Cidade pode ganhar 2 pontes provisórias

 

A Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura começou os preparativos para a construção de uma ponte de madeira que ligará o Jardim Paulista à vila Dr. Laurindo. A Prefeitura ainda trabalha com a possibilidade de o Exército ceder material e mão de obra para a construção de uma passagem sobre a antiga Ponte do Marapé.

Na semana passada, engenheiros do Executivo analisaram a ponte do Jardim Paulista e decidiram interromper totalmente o fluxo de veículos no local, por risco de desabamento.

A estabilidade do dispositivo foi prejudicada após entulho da ponte do Marapé desviar o fluxo de água, direcionado às cabeceiras da obra, causando desmoronamentos e a quebra de um dos pilares de sustentação.

Segundo o secretário municipal de Obras, Marco Luís Rezende, a construção da ponte provisória deve ser finalizada no início de fevereiro. Antes da decisão de construir o dispositivo em madeira, os engenheiros da secretaria estudaram formas alternativas para desviar o fluxo no local.

Entre as possibilidades rejeitadas, esteve a de abertura de ruas que ligariam o Jardim Paulista a bairros limítrofes. Atualmente, os moradores estão utilizando o condomínio Bosques do Junqueira para terem acesso à vila Dr. Laurindo.

De acordo com Rezende, o dispositivo de madeira é seguro e semelhante aos existentes na zona rural. Ele pode ter tráfego de automóveis, ônibus e caminhões. A ponte provisória servirá, inclusive, para acesso do serviço de coleta de lixo domiciliar.

“A ponte tem durabilidade muito grande e com baixa manutenção. A construção dela só exige madeira e é fácil de ser feita. Ela servirá como passagem até a finalização da ponte definitiva”, explicou.

A ponte será erguida pelos próprios funcionários da Secretaria de Obras. Conforme Rezende, a equipe tem experiência na construção de dispositivos semelhantes, na zona rural.

“A ponte é segura, mesmo em dias de fortes chuvas. O assentamento das vigas é feito sobre um berço de madeira e com estacas. Como ela estará assentada em local seco, fora do rio, não terá problemas em dias de chuva, a não ser que haja algum tipo de transbordamento do rio”, explicou.

Os primeiros passos para a abertura de um novo acesso no Jardim Paulista foram dados em conjunto com a iniciativa privada e com a UPD (Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento) de Tatuí, conhecida como “Estação Experimental”.

As toras de eucalipto foram cedidas pela equipe da Estação Experimental. Funcionários da própria secretaria municipal cortaram as árvores e realizaram o transporte. Alguns dos caminhões-prancha foram emprestados por cerâmicas locais.

“Assim que terminarmos a construção da ponte de madeira, vamos fazer a licitação do acesso em concreto. Estamos avaliando colocar em um único contrato a retirada da ponte desativada e a construção da nova”, explicou Rezende.

A ponte provisória será construída a dez metros rio acima do dispositivo original. Até a tarde de segunda-feira, 16, funcionários da Secretaria de Obras já tinham realizado a limpeza, retirando vegetação e arbustos no local onde será instalado o acesso.

O secretário afirmou que o local foi escolhido por precaução. Uma vez estando distante da ponte desativada, não há risco de entulhos do acesso desativado atingirem a construção provisória.

Rezende vislumbra a construção de outra ponte provisória na cidade com a colaboração do Exército. Na sexta-feira, 13, oficiais e engenheiros das Forças Armadas estiveram em Tatuí para vistoriar a situação dos acessos interditados, em especial a ponte do Marapé.

Conforme o secretário, a ajuda foi pedida pela própria prefeita Maria José Vieira de Camargo. Caso seja aprovado, o dispositivo de acesso será construído sobre o canteiro de obras da nova ponte do Marapé. Não haverá prejuízo ao andamento do trabalho.

A Secretaria de Obras espera que seja montada uma estrutura de metal de 50 metros de comprimento. O trabalho, se aprovado, será feito por um contingente de 40 homens do Exército.

A capacidade da ponte poderá ser de até 20 toneladas e apenas um fluxo de passagem de veículos. O tráfego de caminhões e veículos pesados não será permitido.

“O próprio Exército vem com o material e com a mão de obra. A sustentação da ponte é nas bordas, por ela ser comprida. Ela vai ajudar no fluxo de veículos naquela região”, afirmou Rezende.

O secretário de Obras afirmou que o trabalho que poderá ser feito na cidade é semelhante ao executado pelo Exército em cidades de outros Estados atingidas por fortes chuvas no ano passado.

De acordo com o responsável pelo setor de transporte do DMMU (Departamento Municipal de Mobilidade Urbana), o subtenente reformado do Exército Raul Vallerine, o pedido de apoio já foi aprovado pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e está sob análise do Ministério da Integração Nacional.

“O senador José Aníbal (PSDB-SP) vai pessoalmente conversar com o (Raul) Jungmann para dar andamento ao processo burocrático. Segundo o Exército, a ponte demora duas semanas para ficar pronta”, declarou Vallerine.

O militar reformado afirmou que, caso seja aprovado o pedido, virão cerca de oito caminhões do Exército com tratores e equipamentos para a construção da ponte de metal.

Como contrapartida, a Prefeitura disponibilizará acomodação para os militares. Segundo Vallerine, estão sendo estudados o Nebam (Núcleo de Educação Básica Municipal) “Ayrton Senna da Silva” e o alojamento do Conservatório como possíveis locais. Os equipamentos serão guardados na sede da Secretaria de Obras, no Mangueirão.

A expectativa é de que o 2º Batalhão de Engenharia de Combate, sediado na cidade de Pindamonhangaba, venha para a cidade realizar o trabalho. O destacamento é especializado em construção de pontes provisórias para locais em situação de calamidade.