Conselho Afro realiza eventos durante mês da Consciência Negra

Integrantes da Academia ao Ar Livre visitam escolas com o projeto “Amarelinha Africana” (foto: arquivo pessoal)
Da reportagem

O Dia da Consciência Negra – celebrado em 20 de novembro no Brasil – não foi estipulado como feriado na cidade, contudo, até o final do mês, o Conselho Municipal Afro-Brasileiro de Tatuí realiza uma série de atividades em comemoração à data na cidade e em municípios da região.

Conforme o professor José Mesquita dos Santos, presidente do CMA, neste ano, a programação envolve palestras nas escolas e apresentações que vão desde jogos de capoeira até a “Amarelinha Africana” – desenvolvida em Tatuí pelo grupo Academia ao Ar Livre, no qual Santos ministra aulas.

“O nosso maior foco é trabalhar com a Amarelinha Africana, que é uma atividade que contribui muito para o entrelaçamento das pessoas, a cooperação, o fortalecimento da máquina humana e a consolidação da filosofia africana ‘Ubuntu – Eu Sou Porque Nós Somos’”, destacou o professor.

Nesta quarta-feira, 20, a partir das 8h30, a comemoração acontece na Praça da Matriz, com uma mostra da “Amarelinha Africana” e apresentação de “kuduro” – um gênero musical e de dança originário de Angola – com o angolano Manoel Mambo.

Ainda na quarta-feira, no período da tarde, o professor tatuiano segue para Tietê, com membro da Academia ao Ar Livre e representantes do Conselho Afro, onde também promoverão palestras e apresentações culturais.

Na quinta-feira, 21, a equipe da Academia apresenta a “Amarelinha Africana”, às 10h e às 13h, no Colégio Adventista e, no sábado, o grupo participa do evento “Semana da Consciência Negra: Raízes Históricas do Racismo Estrutural Brasileiro”, no Movimento Popular Práxis.

Conforme a organização, a atividade acontece das 16h às 18h30, na rua Prudente de Moraes, 684, centro, ministrada por Renan Santos com o objetivo de promover reflexão sobre as desigualdades raciais existentes no Brasil.

“Vamos participar da palestra na Práxis e de todos os eventos que citarem a história do negro para mostrar nosso conhecimento, a nossa força, levar mais informações e reflexões sobre o assunto”, mencionou Santos.

O professor destacou que a programação em celebração ao mês da Consciência Negra começou no domingo, 17, com o encerramento do “Projeto Afro Apaeana – A Cultura da Igualdade”, no teatro do Conservatório.

O programa foi desenvolvido pela Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Tatuí ao longo de todo o ano letivo de 2019, com apoio do Conselho Municipal Afro-Brasileiro e do Núcleo Afro-Feminino.

As ações do projeto contemplaram oficinas de musicalização, grupo afro reggae, dança, maculelê, capoeira, contação de histórias, artes plásticas e gastronomia com uma equipe multidisciplinar, formada por profissionais de diversos segmentos.

Conforme Santos, na segunda-feira, 18, estudantes da Emef “Professora Terezinha Vieira de Camargo Barros” receberam apresentações da “Amarelinha Africana” e rodas de conversas com o angolano Manoel Mambo.

“Falamos da cultura africana e levamos um africano, que está aqui no país, para mostrar um pouco da força da cultura afro e promover um momento de reflexão com os alunos”, ressaltou o professor.

Segundo Santos, a programação deve continuar nos próximos dias com novas visitas em escolas que ainda devem ser agendadas. Ainda neste mês, o conselho deve promover uma palestra em Sorocaba, a alunos participantes do Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e a Violência).

“Vamos continuar com eventos especiais durante todo o mês. Nossa intenção é levar informação, conscientização e a cultura afro-brasileira para as escolas da nossa cidade e de toda a região”, concluiu Santos.

A lei que instituiu o Dia da Consciência Negra foi promulgada em janeiro de 2003, pelo governo federal, com o intuito de incentivar a reflexão para questões referentes à inclusão do negro na sociedade e à discriminação. Cabe aos municípios aderir ou não às comemorações e estipular a data como feriado.

No mesmo dia, em 1695, morria Zumbi dos Palmares, criador do maior quilombo da então colônia brasileira (onde escravos fugitivos recebiam abrigo), a qual alojava, aproximadamente, 30 mil pessoas. Pela luta contra a escravidão, tornou-se símbolo na história nacional.