Da reportagem
A Secretaria Municipal de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude confirmou o cancelamento do Carnaval deste ano, devido à pandemia do novo coronavírus. A festa ocorreria entre este sábado, 13, e terça-feira, 16.
De acordo com o secretário da pasta, Cassiano Sinisgalli, a não realização da festa de Momo em 2021 foi tema da primeira reunião do secretariado com a prefeita Maria José Vieira de Camargo, já na primeira semana de janeiro.
“Logo na primeira reunião com a prefeita, falamos sobre o Carnaval. Como já vínhamos acompanhando o cancelamento da festa em outras cidades e não tínhamos certeza sobre como estaria a situação da pandemia na data, optamos por não realizar o evento”, informou o secretário.
A falta de tempo para a organização também foi um dos motivos para o cancelamento, conforme apontou o secretário. Segundo ele, são necessários pelo menos três meses para reunir os blocos carnavalescos e clubes da cidade e programar o evento.
“Normalmente, já faço as reuniões de Carnaval na segunda quinzena de dezembro, para dar início ao planejamento da programação. No final do ano passado, com as restrições do Plano São Paulo, fizemos apenas uma pré-agenda, ainda sem muita expectativa”, disse Sinisgalli.
Para decidir o cancelamento, o secretário afirmou ainda ter priorizado a saúde da população. “Ficamos tristes de cancelar, mas é por um bom motivo. Precisamos dar prioridade à saúde da população, não estamos em momento viável para festa”, justificou.
Sinisgalli ponderou que, sem o Carnaval, pode haver uma perda cultural para o município, lembrando que a SECTLJ já vinha realizando a festa por quatro anos consecutivos.
“Estamos fazendo o Carnaval desde o início do mandato da prefeita e registrando crescimento do evento a cada ano. Começamos com um Carnaval alternativo, e acredito que, agora, somos o segundo maior da região, atrás apenas de Cerquilho, considerado o melhor”, observou o secretário.
“Tínhamos dois ou três blocos e, hoje, temos quase o dobro, com o bloco do Clube de Campo; a Banda do Bonde; o Unidos da Vila, nascido na vila Esperança; o Cordão dos Bichos, já tradicional; o Bloco do Vagalume; e o da Americana, que agora participa também na cidade”, detalhou.
Na edição de 2020, antes do anúncio da pandemia, a prefeitura promoveu “esquentas” de pré-Carnaval, ensaios livres, exposição, o pré-Carnaval da América e quatro dias de evento de rua, na Praça da Matriz, com shows, matinês infantis e desfile de blocos. Com a programação, a SECTLJ contabilizou mais de 20 mil participantes.
“Além disso, tivemos o Carnaval de rua, que, em 2020, aumentamos para três noites e duas matinês. A cada ano o nosso Carnaval estava ganhando mais um pouco, e tudo sem ocorrência de brigas. Conseguimos realizar uma folia gostosa, e esperamos conseguir voltar no ano que vem”, disse o secretário.
Ele acentuou que, no final do ano passado, alguns estados chegaram a anunciar que fariam a festa em julho. Contudo, isso não seria possível para o município, devido à Feira do Doce.
“Mesmo que fosse realizada em julho em outras cidades, nós não tínhamos essa opção. Para nós, a feira dá uma demanda maior e um público maior. Temos que dar prioridade para ela, até porque não sentimos que daria muito efeito fazer um Carnaval no meio do ano”, declarou o secretário.
Sinisgalli acrescentou que a Feira do Doce é tida como o maior evento turístico de Tatuí e do interior paulista, e, por isso, pode dar “maior retorno” econômico para o município.
Com o cancelamento da oitava edição da Feira do Doce, no ano passado, a prefeitura havia anunciado a previsão de promover o evento em sete dias neste ano.
Além dos eventos, o feriado também foi cancelado neste ano. O governador do estado de São Paulo, João Doria, decidiu não conceder ponto facultativo nos dias de Carnaval em todo o estado.
A decisão segue recomendação do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, visando ao controle da expansão da pandemia, e foi anunciada pelo governador, no dia 29 de janeiro, em entrevista coletiva.
Em comunicado à imprensa, a prefeitura de Tatuí anunciou que seguirá as recomendações do estado e não concederá pontos facultativos nos dias de Carnaval.
Com a medida, o feriado está suspenso nas repartições e serviços públicos, que vão ter expediente regular nos dias 15, 16 e 17. O objetivo é impedir aglomerações comuns em festejos de Carnaval, bem como evitar a circulação de pessoas.
“Estamos em uma segunda onda da Covid-19. Não é razoável que festividades e encontros venham a ocorrer diante de uma situação tão trágica e tão difícil”, disse o governador.
“Nós, evidentemente, não estamos impedindo, nem poderíamos proibir, as pessoas de viajarem. Mas não teremos feriado de Carnaval em todo o estado de São Paulo”, acrescentou.