Caged fecha semestre com saldo positivo

Responsável pela agência regional do Ministério do Trabalho, Antonio Carlos de Moraes (foto: Diléa Silva)

Apesar de ter registrado queda nos meses de janeiro, maio e junho, o levantamento do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), órgão do Ministério do Trabalho, mostra que o município fechou o primeiro semestre de 2018 com saldo positivo de 116 novas ocupações formais.

O resultado é o melhor dos últimos dois anos, decorrente de 4.388 novas admissões e 4.272 desligamentos, somados durante os meses de janeiro e junho nos 4.774 estabelecimentos avaliados.

De janeiro a junho de 2016, houve redução de 270 postos de trabalho. Até o final do mesmo ano, 902 empregos foram extintos. No ano passado, o primeiro semestre teve o fechamento de 253 empregos formais, sendo que, até dezembro, o déficit chegou a 389.

O mediador de negociações coletivas da agência regional do Ministério do Trabalho, Antonio Carlos de Moraes, ressalta que o resultado deste primeiro semestre é um pequeno avanço para reduzir o desemprego no município.

Contudo, ele argumenta que os números ainda precisam ser “mais altos” para representar mais equilíbrio no mercado de trabalho.

“Não dá para tomar apenas estes dados como um avanço, temos que enxergar a realidade do mercado de trabalho. O saldo positivo foi ótimo, mas, precisamos fechar outros semestres em alta para considerar a situação equilibrada”, avaliou.

Dos oito setores estudados pelo órgão do Ministério do Trabalho, três sofreram redução de ocupações no primeiro semestre: comércio (-136), administração pública (-26) e serviços industriais e utilidade pública (-10).

Moraes reforça que o comércio é um dos setores que mais sentiram o peso da crise econômica e que a situação vem se arrastando desde o começo do ano.

“Mesmo na crise, muitos seguraram os funcionários até onde deu, acreditando em uma melhora, e, agora, a partir do momento que esta expectativa acabou, eles acabaram demitindo”, avalia.

Em contrapartida, de janeiro a junho, a indústria de transformação contou com saldo positivo de 146 contratações; construção civil, com mais 97 novos postos de trabalho; serviços, com saldo de 21 ocupações, agropecuária, extração vegetal, caça e pesca, com acréscimo de 13 vagas; e extrativa mineral, com mais 11 postos.

O ano começou negativo para a geração de empregos em Tatuí, com o fechamento de 11 postos de trabalho, em janeiro. Contudo, nos três meses seguintes, o Caged registrou saldos positivos.

Em fevereiro, o município contou com a criação de 300 novas vagas; em março, foram abertos mais 23 novos postos de trabalho; e, em abril, o número chegou a 70 novas contratações.

No balanço geral do semestre, os três meses compensaram a perda de janeiro e também a redução de empregos formais que voltou a ter saldo negativo nos meses de maio (-40) e junho (-226).

“Até o mês de março, existia uma esperança de melhora na economia nacional, muitas empresas acreditaram nisso e geraram novas contratações. Porém, depois de alguns meses, considero que esta expectativa se frustrou, não só a nível local, mas também na esfera nacional, e, devido a isso, muitos acabaram demitindo”, pondera.

Em junho, quatro setores tiveram queda em Tatuí. A maior parcela de desemprego foi contabilizada na área de prestação de serviços, com 175 admissões e 302 demissões, apresentando saldo negativo de 127 empregos.

O mediador atribui o saldo negativo ao fechamento da Dolly e reforça que, para os próximos meses, a expectativa é de que o setor cresça.

“Aqui em Tatuí, o fechamento da empresa de refrigerantes acabou afetando o segmento. Mas, a tendência para o mês de julho é ficar equilibrado, ou com um pequeno percentual positivo, até porque, no Estado, o setor fechou com saldo positivo”, afirma.

A indústria de transformação é a segunda área que mais registrou baixa no índice de empregos: no segmento, houve redução de 76 postos de trabalho, com 124 admissões para 200 demissões.

Em seguida, vem o comércio, com 185 trabalhadores contratados e 250 desligamentos, saldo negativo de 65 postos de trabalho. Na sequência, aparece a área extrativa mineral, com duas admissões e três desligamentos.

Ainda em junho, três dos oito principais setores econômicos tiveram saldo positivo. O principal deles é o de construção civil (23), seguido por agricultura, silvicultura e criação animal (18), e serviço industrial de utilidade pública (2).

Para Moraes, os setores que mais devem crescer nos próximos meses serão os de construção civil e agropecuária. No mês passado, o mediador já havia adiantado a O Progresso que previa alta nas contratações destes setores.

Na área de construção civil, a expectativa do órgão é de que as obras retomadas pela Prefeitura gerem novos empregos. A agropecuária, segundo Moraes deve ser fortalecida por estar em período de safras.

“Estamos em um período de safra de corte de cana, e os empregadores desta área, geralmente, têm que admitir um número maior de funcionários para poder fazer a colheita com tempo hábil para colocar os produtos no mercado”, aponta.

“A tendência é que estes setores (construção civil e agropecuária) cresçam gradativamente nos próximos meses. Em julho, o saldo deve ser positivo novamente, talvez ainda pequeno, mas vai manter o crescimento. Isso já é bom”, acrescenta.

O Caged fornece informações sobre trabalhadores regidos pela CLT (Consolidações das Leis do Trabalho) e que possuem carteira assinada. O levantamento não leva em consideração funcionários públicos estatutários e trabalhadores na informalidade.

Dados regionais e nacionais

O desempenho regional do mês de junho na microrregião de Tatuí, que inclui as cidades de Boituva, Cerquilho, Cesário Lange, Laranjal Paulista, Pereiras, Porangaba, Quadra e Torre de Pedra, foi de 51 novos trabalhadores empregados. Foram admitidas 2.147 pes-soas e despedidas 2.096.

As estatísticas do semestre também mostram saldo positivo para a região, com um aumento de 1.792 empregos formais nestas cidades. As que mais empregaram entre os meses de janeiro e junho foram: Boituva (671); Laranjal Paulista (518); Cerquilho (471); Tatuí (116); Porangaba (104) e Torre de Pedra (14).

Os municípios de Pereiras e Cesário Lange fecharam com saldo negativo, de menos 80 e 22 empregos, respectivamente, enquanto a cidade de Quadra registrou 47 admissões e o mesmo número de desligamentos.

Ainda conforme o Caged, no Brasil, o emprego formal manteve-se estável em junho. Foram registradas, no mês, 1.167.531 admissões e 1.168.192 desligamentos, que resultaram em saldo negativo de 661 vagas.

No acumulado do ano, o saldo ficou positivo em 392.461 empregos, um crescimento de 1,04% em relação ao primeiro semestre de 2017.

Se considerados os saldos dos últimos 12 meses (julho de 2017 a junho de 2018), o resultado também é positivo. Foram criados 280.093 postos formais, 0,74% a mais que no período anterior. Com isso, o montante de empregos no país ficou em 38,21 milhões.

As atividades que mais criaram vagas foram as ligadas à agropecuária, que teve saldo positivo de 40.917 empregos, resultantes de 113.179 admissões e 72.262 desligamentos, uma expansão de 2,58%.

As culturas que mais contribuíram para esse resultado na agricultura foram as de café e laranja. Nos cafezais, foram criadas 14.024 vagas, principalmente em Minas Gerais. Já o cultivo da laranja foi responsável pela abertura de 8.903 postos, sobretudo em São Paulo.

As atividades de apoio à agricultura (11.297 postos) também foram destaque na agropecuária, especialmente em São Paulo (9.617 postos).

O segundo melhor desempenho da economia no mês de junho foi o do setor de serviços industriais de utilidade pública, com saldo positivo de 1.151 postos, resultado de 6.849 admissões e 5.698 desligamentos.

As áreas que mais empregaram foram as de coleta, tratamento e disposição de resíduos não perigosos. Houve, ainda, geração de empregos na captação, tratamento e distribuição de água e na distribuição de energia elétrica.

O setor de serviços ficou estável em junho, com saldo de 589 empregos formais, consequência de 480.517 admissões e 479.928 desligamentos. As demais áreas da economia tiveram desempenho negativo no mês.

O comércio foi o setor com o pior resultado de junho, com retração de -0,23% em relação a maio. O saldo do mês ficou em menos 20.971 vagas, devido a 279.271 admissões e 300.242 desligamentos.

Em seguida, veio a indústria de transformação, que admitiu 176.249 trabalhadores e desligou 196.719, apresentando saldo negativo de 20.470 vagas, uma queda de 0,28% em relação ao mês anterior.

Com distribuição do emprego entre as modalidades criadas a partir da “modernização trabalhista” (lei 13.467/2017), em junho de 2018, houve 13.236 desligamentos mediante acordo entre empregador e empregado, envolvendo 10.053 estabelecimentos.

Um total de 18 empregados realizou mais de um desligamento. São Paulo foi o Estado que teve a maior quantidade de desligamentos (4.039 vagas), seguido por Paraná (1.465) e Rio Grande do Sul (1.170).

Esses desligamentos ocorreram nos setores de serviços (6.388), comércio (3.414), indústria de transformação (2.017), construção civil (698), agropecuária (556), serviços industriais de utilidade pública (87), extrativa mineral (34) e administração pública (42).

As dez principais ocupações envolvidas foram as de vendedor de comércio varejista (778), faxineiro (521), auxiliar de escritório (481), assistente administrativo (433), operador de caixa (363), motorista de caminhão (320), alimentador de linha de produção (286), vigilante (285), porteiro de edifícios (262) e recepcionista (213).

Na modalidade de contratação por trabalho intermitente, houve 4.068 admissões e 1.380 desligamentos, gerando saldo de 2.688 empregos, envolvendo 1.299 estabelecimentos.

Um total de 30 empregados firmou mais de um contrato na condição de trabalhador intermitente. Os Estados com maior saldo de emprego nesta modalidade foram São Paulo (873 postos), Rio de Janeiro (286) e Paraná (229).

O saldo de emprego dos contratos intermitentes distribuiu-se por serviços (1.348 postos), comércio (483), construção civil (372), indústria de transformação (366), agropecuária (109), extrativa mineral (6) e serviços industriais de utilidade pública (4). A administração pública não registrou desligamento nesta modalidade.

As dez ocupações com maiores saldos de emprego foram as de assistente de vendas (315 postos), recepcionista (147), alimentador de linha de produção (120), servente de obras (119), garçom (102), cozinheiro (81), faxineiro (72), pedreiro (60), carregador (54) e vigilante (48).

No mês de junho, foram registradas 4.525 admissões em regime de tempo parcial e 3.537 desligamentos, gerando saldo de 988 empregos, envolvendo 2.875 estabelecimentos.

Um total de 27 empregados celebrou mais de um contrato em regime de tempo parcial, sendo três com jornada acima de 24 horas. Os Estados com maior saldo foram: Ceará (149 postos), Rio de Janeiro (132) e Paraná (85).

Do ponto de vista setorial, o saldo de emprego em regime de tempo parcial distribuiu-se por: comércio (461 postos), serviços (327), indústria de transformação (79), administração pública (70), construção civil (28), serviços industriais de utilidade pública (13) e agropecuária (10).

As dez ocupações com maiores saldos de emprego em regime de tempo parcial foram as de vendedor de comércio varejista (109), assistente administrativo (107), repositor de mercadorias (105), operador de caixa (91), auxiliar de escritório (77), faxineiro (69), operador de telemarketing técnico (66), recepcionista (42), motorista de ônibus urbano (41) e embalador a mão (33).