Da reportagem
Neste sábado, 27, às 15, o Museu Histórico “Paulo Setúbal” exibe pela primeira vez o curta-metragem “O Tesouro de Tatuí”. Com classificação livre e entrada franca, o trabalho tem produção, direção e atuação da atriz Fernnanda Kesia e do músico Tiago Augusto, que formam o duo “O Reino de Nantes”. A filmagem é de Amanda Balula e Lucas Oliveira.
De acordo com o Augusto, a história exibida no filme retrata a chegada de Cornélia e Astolfo, dois personagens “vindos do passado” e que sonham em se apresentar em Tatuí. Eles integram um dos grupos convidados para a inauguração do “Teatrão”, porém, “não contavam com o que estava por vir”.
Augusto lembra que o “Teatrão” se localizava na esquina da rua Santa Cruz com a José Bonifácio, em frente à praça Martinho Guedes. Lá permaneceu em seus 35 anos de existência, de 1918 a 1953. Na década de 50, faltando acabamento, o teatro, ainda inacabado, foi demolido.
Ao pesquisar mais sobre a história do espaço, Augusto descobriu que se chegou a cogitar que o prédio abrigasse a sede do Conservatório de Tatuí. “Porém, os engenheiros designados a estudar a adaptação julgaram inapropriada a ação, pois a obra teria problemas estruturais”, explicou.
“E assim o Teatrão veio abaixo e nada ali foi construído, ficando o terreno por muitos anos abandonado. O Conservatório, então, alugou provisoriamente o casarão da família coronel Thomaz Guedes, na rua José Bonifácio”, apontou o músico.
Augusto afirmou que a ideia do curta foi fazer algo diferente dos documentários tradicionais, optando por contar uma história sobre a área cultural da cidade. “No começo, estávamos em dúvida sobre o que contar. Graças ao diretor municipal de cultura, Rogério Vianna, as ideias foram clareando e se moldando”, relatou.
A partir disso, Augusto e Fernnanda passaram a frequentar o Museu “Paulo Setúbal” e o jornal O Progresso de Tatuí, a fim de coletarem material sobre a época.
“A ideia do filme é levantar questionamentos, de forma leve, sobre as questões culturais da cidade, principalmente na efervescência da primeira metade do século passado”, pontuou Augusto.
Para ele, ao estudar mais a fundo a história de Tatuí, chegou-se à conclusão de que o município “era para ser uma referência cultural ainda mais do que é hoje”. “E até no âmbito internacional, porque sempre houve um interesse por parte de algumas pessoas em divulgar e desenvolver a cultura da cidade. Estudá-la foi cativante”, frisou Augusto.
A intensão maior do trabalho, para Augusto, é mostrar aos tatuianos a potência cultural da cidade. “De alguma forma, desejo que a arte alcance toda a população, independentemente da cor e classe social. O artista tem que ser o povo, tem que conviver com elas (as classes sociais) e fazer trabalhos para elas. Quebrar padrões de status”, ponderou Augusto.
Para o diretor municipal de cultura, Vianna, a produção fará com que o tatuiano resgate um período da história da cidade de forma sutil, através das interpretações artísticas.
“A partir do enredo, com personagens encantadores, o expectador notará a evolução do município, porém, sem algo especial, que só quem assistir, saberá”, ressaltou Vianna.
“O Tesouro de Tatuí” foi um dos projetos habilitados no edital de cultural 01/2021, do 1º Festival de Arte e Cultural de Tatuí, contando com apoio cultural da prefeitura, do Espaço Cultural “Melody Music Arts” e do jornal O Progresso de Tatuí.
O Museu Histórico “Paulo Setúbal”, local do lançamento do curta-metragem, está situado na praça Manoel Guedes, 98, centro.