Raul Vallerine
Na convivência, o tempo não importa. Se for um minuto, uma hora, uma vida. O que importa é o que ficou deste minuto, desta hora, desta vida. (Mario Quintana)
A família é a primeira comunidade à qual uma criança tem acesso. É dentro dela que determinadas atitudes; como demonstrar e receber carinho, compartilhar, respeitar, falar e escutar, entre tantas outras; são aprendidas por meio do convívio.
Conviver bem com a família é fundamental para o bem-estar emocional, psicológico e social das pessoas. A família é o núcleo básico da sociedade, e é nela que aprendemos a conviver em grupo, a compartilhar responsabilidades, a desenvolver relações de afeto e a lidar com conflitos.
A convivência familiar saudável pode trazer muitos benefícios para a vida das pessoas. Quando há um ambiente de apoio e compreensão em casa, isso contribui para a formação de uma autoestima saudável, ajuda no desenvolvimento da inteligência emocional, melhora a capacidade de resolução de problemas, estimula a criatividade e aumenta a sensação de segurança e pertencimento que essa rede de apoio oferece.
Cada indivíduo é único, e esse é um fato que não pode ser ignorado. Mesmo aqueles que vêm de uma mesma família e receberam a mesma criação são diferentes e têm a sua própria forma de agir e enxergar as coisas, simplesmente porque vivenciaram experiências que nunca serão exatamente iguais. É daí que surgem as divergências, pelo fato de cada um ter o seu ponto de vista sobre um mesmo assunto.
Se você deseja dominar a arte de conviver em família e fazer do seu lar um ambiente harmônico, em que todos podem se sentir livres para serem quem são, precisa considerar os aspectos que serão apresentados a seguir.
Toda essa ênfase na palavra diálogo se deve ao fato de que esse é realmente um elemento indispensável para a boa convivência em família. Dialogar vai além disso e envolve expor sentimentos, dizer sinceramente o que pensa sobre determinado assunto, enfim, realizar uma troca genuína. A comunicação é a solução dos nossos problemas.
Uma parte do diálogo que merece ser abordada com destaque é o ouvir. Embora pareça óbvio que uns ouçam os outros, a verdade é que nem sempre essa ação é realizada na essência, acolhendo verdadeiramente o que o outro diz.
Sentar juntos em volta da mesa apenas para fazer uma refeição ou à frente da TV sem ter qualquer diálogo não é o mesmo que passar um tempo de qualidade. Para isso, é necessário que todos se concentrem naquele momento, sem distrações (como o celular) e desfrutem da presença uns dos outros em plenitude.
Você se lembra quando foi a última vez que demonstrou afeto por um familiar? Caso tenha sido recente, ótimo, mas, se faz tempo, aproveite para começar a fazer isso com mais frequência.
Se há algo que todo ser humano vai fazer é falhar, até mesmo aqueles a quem mais amamos. Falar sobre isso é necessário porque, muitas vezes, colocamos uma carga muito pesada sobre os ombros dos nossos familiares, principalmente os pais, classificando-os como seres perfeitos e infalíveis.
Quando criticamos as atitudes de uma pessoa, automaticamente nos colocamos sobre um pedestal de perfeição, pois, momentaneamente, temos a sensação de que nunca erramos, o que não é verdade.
Madre Teresa de Calcutá, conhecida por se dedicar a causas sociais, disse certa vez algo muito interessante e que nos faz refletir sobre a importância da boa relação familiar. Ela afirmou: “O que você pode fazer para promover a paz mundial? Vá para casa e ame a sua família”.
Realmente, é na família que o caráter de um indivíduo começa a ser formado. Quanto mais nos ocuparmos em cuidar das nossas crianças e dar a elas bons exemplos, melhores cidadãos formaremos para o mundo.
Então, antes de pensar em ter qualquer atitude externa para construir um mundo mais justo, lembre-se do seu círculo familiar em primeiro lugar, pois essa é a semente mais poderosa que poderá plantar. E você, ser de luz, como age para conviver bem com a sua família?