Da redação
Em 150 anos, a população preta de Tatuí cresceu em ritmo lento, em números absolutos, e regrediu, na mesma marcha, em termos percentuais, em relação aos 123.942 residentes.
Na cidade, a população autodeclarada preta representa 4,13% do total de habitantes. Ao todo, são 5.122 pessoas pertencentes a esse grupo. Os dados são do Censo 2022, divulgado no fim do mês passado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A pesquisa aponta para um aumento de 81,57% em relação a 2010, quando 2.821 pessoas se autodeclararam pretas no levantamento domiciliar. Por outro lado, o primeiro recenseamento realizado no Brasil, em 1872, mostra que houve reduções tanto em termos de percentual da população total como na comparação histórica.
Nesse um século e meio, o total de pessoas pretas mudou. Passou de 2.367 no levantamento geral do país para 5.122 em 2022. São 2.755 habitantes a mais que no recenseamento a cargo da então “Parochia de Nossa Senhora da Conceição de Tatuhy” (grafia da época).
Isso equivale a um incremento de pouco mais de 18 pessoas por ano ou quase dois habitantes por mês. No período histórico, a população preta cresceu ao todo 116,39%, ou 0,78% ao ano.
Apesar disso, a proporção de pessoas pretas sobre o total de habitantes caiu. Em 1872, o grupo representava 19,61% da população. Em 2022, esse valor não chegou a 5%.
Se somadas, as parcelas de pessoas autodeclaradas pretas e pardas equivalem a 28,82% dos habitantes. A contagem é adotada por veículos de comunicação para se referir à população negra.
No total, 35.719 pessoas compõem esse grupo no Censo 2022. Em 2010, elas eram 20.235, um aumento de 76,52% no intervalo de pouco mais de uma década.
Usando essa mesma fórmula (da soma das categorias), a população negra em Tatuí quase no fim do século 19 totalizava 4.294 pessoas. Em comparação com 2022, o aumento foi de 371,24%, ou 2,47% ao ano, contando a partir do primeiro censo nacional.
População indígena em Tatuí cresce 125,42%, indica IBGE