Da reportagem
Na primeira sessão aberta ao público desde o início da pandemia, na noite de segunda-feira, 23, a Câmara Municipal aprovou dois projetos de lei para dar nomes a prédios municipais.
O primeiro propõe a denominação de Paço Municipal “Prefeita Maria José Gonzaga” ao novo prédio da prefeitura; o segundo, que acabou dando nome de “Enfermeira Carla Cristina Pires Rosário” à base do Samu de Tatuí, localizada rua Prefeito Alberto dos Santos, 285.
Os dois projetos foram aprovados em primeira e segunda discussões, por unanimidade, e seguiram para sanção do prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior.
Autor do projeto que batizou o Samu, o vereador Maurício Couto (PSDB), que também é enfermeiro, fez discurso emocionado ao explicar por qual motivo escolheu o nome de “Enfermeira Carlinha” para a unidade e ao contar a trajetória da colega de profissão, morta de forma trágica em 2016, aos 33 anos.
Couto lembrou que ela sempre tivera o sonho de ser enfermeira, “para ajudar os outros”. A homenageada fez os cursos de auxiliar de enfermagem e de técnico de enfermagem e, por oito anos, trabalhou com auxiliar na FBA (Fundição Brasileira de Alumínio).
Ainda concluiu graduação em enfermagem, em Tietê, em 2015, mesmo ano em que se casou e teve sua única filha, Lívia.
No ano seguinte, aceitou convite para trabalhar como socorrista de uma concessionária de pedágio, “o que seria a realização de seu sonho”, acentuou o vereador.
“A sua última foto dela foi com o macacão de resgate, com o sorriso no rosto, indo para a missão de salvar vidas”, lembrou o vereador. No primeiro dia de trabalho, em 1º de julho, ela foi escalada para fazer a sinalização de um acidente na rodovia Antonio Romano Schincariol (SP-127).
Logo nas primeiras horas do novo trabalho, por volta das 20h, enquanto fazia a sinalização, acabou atropelada por uma carreta e faleceu no local.
“Ela não conseguiu fazer nenhum atendimento de resgate porque se tornou uma vítima em menos de duas horas no seu primeiro dia de trabalho”, lamentou Couto.
Porém, ele acredita que “a história inspiradora de Carlinha será lembrada para sempre com a homenagem aprovada pela Câmara”. “A história dela não será esquecida; será eternizada. A história de uma pessoa que entrou de corpo e alma no que acreditava será lembrada para sempre”, finalizou o parlamentar.
O projeto que dá nome à prefeitura, de autoria de João Éder Alves Miguel (MDB) e de outros oito vereadores, foi apresentado na semana passada e substituiu outro, que fora vetado pelo Executivo e pretendia dar o nome de “Prefeito Paulinho Ribeiro” ao paço.
A pedido da própria família do ex-prefeito, contudo, que governou Tatuí entre 1964 e 1967 e entre 1972 e 1976, o veto foi mantido e o outro projeto, apresentado para homenagear a prefeita, falecida no dia 8 deste mês, três dias depois de se licenciar do cargo para o qual havia sido reeleita em 2020.
Requerimentos
Entre 82 requerimentos da pauta da sessão desta segunda-feira, três deles informaram ter como base denúncias recebidas por alguns vereadores de que haveria irregularidades no pagamento de horas-extras na Santa Casa de Tatuí.
Assinado por Micheli Vaz e Fábio Villa Nova (ambos do PP), um dos requerimentos pede que o Executivo informe a relação de funcionários contratados em comissão e que foram emprestados à Santa Casa entre julho do ano passado e junho deste ano e se receberam horas-extras no período.
O vereador Eduardo Dade Sallum (PT), por sua vez, apresentou dois requerimentos para saber quais funcionários da Secretaria de Saúde fizeram e receberam horas-extras entre agosto e outubro de 2020.
O parlamentar também pede que o Executivo aponte a origem das receitas recebidas pelo Fundo Social de Solidariedade no ano de 2020, alegando que parte delas poderia ter sido utilizada para pagar horas-extras. “Horas-extras somente podem ocorrer em situação excepcional e temporária”, ressaltou Sallum.
O Executivo tem prazo regimental para responder aos questionamentos.
