O Progresso de Tatuí em impresso e digital

Em sequência às celebrações e adequações implementadas pelo jornal O Progresso de Tatuí a partir de seu centenário de fundação, em 30 de julho de 1922, a publicação anuncia mais uma profunda mudança em sua dinâmica de trabalho, agora impactando, simultaneamente, em sua periodicidade e na plataforma digital.

Entendendo as tendências da contemporaneidade – cada vez mais fundamentadas na internet -, o jornal, embora mantendo seu profundo e incalculável apreço à tradicional versão impressa, concluiu pela necessidade de investir em novo avanço junto ao portal de notícias, considerando a exigente agilidade natural deste formato de comunicação via web.

Não obstante, isto passa a implicar no encerramento das edições de quarta-feira, com o consequente redirecionamento do trabalho de reportagem ainda mais a favor da instantaneidade, pelo portal de notícias.

Ao longo de um século, inclusive, readequações e, eventualmente, mudanças profundas não deixaram de ser parte inerente ao jornal – que resistiu ao tempo, por certo, também pela percepção das exigências de cada momento histórico, adequando-se à realidade, sem medo, resistência inútil ou mero pudor fútil.

Assim, entre diversas alterações, impôs atualizações em seu logotipo pioneiro, sem, contudo, desrespeitar suas linhas originais. Da mesma forma, teve modificações de formato e sistemas de impressão.

Em 6 de julho de 1986, por exemplo, ganhou o formato padrão nacional de jornais, o chamado standard, que segue até a atualidade. Na sequência, surgiria justamente a edição de quarta-feira, em 7 de janeiro de 1987.

Já o ano de 1988 apresentou um avanço ainda maior: o uso do sistema “offset”, que passou a permitir impressões melhores e uso de fotos, ainda que em preto e branco, com maior frequência.

As primeiras edições em duas cores, por sua vez, começam a surgir em 1993. Em 26 de dezembro daquele ano, a capa era impressa em preto e vermelho, inserindo a cor em espaço noticioso pela primeira vez na história do jornal – sempre na capa e contracapa.

Depois, ampla reforma visual aconteceu a partir da edição de 8 de janeiro de 1995, seguida de uma breve experiência em periodicidade trissemanal, em 1997, concluída no ano seguinte, com a retomada das oito edições mensais.

Ainda em 1997, também marcando os 75 anos da publicação, apresentou-se uma grande novidade: cores na capa e contracapa de todas as edições. A publicação pioneira com uma página toda em cor, contudo, já tinha sido publicada havia mais de dois anos.

Essa página, evidenciando a Igreja Matriz com uma foto de Erasmo Peixoto, marcou a edição especial de aniversário da cidade, na data de 9 de agosto de 1995.

Já no ambiente digital, O Progresso de Tatuí foi o primeiro veículo informativo da Cidade Ternura a disponibilizar por completo todo o seu conteúdo editorial na internet.

Desde 2001, os leitores virtuais encontram no portal www.oprogressodetatuí.com.br não apenas as notícias, mas as colunas de articulistas e os atualmente chamados “publieditoriais” – espaços devidamente identificados e reservados a publicidades pautadas em texto, imagens e links para as redes sociais ou sites dos clientes.

Desde então, o portal permitiu ao jornal se igualar aos “grandes sites da época” (IG, UOL e AOL), extrapolando as fronteiras locais e, principalmente, imprimindo outra dinâmica no “tempo da notícia”.

Com ele, as reportagens ganharam a possibilidade da publicação praticamente em seguida aos fatos, já de forma descolada à periodicidade do impresso.

Há 22 anos, portanto, considera-se tanto a velocidade exigida na internet quanto a importância de se privilegiar o leitor do impresso – ainda o “carro-chefe” dos jornais tidos como tradicionais, tanto na fidelidade de público quanto na receita financeira de anunciantes e assinaturas.

O principal critério, por consequência, tem sido a publicação de tudo o que é chamado em jornalismo de “notícia quente” com a maior agilidade possível no site, reservando para o impresso todo o conteúdo produzido pela reportagem com exclusividade – ou mais “profundidade” sobre o que já é de domínio público.

No momento, o portal de notícias do jornal, denominado O Progresso Digital, mantém média mensal em torno de 45 mil visitantes únicos, conforme indicações do Google Analytics deste mês de dezembro de 2022. (Algo realmente soberbo para os padrões da imprensa nacional).

A nova alteração, portanto, em nada deixa de valorizar o peso, a credibilidade e o respeito sustentados pelo impresso. Ao contrário, objetiva marcar ainda mais determinadas diferenças, distanciadas, quase que ao extremo, entre a rapidez, no ambiente digital, e a profundidade, no impresso.

Com este propósito, basicamente, “O Progresso Digital” intensifica sua dinâmica, com postagens em ritmo ainda mais acelerado, além de, gradativamente, vir a incorporar novas formas e ferramentas de comunicação, como podcasts, vídeos e, entre outras novidades, conteúdos exclusivos aos assinantes.

Em razão da importância de se reconhecer e valorizar justamente os assinantes, os espaços exclusivos, a serem implementados ao longo de 2023, acontecerão através do chamado sistema de “paywall”, comuns em grandes veículos de comunicação na internet, os quais permitem acesso controlado de seus conteúdos.

A prática desse sistema, naturalmente (até porque isto não interessa ao público em geral e nem às empresas de comunicação em particular), não busca tornar os portais inacessíveis, senão apenas garantir o acesso total e determinados privilégios aos seus assinantes.

Obviamente, isto leva em conta, também, que, sem receita, nenhuma empresa – de comunicação ou não – tem condições de concretizar seu trabalho, entregando corretamente seus serviços ou produtos.

Nesta equação, ainda pesa o fato de que nunca se pode esquecer que “informação”, correta e confiável, tem um preço, o qual precisa ser sustentado tanto pelos veículos quanto pelo público – neste caso formado pelos consumidores de notícias reais, pela tal “verdade”, e não por “fake news”, de valor zero em duplo sentido.

Por outro aspecto, O Progresso de Tatuí, exatamente para valorizar sua mais que tradicional versão impressa, também gradativamente, começa a impor mudanças em sua edição de final de semana.

Basicamente, isto corresponde ao investimento em reportagens mais aprofundadas que as da web e, ainda, com um caráter de apanhado semanal dos eventos, tal como nos veículos característicos desta periodicidade, chamados de “hebdomadários”.

Por um aspecto, as mudanças do presente, no impresso, representam um retorno às origens do jornal e, no ambiente digital, mais um passo na direção do futuro.

Entre qualquer tempo, contudo, segue o respeito à função sagrada de bem informar e o compromisso, conforme acentuado no primeiro editorial, de 30 de julho de 1922, de “não ser contra ninguém, apenas a favor do município”, além de, finalmente, manter-se sólido e convicto no trabalho pelo efetivo “progresso de Tatuí”.