“O trabalho social precisa de mobilização das forças. Cada um colabora com aquilo que sabe fazer ou com o que tem para oferecer. Deste modo, fortalece-se o tecido que sustenta a ação e cada um sente que é uma célula de transformação do país.” (Zilda Arns)
A alegria do trabalho
Um psicólogo, interessado em estudar os sentimentos alimentados no íntimo de cada ser, resolveu iniciar sua pesquisa, junto àqueles que estavam em pleno exercício de suas profissões.
Dirigiu-se, então, a um edifício em construção e ali permaneceu por algum tempo a observar cada um daqueles que, de uma forma ou de outra, faziam com que um amontoado de materiais fossem tomando forma de um grande edifício.
Depois de observar cuidadosamente, aproximou-se de um dos pedreiros que empurrava um carrinho de mão, cheio de pedras e lhe perguntou: – Poderia me dizer o que está fazendo? O pedreiro, com acentuada irritação, devolveu-lhe outra pergunta: – O senhor não está vendo que estou carregando pedras?
O psicólogo andou mais alguns metros e inquiriu a outro trabalhador que, como o anterior, também empurrava um carrinho repleto de pedras: – Posso saber o que você está fazendo?
O interpelado respondeu com presteza: – Estou trabalhando, afinal, preciso prover meu próprio sustento e da minha família.
Mais alguns passos e o estudioso acercou-se de outro trabalhador e lhe fez a mesma pergunta.
O funcionário soltou cuidadosamente o carrinho de pedras no chão, levantou os olhos para contemplar o edifício que já contava com vários pisos e, com brilho no olhar, que refletia seu entusiasmo, falou: – Ah, meu amigo! Eu estou ajudando a construir este majestoso edifício!
Neste relato singelo, encontramos motivos de profundas reflexões acerca do trabalho.
Em primeiro lugar, devemos entender que o trabalho não é castigo: – É bênção. Deve, por isso mesmo, ser executado com prazer.
E o meio de conseguirmos isso consiste em reduzir o quanto possível o cunho egoístico de que o mesmo se reveste em nosso meio.
O trabalho é lei da natureza, mediante a qual o homem forja o próprio progresso, desenvolvendo as possibilidades do meio ambiente em que se situa, ampliando os recursos de preservação da vida.
Desde as imperiosas necessidades de comer e beber, defender-se das intempéries até os processos de garantia e preservação da espécie, o homem se vê compelido à obediência à Lei do trabalho.
O trabalho, no entanto, não se restringe apenas ao esforço de ordem material, física, mas, também, intelectual, pelo labor desenvolvido, objetivando as manifestações da cultura, do conhecimento, da arte, da ciência.
Dessa forma, meditemos no valor do trabalho, ainda que tenhamos que enfrentar tantas vezes um superior mal-humorado, um subalterno relapso, porque as Leis Divinas nos situam exatamente onde necessitamos. No lugar certo, com as pessoas certas, no momento exato.
Convém que observemos a natureza e busquemos imitá-la, florescendo e produzindo frutos onde Deus nos plantou.
E, se alguém nos perguntar o que estamos fazendo, pensemos bem antes de responder, pois da nossa resposta depende a avaliação que as leis maiores farão de nós.
Será que estamos trabalhando com o objetivo de enriquecer somente os bolsos, ou pensamos em enriquecer também o cérebro e o coração? Pense nisso!