Um Aperto de Mão!

RAUL VALLERINE

Cumprimentar, mandar boas energias, agradecer e orar, tudo ao mesmo tempo. Nenhuma saudação à distância poderia ser mais completa que o indiano Namastê. Junte as mãos, arqueie o corpo baixando a cabeça e, pronto, adeus coronavírus!

Uma teoria popular sobre a origem do aperto de mão indica que ele começou como um gesto de paz.

A pandemia do novo coronavírus certamente vai influir na forma como nos relacionamentos, como nos portamos socialmente e como nós tocamos. Um abraço, algo aparentemente tão corriqueiro para países como o Brasil, teve de se transformar em um cumprimento à distância.

Embora muitos entendam que o aperto de mão vai ser extinto ou, ao menos, vai cair em desuso, muitos outros não pensam assim.

Consideram que a saudação voltará ao normal assim que tiver uma vacina que proteja as pessoas contra o novo coronavírus.

Entendemos, que o coronavírus veio para mostrar que atitudes básicas de higiene e podemos chamar de etiquetas básicas de higiene, sempre foram essenciais no dia a dia da população.

A pandemia mexeu com tudo no Planeta. Influenciou novas modalidades de relacionamentos e fez com que pessoas que estavam distantes se aproximassem e expressassem em pensamento ou via redes sociais sentimentos de carinho e fraternidade.

A caridade também passou a ser exercitada em maior amplitude, já que muitos perderam seus empregos e passaram a viver da ajuda de outrem e de grupos de solidariedade.

As entidades de amparo e religiosas tiveram de se adaptar para receberem seus seguidores e não deixar de fornecer além do alimento material, o espiritual, pois que nestes momentos que a tristeza invadiu os lares em razão da perda de pessoas amadas pela doença, a melancolia com depressões se acentuou.

Certamente vamos sair desta situação mais fortes e com mais fé, e cada um poderá avaliar no que melhorou no que diz respeito caminhar na direção na evolução almejada pelo Pai.

Também o beijo, o abraço, o afago foram postos de lado, pois que passou a ser risco de contágio, e muitos que não respeitaram isso foram causa de contaminação, amargando procederes errôneos.

Mas talvez um dos gestos mais comum que mais ficou prejudicado foi o aperto de mão, esse costume que sempre fez parte ao longo dos tempos.

O aperto de mão que é a consolidação mais respeitosa e calorosa existente foi relegado a segundo plano, sendo substituído pelo famoso “soquinho” ou abano de mãos.

Um aperto de mão sempre disse tudo, principalmente quando acompanhado do olhar no olho e de uma expressão simples “como vai”. Ele selava compromissos dos mais delicados até gesto de agradecimentos.

Claro que existiram apertos de mão que aconteceram apenas para cumprir protocolo ou formalidades, sem haver neste momento uma energia salutar, calorosa.

A mão estendida sempre será o gesto de maior apoio, o aperto de mão, vamos lembrar daquelas pessoas que sempre nos confortaram e nos ajudaram com a mão sincera, principalmente a Mão Amiga do Mestre que nunca deixou de nos ser estendida, para nos levantar e dar forças para seguirmos em frente.

Temos que quebrar esse costume porque, de fato, essa é realmente uma das principais maneiras pelas quais você pode transmitir uma doença de origem respiratória.

O cumprimento faz parte da cultura, especialmente do povo brasileiro. Para curto prazo, as pessoas devem ter mais receio em dar as mãos, em fazer esse aperto bem típico d nossa terra.

É bem cultural do Brasil o calor humano, mas no momento precisamos levar isso muito a sério. Esperemos mais um pouco. Nos cuidemos. Façamos nossa parte. Depois da vacina, nossas vidas devem voltar ao normal aos poucos.