bruxelas (BOZAR), Lisboa (Centro Cultural de Belém), Stavanger (Stavanger Konserthus), Lille (Opéra de Lille), Antuérpia (de Singel), Atenas (Centro Cultural Onassis), Hamburgo (KinderKinder), Sevilha (Instituto de la Cultura y las Artes de Sevilla) e Ottawa.

Em 2015, recebeu o selo EFFE e o prêmio EFFE, de melhor festival da Europa.

Para a programação de cada edição do festival, a Zonzo Compagnie trabalha em colaboração com as casas de cultura locais. Após o festival, eles se reúnem para “trocar ideias” e projetos e montar coproduções.

“Uma interação inspiradora em função de uma missão comum: tornar as riquezas do mundo da música acessíveis às crianças de uma forma aventureira”, segue a assessoria.

Os ingressos para cada atividade podem ser adquiridos gratuitamente pela internet e na bilheteria do teatro, de terça-feira a sexta-feira, das 13h às 16h, e das 17h às 20h.