Abertas inscrições para edição 2014 de ‘ciclo de conciliação’





David Bonis

Conciliações serão realizadas no fórum da comarca em novembro

 

Quem estiver interessado em resolver alguma pendência jurídica de forma mais rápida, pode fazê-lo por meio da Semana Nacional de Conciliação, evento do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Trata-se de uma “força-tarefa” na qual os tribunais e fóruns do país, coordenados pelo CNJ, mobilizam-se para concluir processos de diversas áreas do direito. Isso significa que, durante o ano todo, são feitas as conciliações.

As vantagens, no entanto, são os índices de acordo firmados durante a “Semana” e também a rapidez, de acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

O evento acontecerá entre os dias 24 e 28 de novembro. No entanto, é preciso se inscrever, até 15 de outubro, para participar. Pelo modo convencional, recomendado pelo Tribunal de Justiça do Estado, a inscrição deve ser feita pelo site da entidade (www.tjspjus.br/conciliar).

A realização do processo via endereço eletrônico – e a audiência propriamente dita – não precisa da presença de advogado, ou seja, o próprio requerente pode solicitar.

As inscrições para conciliações referentes às pendências familiares, como divórcio, pensão alimentícia, guarda de filhos, reconhecimento de união estável e outros, são feitos por meio do site. Vale ressaltar que podem ser demandas que já têm processo em andamento na Justiça, ou não.

De acordo com a assessoria, para outras áreas do direito, as inscrições também são aceitas pelo site, como as correspondentes a finanças, que envolvem, por exemplo, dívidas com bancos, planos de saúde, telefonia e casos de direito do consumidor.

No fórum da Comarca “Alberto Santos”, as inscrições para conciliações de pequenos processos de âmbito financeiro, sobretudo referentes a processos de cobrança indevida, também podem ser feitas no balcão do Juizado Especial Cível. Basta fazer a petição no local. Nestes casos também não é necessária a presença de advogado.

Ainda no município, as audiências que vão compor a Semana Nacional de Conciliação ocorrerão no fórum “Alberto Santos”. O evento é coordenado pelo juiz Marcelo Nalesso Salmaso, da Vara do Juizado Especial Cível e Criminal, que está de férias no momento.

De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, a conciliação é mais vantajosa em comparação ao modo convencional com que os processos são concluídos, pois é de graça e mais rápida. “Muito mais que o andamento de um processo”, divulgou o setor.

Além do mais, não abre possibilidade de recurso da decisão e, como as partes encontram uma solução juntas para o entrave jurídico, “raramente” o acordo é descumprido, garante a entidade.

Para se ter ideia, na edição do ano passado da Semana Nacional de Conciliação, foram realizadas mais de 17 mil audiências em todo o Estado de São Paulo, de acordo com dados do próprio TJ. Nessas conciliações, foram firmados pouco mais de 7.800 acordos, que movimentaram R$ 30 milhões.

Para o TJ, os casos que participam da Semana Nacional da Conciliação têm “bons” índices de acordo. No que diz respeito ao processos ligados à área de família, por exemplo, esse índice gira em torno de 90%, e as empresas participantes oferecem condições diferenciadas de parcelamento de dívidas, de acordo com dados do tribunal.

As conciliações no município podem acontecer sem a presença de advogado e até de juiz. Sem a presença de um magistrado, a sessão é coordenada por um conciliador. Essa pessoa é “contratada”.

Ela não precisa ser advogada, mas é praxe dentro do fórum de Tatuí o setor que cuida dessa área enviar para as faculdades de direito da região os editais avisando que estão contratando conciliadores. Vale ressaltar que é dada “prioridade” para estudantes de direito, mas qualquer pessoa pode ser conciliador.

No entanto, o interessado passará por um processo de seleção. Um dos principais requisitos é ter “reputação ilibada”. Caso seja aprovado como conciliador, o interessado terá que ter aval de um juiz.

Caso haja resposta positiva do magistrado, o novo conciliador terá vínculo de um ano. Durante esse período, ele só pode desistir da função após pedir um termo de desistência.

Vale lembrar que, para ser conciliador, o interessado não é remunerado. Trata-se de um serviço voluntário.