Da reportagem
O número de mortes por causas naturais teve aumento de 31,75% em outubro deste ano em comparação ao mesmo mês do ano passado. Entretanto, houve queda de 7,78% entre o nono e décimo mês de 2020.
Os dados são apontados por levantamento do Portal da Transparência do Registro Civil, órgão administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).
As estatísticas, consultadas na tarde de quinta-feira, 5, apontavam um total de 83 óbitos declarados em outubro deste ano, enquanto, em setembro, 90 pessoas perderam a vida por causas naturais.
Apesar da redução entre um mês e outro, o índice representa o mês de outubro com maior número de declarações de óbitos desde 2017 – quando o município registrou 84 óbitos.
Nesse mês de 2019, foram emitidas 63 declarações de óbito. Em comparação com setembro de 2018 (69), 2020 apresentou acréscimo de 20,28% nas mortes.
O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país. As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos com os falecimentos) que dão origem às certidões de óbito, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.
Desde o início da pandemia, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeitos ou confirmados) e, ao longo dos meses, novos módulos abrangendo mortes por doenças respiratórias e cardíacas foram adicionados ao portal, com filtros por estado e município.
Os números levantados pelo portal ainda mostram que os casos de mortes por causas naturais, nos meses de março a outubro deste ano – durante a quarentena – deste ano, tiveram aumento de 15,56% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Conforme o relatório, entre os dias 16 de março e esta quinta-feira, 5, 661 mortes por diversas causas foram registradas na cidade. Já no ano passado, foram emitidas 572 declarações de óbitos no mesmo período.
Segundo o levantamento, o crescimento foi de 89 óbitos no período de março a novembro. O maior crescimento, em percentual, aconteceu em março, com 15 mortes a mais que no mesmo mês do ano passado, passando de 26 para 41 (57,69%).
Ainda em comparação a 2019, os dados mostram aumento de 67 para 70 casos (4,47%) em abril, de 67 para 90 (34,33%) em maio, 78 para 93 (19,23%) em junho, 75 para 98 (30,67%) em agosto e 79 para 90 (13,92%) em setembro.
O mês de julho aparece com 9,61% menos mortes, passando de 104 para 94. Já nos cinco dias de novembro, em relação ao mesmo período do ano passado, houve redução de 84,62%, passando de 13 para dois casos.
As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão inclusos os óbitos por Covid-19, a SRAG (síndrome respiratória aguda grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia (choque séptico).
Até às 15h de quinta-feira, o registro apontava35mortes por insuficiência respiratória, 86 por pneumonia, 64 por septicemia, uma por causa indeterminada (ligada a doença respiratória, mas não conclusiva) e três por SRAG.
Além disso, o levantamento mostrava 96 mortes por Covid-19 neste ano. Contudo, a assessoria de comunicação do portal explica que, quando na declaração de óbito há menção de Covid-19, coronavírus ou novo coronavírus considera-se como causa a Covid-19 (suspeita ou confirmada).
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento aponta 55 mortes por AVC, 59 por infarto e 45 por causas vasculares inespecíficas. Outros 217 óbitos estão relacionados a outros tipos de doenças.
Nos mesmos 234 dias de 2019, houve 2 registros de morte por síndrome respiratória aguda grave, 123 por pneumonia, 30 por insuficiência respiratória, 73 por septicemia e 4 por causas respiratórias indeterminadas.
Além disso, 51 pessoas faleceram por AVC, 30 por infarto, 37 por outras causas cardiovasculares inespecíficas e 222 óbitos estão relacionados às demais doenças.
A atualização do Portal da Transparência pelos registros de óbitos lavrados pelos cartórios de registro civil obedece a prazos legais.
A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro e, depois, até oito dias para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.