Da redação
Um vídeo sobre a vida do tatuiano Pedro Henrique de Campos, mais conhecido como professor Pedro, está disponível no MHPS (Museu Histórico “Paulo Setúbal”). Para ver o material é preciso acessar o canal do YouTube do equipamento de cultura.
A homenagem integra o projeto #MuseuPauloSetúbalEmSuaCasa, criado para permitir que a população continue tendo acesso ao acervo da instituição sem precisar comparecer ao espaço de cultura presencialmente. O vídeo foi gravado no dia 25 de outubro de 2019, durante uma das edições da “Noite da Seresta com Ternura”.
A noite é realizada dentro de outra ação colaborativa entre o museu e o Grupo Seresteiros com Ternura. Trata-se do projeto “Ilustres Tatuianos” que tem como objetivo salvaguardar a história de Tatuí e dos tatuianos e do gênero musical.
O homenageado deste mês, com vídeo, é filho de João Pires de Campos e Benedita Gabriel de Campos. Seu Pedro, como também é conhecido, e é viúvo, tendo dois filhos e dois netos. Ele nasceu em Tatuí em 15 de julho de 1944, na chácara Morro Grande, onde hoje está localizado o condomínio Monte Verde.
Iniciou os estudos aos 7 anos de idade, no Grupo Escolar “Eugênio Santos”, percorrendo, aproximadamente, 3km a pé, de sua residência até a escola. Fez isso durante cinco anos, ou seja, do 1º ao 5º ano do atual ensino fundamental.
Em 1955, prestou exame de admissão ao ginásio, no Instituto de Educação “Barão de Suruí”, de Tatuí. Ao ser aprovado, iniciou os estudos secundários na 1ª série ginasial, tendo concluído o curso em 1959, preparando-se para o colegial.
Na época, a escola oferecia três opções no nível colegial: clássico, científico e normal. O curso normal de formação de professores primários exigia, para seu ingresso, um exame vestibular, porém, garantia a oportunidade para os formandos exercerem uma profissão, enquanto os outros dois cursos exigiam continuidade a nível superior para profissionalização. Pedro optou pelo curso normal, sendo aprovado no exame vestibular.
Iniciou o curso de formação de professores primários, o qual realizou de 1961 a 1963, e fez o curso de aperfeiçoamento em 1964. Nesse período, enquanto estudava, trabalhou na técnica de som e locução da extinta Rádio Difusora de Tatuí, e como auxiliar e operador de projeção nos cinemas São Martinho, São José e Santa Helena.
Após concluir o curso de magistério, inscreveu-se como professor substituto no Grupo Escolar “João Florêncio”, enquanto aguardava a oportunidade de ingressar no magistério oficial do estado, por concurso de títulos ou de títulos e provas.
Em 1964 ocorreram inscrições para ingresso no magistério, e Pedro foi aprovado, porém, a chamada dos candidatos aprovados só teve início em 1966. Em outubro daquele mesmo ano, foi chamado para ingressar no magistério, quando escolheu uma vaga no Grupo Escolar do Jardim das Flores, em Osasco, assumindo um cargo efetivo de professor a partir de fevereiro de 1967.
Nessa mesma época, foi aprovado no concurso de educador municipal de Osasco, e passou a trabalhar na Biblioteca Pública Municipal “Monteiro Lobato”.
No Grupo Escolar do Jardim das Flores, conheceu a professora Luiza Aparecida Jorge de Campos, com quem se casou no dia 6 de janeiro de 1973 e viveu com ela até o seu falecimento, em 17 de agosto de 2016. Nessa época, na TV Cultura, havia um programa chamado “Ação Super 8”, que divulgava a recente bitola de cinema mais acessível ao cineasta amador, e o marido da diretora da escola onde Pedro estava lecionando, possuía uma câmera, com a qual registrava os eventos realizados pela instituição.
Pedro graduou-se em pedagogia, com a habilitação em inspeção escolar, pela FESUSP (Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo), em 1974. Em 1976, foi nomeado para o cargo de assistente de diretor da 1ª escola estadual de ensino fundamental da Cohab (Conjunto Habitacional), em Carapicuíba (SP).
Começou a dedicar-se à fotografia e ao cinema Super 8 como hobby, adquirindo equipamentos de filmagem e projeção, e registrando eventos familiares e escolares.
A escola já possuía um projetor 16 milímetros e alugava filmes na Fotóptica de São Paulo para passar, que logo Pedro aprendeu a manejar, com sua experiência anterior com projetores comerciais de 35 mm, nos cinemas em que trabalhou em Tatuí.
De 1977 a 1978, graduou-se em estudos sociais e ciências sociais pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Teresa Martin, na Freguesia do Ó, em São Paulo.
Em 1981, ingressou, por concurso, no cargo de supervisor de ensino, retornando a Tatuí para trabalhar na Delegacia de Ensino, onde permaneceu até sua aposentadoria, em 1999, ocasião em que a delegacia fora transferia para Itapetininga e o atendimento das escolas da região passara a ser feito em Itapetininga.
Nesse período, lecionou na Faculdade Asseta de Tatuí disciplinas nos cursos de pedagogia e estudos sociais. Bacharelou-se em direito em 1989, pela Faculdade de Direito de Itapetininga (FKB – Faculdade Karnig Bazarian).
Foi nomeado em comissão para o cargo de supervisor de ensino municipal a partir de 2005, para dar apoio ao processo de municipalização do ensino fundamental da Prefeitura de Tatuí, permanecendo até o ano de 2012.
Em parceria com o maestro Marcelo Afonso, participou da composição da letra do hino da Escola Estadual “Chico Pereira”, de Tatuí.
Pedro foi acompanhando o progresso das mídias e realizando os registros dos eventos em VHS e DVD, filmando os eventos que constituem a memória da cidade. Em 2014, apresentou a sugestão da criação de um MIS (Museu da Imagem e do Som) para Tatuí, que está se concretizando por meio da lei municipal 5.286, assinada em 5 de setembro de 2018, pela prefeita Maria José Vieira de Camargo.
Atualmente, Pedro participa da instituição filantrópica Núcleo Kardecista Amor e Caridade, pela qual atua desde 2012. O vídeo com a história do tatuiano está disponível no link: https://youtu.be/EfhcUKXeakA, no YouTube do museu.