Da redação
Um casal foi indiciado e deve responder por lesão corporal, violência doméstica, omissão de socorro, maus-tratos, submeter criança a vexame, abandono material e ameaça. As vítimas são três meninos e uma menina (todos com menos de dez anos), filhos da mulher, que acabou presa, na terça-feira, 10.
Conforme o boletim de ocorrência registrado pela Guarda Civil Municipal, por volta das 10h30, uma equipe foi acionada, via rádio, para dar apoio a um atendimento do Conselho Tutelar em uma residência na vila Santa Adélia.
No local, segundo a GCM, uma conselheira tutelar afirmou ter recebido denúncia de que as crianças que residem no imóvel seriam agredidas frequentemente pelo padrasto. Ela relatou que a menina, “possivelmente”, havia sido vítima de abuso sexual e o garoto mais velho, espancado até defecar na roupa. A conselheira ainda contou que o padrasto ameaçava as crianças de morte com um facão.
De acordo com o boletim, a mãe confirmou à conselheira que o companheiro havia agredido os filhos dela. À conselheira, as crianças também confirmaram as agressões, sendo que o menino mais velho mostrou hematomas em diferentes partes do corpo, causados por socos, tapas, chutes e cintadas. Além disso, as vítimas mostraram que o padrasto guardava dois facões enferrujados embaixo do colchão do casal.
Conforme a GCM, mãe e as crianças – com exceção de um recém-nascido, filho do casal acusado – foram encaminhadas à UPA (unidade de pronto-atendimento) para realização de exames de corpo de delito. Os guardas apreenderam os dois facões, de 40 e 50 centímetros.
Posteriormente, no plantão policial, segundo o BO, a conselheira afirmou que as crianças haviam contado que o padrasto espancava a menina todos os dias, jogando-a contra a parede e dando murros na cabeça dela.
A conselheira disse, conforme o BO, ter sido informada de que, após o menino mais velho ser agredido pelo acusado e defecar na roupa, ele correu e se escondeu no banheiro. Segundo ela, o padrasto pegou um facão e correu atrás do garoto, porém, uma irmã dele o impediu de entrar no banheiro.
Ainda de acordo com o boletim, a representante do Conselho Tutelar declarou na denúncia ter sido informada de que o padrasto teria dito a um vizinho que “estava criando a menina para uso dele”.
Além da apreensão dos facões e expedições de requisições para que as vítimas realizassem exames no IML (Instituto Médico Legal), o delegado determinou que policiais civis encontrassem o padrasto das crianças.
No entanto, conforme o boletim, o indivíduo seria ajudante de motorista e estava em São Paulo. Após ser avisado de que os policiais o procuravam, “de modo anormal, o suspeito deixou o caminhão em Cesário Lange e desapareceu”, não sendo encontrado por telefone ou no endereço dele e dos pais. Desta forma, ele foi indiciado indiretamente para ser preso preventivamente.
A mãe das crianças, segundo o BO, acabou autuada por maus-tratos, omissão de socorro e abandono material. Ela já havia recebido uma advertência do Conselho Tutelar, em 2018, por maus-tratos contra os filhos.
Já as crianças, de acordo com o BO, foram encaminhadas para escuta especializada e realizarem exames no IML de Itapetininga, dando prosseguimento às investigações sobre abuso sexual.
A reportagem de O Progresso entrou em contato com a Polícia Civil e a SSP (Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo) sobre o caso. No entanto, não recebeu informação sobre o paradeiro do acusado até o fechamento desta edição (sexta-feira, às 16h).