Da reportagem
O relatório divulgado pelo Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito) na quarta-feira, 19, com dados referentes ao mês de abril, aponta não ter ocorrido nenhuma morte por acidente de trânsito no quarto mês do ano em Tatuí.
O índice é o melhor para o mês desde 2015, quando teve início a série histórica do estudo. No ano passado, um homem de 71 anos morreu atropelado por um automóvel na avenida Vice-Prefeito Pompeo Realli. O acidente foi registrado no dia 21 de abril, por volta das 11h.
No mesmo período de 2019, duas vítimas fatais foram registradas. Um homem de 74 anos morreu vítima de atropelamento na rua José Antônio de Souza e um homem de 53, por acidente de moto, na rua Benedito Nunes – todos no perímetro urbano.
Ainda no mesmo mês, foram contabilizadas duas mortes em 2018, uma em 2017, cinco em 2016 e quatro em 2015. Nos seis anos mais recentes, morreram mais homens (93,33%) que mulheres (6,67%). As principais causas foram atropelamento e colisão.
Na comparação entre os quatro primeiros meses dos dois anos, o Infosiga aponta ter registrado duas mortes a mais por acidente de trânsito em relação ao mesmo período de 2020, passando de três para cinco (66,6%).
No mesmo período do ano passado, houve o atropelamento do idoso de 71 anos em abril e o óbito de dois condutores de motocicletas, entre 18 e 24 anos, em acidentes de trânsito, sendo um ocorrido em janeiro e outro em março. Os respectivos acidentes ainda envolveram um automóvel e um caminhão em colisões.
Já neste ano, o primeiro acidente ocorreu na manhã do dia 28 de janeiro, vitimando um motociclista de 43 anos. A vítima colidiu a moto na traseira de um caminhão no quilômetro 109 da rodovia Antônio Romano Schincariol (SP-127).
Em fevereiro, mais dois acidentes fatais aconteceram. As duas vítimas estavam na direção e eram do sexo masculino: um deles, de 21 anos, condutor de motocicleta, falecido em acidente na rua 11 de Agosto, na tarde do dia 7; e um motorista de automóvel de 66 anos, morto em acidente na rodovia SP-127 na noite do dia 27.
Em março, outras duas pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito. Na manhã do dia 10, um motociclista de 52 anos morreu ao colidir com um automóvel no quilômetro 21,3 da rodovia Mario Batista Mori, a SP-141.
Já no dia 12, um pedestre de 71 anos morreu atropelado por um carro no quilômetro 141 da rodovia SP-127, enquanto cruzava a via. As cinco vítimas deste ano eram do sexo masculino.
O mês de abril foi o primeiro deste ano com número de mortes por acidentes abaixo dos registrados no ano passado. Nos três primeiros meses, a cidade registrou consecutivos aumentos na comparação com 2020: de zero para um em janeiro, de um para dois em fevereiro e de um para dois em março.
Balanço anual do Infosiga, divulgado em janeiro, com dados até dezembro de 2020, mostrava redução nos índices. Conforme o estudo, as mortes haviam caído 13,63% nos 12 meses, em comparação ao mesmo período de 2019, passando de 22 para 19, enquanto os acidentes fatais baixaram de 21 para 18 (menos 14,28%).
O número é o menor desde 2016, quando o município também havia registrado 19 mortes em 12 meses. Em 2018, 24 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito e, em 2017 (o pior da série histórica), 29 óbitos foram registrados em um ano.
Os dados do Infosiga são atualizados mensalmente pela Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros. As corporações encaminham dados do SioPM (Sistema de Informações Operacionais da PM), que soma os acionamentos de viaturas para atendimentos.
Maio Amarelo
O Departamento de Mobilidade Urbana credita a queda nos índices às campanhas educativas, principalmente a do Maio Amarelo – celebrado durante todo o mês com ações em relação à segurança no trânsito – e às mudanças realizadas no trânsito tatuiano nos últimos anos.
Conforme o DMU, neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus, as ações do mês de maio são realizadas de forma virtual, por meios dos canais oficiais da prefeitura, com informações e orientações sobre diversos temas.
Ainda de acordo com o departamento, um dos focos abordados na campanha educativa é conscientizar motoristas e passageiros sobre a importância do uso do cinto de segurança, equipamento obrigatório para a segurança no trânsito.
De acordo com dados apontados em levantamento do DMU, deixar de usar o cinto de segurança foi a maior causa de multas no trânsito tatuiano em 2019 e 2020. As multas por falta do uso do cinto de segurança superam em 55,59% as ocorrências flagradas nos 12 meses de 2019.
No ano passado, a irregularidade rendeu, em média, nove autuações por dia – 24% do total de multas aplicadas durante o período. Em 2019, foram pelo menos seis multas diárias por não uso do cinto – 14,54% do total.
Os dados consideram as ocorrências flagradas diariamente pelos fiscais de trânsito, tanto de condutores como de passageiros, nos bancos dianteiros ou traseiro, sem a utilização do equipamento de segurança.
Conforme o Código de Trânsito Brasileiro, deixar de utilizar o cinto de segurança é considerado infração grave. Quem for flagrado nessa situação está sujeito à penalidade de cinco pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e pagamento de multa de R$ 195,23.
O DMU já realiza campanhas focando no assunto, mas a intenção é intensificar o tema durante 2021, relembrando a obrigatoriedade e a importância da utilização do cinto de segurança, por meio de ações educativas.
Não fatais
Em contrapartida, o número de acidentes não fatais, que nos três primeiros meses vinha apresentando queda, acabou tendo um salto de 26,08% no mês de abril, na comparação com o mesmo período de 2020, passando de 46 para 58 registros.
Em abril deste ano, os casos não fatais foram registrados nas noites de sexta-feira (sete casos), tarde de sexta-feira (sete), tarde de segunda-feira (seis), tarde de domingo (quatro), madrugada de segunda-feira (três), manhã de sexta-feira (três), noite de sábado (três), noite de terça-feira (três), tarde de quinta-feira (três) e tarde de sábado (três). Outros 16 óbitos não tiveram as datas especificadas pelo sistema.
Os índices de acidentes sem vítimas mostram que as colisões representaram a maior parte do número de registros em abril deste ano: somente nesta categoria, foram 27 casos, 46,55% do total.
Os indicadores de “outros tipos” de acidentes (capotamento, tombamento e quedas) representaram 18,96% dos acidentes sem vítimas fatais no quarto mês do ano, com 11 registros.
Na terceira posição das maiores causas de acidente do mês, aparecem os atropelamentos, com uma ocorrência – o que representa 1,72% do total no período.
O choque (ocasião na qual um dos veículos ou objeto atingido não está em movimento) aparece em seguida na posição das causas de acidente do quarto mês do ano, também com uma ocorrência (1,72%). Outros 18 acidentes não tiveram as causas definidas.
A maior parte (79,31%) das ocorrências não fatais ocorreu dentro do perímetro urbano. Nas rodovias, os registros de acidentes sem mortes representam 20,69% dos casos sem vítimas fatais.