Novo caso de morte de animais em Tatuí é denunciado por podologista

Supostos casos de envenenamento têm sido registrados por condôminos

Gato morto em condomínio tatuiano (foto: Tatiana Ribeiro)
Da reportagem

A podologista Tatiana Ribeiro, filha de uma moradora do condomínio residencial Villa Monte Verde, relatou que o gato da mãe dela, chamado “Tigrão”, apareceu morto depois de ficar um dia sumido, na terça-feira, 16. Desde o final do mês de julho, moradores do local têm registrado mortes de seus animais por suposta ingestão de veneno.

Antes, a administradora Flaviane Jubran, também residente do condomínio, já havia contado que acionara a Polícia Militar após encontrar a cachorra dela, da raça pinscher, e dois de seus gatos mortos, na manhã do dia 30 de julho, um sábado.

Flaviane afirmou que, no momento do encontro, estava indo alimentar a cadela e os seis gatos dela, que, até aquele momento, estavam saudáveis. Logo depois, ela foi até a garagem de casa e encontrou dois gatos mortos.

Além do registro policial, a moradora fez uma denúncia na Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (Depa) e nas redes sociais. Flaviane publicou um vídeo dos animais e diversos moradores do condomínio entraram em contato, relatando mais casos de envenenamento de animais, principalmente de gatos. “Muitas dessas pessoas afirmaram ter deixado o condomínio por causa de maus-tratos de animais”, sustentou.

Agora, a O Progresso de Tatuí, Tatiana relata que os pais dela, que também residem no condomínio, perceberam o sumiço do gato no dia 15. “O Tigrão sempre ficava andando pelo jardim na área frontal da casa. Era presença constante, mas, de repente, sumiu”, conta Tatiana.

No dia seguinte, terça-feira, 16, em torno das 11h, uma funcionária de um dos vizinhos de Tatiana encontrou um gato morto, achando que se tratava de um dos animais que ela tratava, “pelo tom de pele”. “Com o desespero, ela chamou a equipe da portaria, que foi até onde o animal estava e o levou para enterrar”, diz Tatiana.

A podologista, ao ver no Facebook o vídeo feito pela funcionária, percebeu que o gato morto se tratava de “Tigrão”, que também havia sumido. “Soube que era o nosso gato na noite de terça-feira”, afirma Tatiana.

Logo após, ela entrou em contato com a portaria, relatando o ocorrido. “O representante do condomínio perguntou se eu gostaria que o animal fosse desenterrado para o reconhecimento, mas descartei essa possibilidade, já que, pelas fotos e vídeos postados, tinha certeza de que era o Tigrão”, acrescenta Tatiana.

Segundo ela, além do gato dela e o da funcionária do vizinho, mais um animal sumiu, porém, somente o dela foi encontrado morto. Os outros dois seguem sumidos. “Não sabemos se também foram enterrados. Estamos investigando”, complementa.

Após o ocorrido, Tatiana entrou em contato com o grupo de moradores do condomínio que está investigando as demais mortes de animais, ocorridas entre o final de julho e início de agosto, para saber se era necessário fazer boletim de ocorrência.

“Em razão de já existir um inquérito sobre os demais casos, que estão sendo investigados, foi recomendado não fazer o BO, e sim relatar o que aconteceu”, explica.

De acordo com a podologista, após as mortes dos animais, a equipe da portaria informou que devem ser colocadas câmaras no condomínio.

Para Tatiana, “é essencial que as mortes sejam investigadas e que se chegue a uma conclusão concreta”. “Essas mortes estão apavorando os moradores que possuem animais de estimação e também os que têm crianças pequenas”, ressaltou.

Tatiana se diz preocupada e com receio de que alguma criança possa se contaminar com os supostos venenos. “Fico imaginando se um animal volta envenenado para a casa e uma criança pegue nele. Esse tipo de situação é horrível, gera insegurança”, concluiu.


 

Comunicado do condomínio

Em nota, a associação dos proprietários do loteamento Villa Monte Verde afirmou que, “apesar do que se tem veiculado, não há provas de que os animais foram envenenados, nenhum animal passou por perícia ou qualquer outro tipo de exame que possa constatar o envenenamento”.

E segue: “Entretanto, existe um inquérito policial em andamento decorrente do registro de ocorrência de uma moradora, no qual a Associação está à disposição das autoridades competentes para auxiliar no que for necessário para o esclarecimento dos fatos.

Além disso, medidas administrativas têm sido tomadas, uma vez que a administração não tem poder de polícia. A Associação, por meio da Administração, tem se reunido com alguns moradores com o intuito de buscar informações que possam esclarecer os fatos e ideias para que, se realmente tenha ocorrido algum tipo de envenenamento, isso não volte a ocorrer.

Acerca do animal citado nesta matéria, segundo reunião com a moradora Sra. Terezinha Ribeiro, mãe da Tatiana, que não reside em Tatuí, e sim em Sorocaba, inclusive com registro em ata, o gato não era de sua propriedade e vivia na rua, o que nos leva a crer que ele entrava e saia da Associação, podendo ter como causa morte diversas possibilidades.

A Associação, atendendo a um pedido de uma outra moradora que informou que sua funcionária também alimentava o animal, o que nos leva a crer que o animal realmente não tinha dono, fez o enterro do mesmo.

Vale ressaltar que o Villa Monte Verde é um dos residenciais que mais contempla área verde no município, sem contar as inúmeras espécimes preservadas e criadas nessas áreas. Desta forma, desconhece e repudia qualquer tipo de maus-tratos animais, inclusive pede que, se houver notícias de ocorrências desse tipo, que sejam denunciadas pelos canais oficiais de comunicação da Associação para as providências cabíveis.

Enfim, mais uma vez a Associação se solidariza com o falecimento dos animais e reitera seu compromisso de não medir esforços para que dentro de suas normas tome as providências cabíveis, estando a disposição para auxiliar no que for necessário nos limites de sua competência.”