A ADOLESCÊNCIA

“É imprescindível dizer aos filhos que Deus os colocou sob a tutela dos pais para que estes os dirijam pelo caminho do bem”.

A ADOLESCÊNCIA

O primeiro amor e a primeira desilusão, a rebeldia e a disposição de mudar o mundo são sentimentos próprios de uma etapa da existência marcada por intensa atividade de iniciação, decisiva para a vida posterior do indivíduo. A adolescência normalmente é vivida como um período em que coexistem grandes transformações e crise profunda.

Entende-se como adolescência a fase compreendida entre a infância e a idade adulta, durante a qual se definem os caracteres sexuais secundários e se evidenciam as qualidades específicas do indivíduo.

A importância que psicólogos e educadores atribuem à adolescência é fenômeno recente. Até o começo do século XX, a etapa de transição era breve e caracterizada principalmente por alterações biológicas.

A integração à vida adulta se dava de forma mais imediata, pois os papéis sociais eram menos diversificados e já estavam determinados pela herança familiar. Os estudos antropológicos indicam que nas comunidades primitivas contemporâneas a adolescência é marcada apenas pelo desenvolvimento físico.

O progresso científico e tecnológico trouxe maior complexidade à sociedade moderna e a conseqüente dificuldade de integração do adolescente, além do aumento quantitativo das populações jovens que se verifica em grande parte dos países.

As intensas alterações decorrentes do amadurecimento psíquico e sexual do adolescente provocam um desequilíbrio provisório que conduz posteriormente a um equilíbrio superior. O reconhecimento do mundo exterior se dá na criança pelo contato dos sentidos e pela ação concreta.

Na adolescência, as estruturas intelectuais que comandam o conhecimento se tornam aptas ao raciocínio lógico e abstrato, sem necessidade de apoio na experiência e na ação.

O adolescente é capaz de formular teorias e de desenvolver atitudes críticas e contestatórias. A partir do pensamento abstrato recentemente adquirido, o adolescente elabora planos de vida.

A intensa atividade reflexiva explica a fantasia e a idealização. A integração na sociedade adulta se faz por meio de projetos, sistemas teóricos e mesmo de reformas sociais.

O amor e a vida afetiva assumem grande importância em conseqüência do afastamento da realidade pela via da abstração. A adaptação social definitiva ocorre quando a adolescente parte da criação reflexiva para a realização objetiva de projetos.

Os conflitos que marcam a adolescência sempre existiram e sempre vão existir. A história da cultura e das artes mostra que traços como a impulsividade, a inquietação, a rebeldia e o sentimento de que se pode mudar o mundo são constantes nessa fase da vida, embora a resposta a eles tenha variado muito. De todas as características dos adolescentes, a rebeldia é, de longe, a que mais recebeu atenção.

Diante dos conflitos buscam sempre um senso de justiça e quando há êxito na resolução é um exercício para a autoestima, caso contrário haverá insegurança.

A vivência temporal é focada no aqui e agora, um ano é muito tempo e por isso, não se importam com o futuro.

Para lidar com tudo isso, o apoio dos pais na fase anterior é fundamental, pois uma adolescência saudável começa na infância.

Se a compreensão do universo adolescente é um desafio para os pais, que já vivenciaram essa fase imagina para os próprios adolescentes que estão no meio do turbilhão. Portanto, a compreensão e o direcionamento para a fase adulta pode ser um bom caminho diante dessa fase de transição.