Arquiteta Maíra de C. Barros lança livro sobre a fábrica São Martinho

Sessão de autógrafos da tatuiana será promovida neste próximo sábado

Publicação pode ser adquirida diretamente com a autora (foto: divulgação)
Da reportagem

Maíra de Camargo Barros estuda o complexo da fábrica São Martinho há mais dez anos, desde quando ainda era estudante no curso de arquitetura, em Campinas.

Sua iniciação científica e o trabalho final de conclusão de curso (TCC) abordaram um projeto de conservação e restauro da tecelagem São Martinho, conteúdo que agora faz parte de um livro a ser lançado neste sábado.

Arquiteta e urbanista, Maíra é formada pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e especialista em gestão de obras de conservação e restauro do patrimônio cultural pelo Ceci (Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada), mestranda do programa de pós-graduação em história na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e autora do livro sobre o processo histórico e projeto arquitetônico do complexo São Martinho.

Anos de pesquisa e especialização na área resultaram no livro “Fábrica São Martinho: Do Protagonismo Familiar ao Patrimônio Cultural”, que terá recepção e sessão de autógrafos neste sábado, 30, no Espaço Jardim Babilônia, à rua Martiniano Azevedo, 140, bairro 400.

Maíra de Camargo Barros, autora da publicação (foto: divulgação)

A ideia do livro surgiu junto aos estudos, mas foi após ter sido contemplada pelo edital do Proac 22/2019 (de produção e publicação de obras sobre patrimônio histórico e cultural material e imaterial no estado de São Paulo) que a autora conseguiu viabilizar o lançamento neste ano, apesar de atraso causado pela pandemia.

“Sempre me interessou publicar estas pesquisas, e vi no edital Proac a possibilidade de fazê-lo. Os custos de editoração e impressão de publicações são altos, e contar com o subsídio e chancela do Proac foi essencial”, contou a autora.

O exemplar, de cerca de cem páginas e formato 25 cm 25 cm, teve impressão independente, com auxílio do edital, e estará disponível para venda neste sábado e posteriormente através do e-mail da profissional: arqmairacbarros@gmail.com.

A abordagem do livro é voltada à área arquitetônica do complexo, com um apanhado histórico da fundação da companhia São Martinho e todo o processo de industrialização de São Paulo entre os séculos 19 e 20.

Além disso, a obra apresenta detalhes da planta desde o início das primeiras construções até a configuração atual e metragem quadrada de cada área, com fotos inéditas.

A arquiteta ressalta que, a partir do livro, “busca a valorização do conjunto como bem não só de relevância histórica, mas também arquitetônica e cultural”.

Ela lembra que, atualmente, a fábrica São Martinho tem sua importância chancelada pelo órgão de preservação estadual, o Condephaat, e está em processo de estudos para tombamento estadual. Maíra, inclusive, participa da comissão do processo.

Ela também já foi presidente do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico de Tatuí (Condephat), entre 2017 e 2019, e atualmente representa o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado de São Paulo (CAU-SP) junto ao órgão municipal.

Sobre o processo em andamento, a arquiteta e autora explica: “O tombamento é um reconhecimento do valor cultural, histórico, arquitetônico de determinado bem, pelo órgão responsável pela preservação do patrimônio, seja na esfera municipal, estadual ou federal. É um mecanismo legal que tem por objetivo garantir que o bem seja preservado para as futuras gerações”.

Após anos de estudo desse patrimônio tatuiano e com experiência no desenvolvimento de inventários arquitetônicos, consultorias na área de patrimônio cultural e projetos de conservação e restauro, Maíra ressalta: “Já passa da hora de uma força conjunta se mobilizar em favor da sua preservação, que ainda é possível, mas não sabemos até quando”.

“A fábrica foi palco de importantes movimentos na cidade, como o operário, o cultural e no cooperativismo do plantio de algodão. É fundamental que a população, que foi a grande protagonista da indústria, com sua força de trabalho, tenha a oportunidade de se apropriar da nossa cultura e história”, destaca ela.