A Prefeitura divulgou, na tarde de ontem, sexta-feira, 5, a causa da erosão de barranco do ribeirão do Manduca, próximo à ponte “Pérsio Santi”, no bairro Marapé.
De acordo com a assessoria de comunicação do Executivo, a administração recebeu laudo da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) que aponta a obstrução de um cano de esgoto como o motivo.
Ainda na sexta, a partir de solicitação da Prefeitura, a Sabesp desobstruiu a tubulação de esgoto. O cano fica próximo à ponte do Marapé e, por conta de entupimento, agravou a condição do solo que está próximo a uma das bases da ponte, o que originou o deslizamento no dia 30 de dezembro, após as chuvas.
Conforme a Prefeitura, a situação “requereu uma atenção especial da administração, desde o início da semana”. A equipe do Executivo concentrou esforços no problema, após rumores em redes sociais, de que a ponte, entregue no dia 10 de agosto do ano passado, poderia estar comprometida.
O ex-prefeito e atual secretário municipal do Governo, Luiz Gonzaga Vieira de Camargo, e o vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva acompanharam os trabalhos da empresa de saneamento. Eles visitaram o trecho que passou pela desobstrução, juntamente com o diretor regional da estatal, Adriano José Branco.
Os engenheiros da Prefeitura também acompanharam os trabalhos. O Executivo informa, ainda, que registrou toda a ação para desobstrução da tubulação.
“A ponte não teve a sua estrutura abalada, conforme os rumores de pessoas mal-intencionadas nas redes sociais. A obra foi bem realizada e a situação que ocorreu foi pontual, em uma margem do ribeirão do Manduca, próximo à ponte, em razão do entupimento de uma tubulação de esgoto da Sabesp, que já resolveu o problema. Existiam pedras comprometendo a vazão, elas foram retiradas”, declarou Luiz Paulo.
De acordo com o vice-prefeito, as pedras devem ter ido parar na tubulação a partir das inúmeras obras realizadas nas imediações da ponte e, também, em função do tempo de construção da ponte, cuja obra chegou a ser paralisada.
Nos próximos dias, representantes da Prefeitura e da companhia de abastecimento devem definir os detalhes para a recomposição da margem ciliar afetada.
De antemão, a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura informou que implantará o sistema de bolsacreto para conter nova erosão.
O titular da pasta, Marco Luís Rezende, garantiu que o deslizamento não afetou a ligação e não representa risco à estrutura dela, uma vez que o trecho que erodiu com as chuvas está apenas perto da ponte, mas não a sustenta.
Por meio de nota, a Prefeitura informou que o deslocamento de terras necessitará de uma “contenção mais eficaz que o reaterro inicialmente previsto no projeto, realizado em 2016”. Inicialmente, o Executivo creditou o deslizamento às chuvas e reafirmou o posicionamento do secretário, de que a erosão não comprometeu a estrutura da ponte do Marapé, batizada de “Pérsio Santi”.
Rezende explicou que a erosão ocorreu na área que pertence a uma cerâmica. De acordo com ele, a incidência de deslizamento naquele entorno é constante. “Ali, sempre dá problema, mas nós já fizemos um orçamento”, relatou.
No final de 2017, a Prefeitura cotou valores tanto para a implantação de bolsacreto quanto para a de gabiões de arrimo. Rezende informa que o Executivo já previa a necessidade da obra e que estuda uma forma de realizá-la o mais rápido possível.
Segundo o titular da pasta, o terreno que margeia o ribeirão é instável. Por conta disso – e atendendo pedido do proprietário da cerâmica –, a Prefeitura começou a estudar um modo de resolver o problema, de forma definitiva.
Rezende ressaltou que a medida não pôde ser realizada em 2017, durante a construção da ponte, porque atrasaria a liberação dela.
O secretário explicou que a Defesa Civil só autorizaria a inauguração depois de realizar vistoria não só na ponte, mas no entorno dela. “Por isso, já estávamos licitando, mas resolvemos aguardar para que não houvesse prejuízo à população”, sustentou.
Em decorrência do novo cenário (o deslizamento de parte do barranco), o secretário reforça que a administração pretende acelerar o processo de contenção. De antemão, Rezende disse que a secretaria optou pelo bolsacreto, por ser mais eficiente e barato que os demais sistemas.
“Vamos usar a mesma técnica que a empregada na lateral da avenida Maria Aparecida Santi”.
O trabalho será realizado em um trecho de 40 metros, que compreende uma curva do curso d’água. “Quando o volume de chuva é grande, o nível do ribeirão sobe. A água que passa pelo talude bate no barranco, causando a erosão”, explanou.
Dona de uma agropecuária localizada no entorno da ponte, a empresária Viviane Guimarães Vanni disse ter ficado preocupada com o deslizamento.
A comerciante mencionou que os empresários com lojas no trecho da rua Capitão Lisboa e da avenida Vice-Prefeito Pompeo Reali, na vila São Cristóvão, amargaram prejuízos no período em que a ligação permaneceu interditada. A reconstrução do acesso levou um ano e cinco meses.
Jeferson Rogério Rodrigues também possui comércio na rua Capitão Lisboa. Ele disse que, em um primeiro momento, concentrou-se em avisar as pessoas que residem no entorno da nova ponte.
Sobre a preocupação dos lojistas, o secretário reforçou que não haverá danos ou interdição. Ele argumentou que, ao contrário do ocorrido quando houve a queda da ponte, em 2016, a situação atual não afeta em nada a estrutura da ligação.
“Na primeira ocasião, aconteceu de escavarem do lado, e a ponte caiu. Agora, não, pois o desmoronamento não é nela, mas perto”, pontuou Rezende.
O secretário informou que a Prefeitura já retomou a instalação das lajotas ecológicas no Jardim Wanderley. O trabalho recomeçou na quinta-feira, 4, um dia depois de um morador do bairro ter feito uma reclamação a um veículo de imprensa.
Ele teria construído uma “ponte de madeira” na frente da casa, por conta de um buraco, para conseguir tirar o carro da garagem.
“Ele (o morador) antecipou a notícia, porque nós estamos programados para fazermos a rua onde ele mora, a Eurides Ribeiro Tavares, nesta quinta”, declarou.
Conforme o secretário, o cronograma inclui a implantação de sistema de drenagem de águas pluviais. “Faremos todos os serviços necessários”, encerrou.
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