Da reportagem
A pré-venda do livro “Memórias de Isolamento – Saudosos Velhos Amigos e Outras Crônicas” já teve início e os assinantes de O Progresso têm vantagens na aquisição da mais nova obra do professor, músico e escritor Henrique Autran Dourado, ex-diretor do Conservatório de Tatuí.
A obra foi publicada no final de maio, pela editora Edicon, e traz um compilado de artigos escritos para a coluna semanal que Autran mantém em O Progresso.
A partir desta semana, por meio de uma parceria entre o jornal e o colunista, os assinantes podem receber um exemplar sem sair de casa, sem despesas com frete e com mais de 20% de desconto.
Autor de diversos livros já publicados, Autran destaca que a obra já nasceu de uma parceria com o bissemanário – a partir de um convite que recebera do jornalista Ivan Camargo, editor do bissemanário, para escrever uma coluna semanal – e que, por isso, a intenção é privilegiar os assinantes.
“Deste convite, vieram os artigos, o blog e agora o livro. Quer dizer, a matéria-prima do livro saiu do jornal, que tem um público amplo, que gosta de música, cultura, arte. Enfim, a coluna é bem lida, tem gente que me encontra e diz que gosta de ler os artigos. Então, a ideia é estreitar laços com O Progresso, acho isso muito importante”, diz o autor.
Apesar de a ação ser direcionada aos assinantes, todos os leitores tatuianos podem ser beneficiados. Pela parceria com o bissemanário, a este público, Autran oferece 10% de desconto sobre o valor de pré-venda.
Assinantes podem solicitar o livro pelo contato@oprogressodetatui.com.br ou pelos fones 3251-3040 ou 3251-4012; já os leitores em geral, pelo memoriasdeisolamento@gmail.com, direto com o autor.
A obra também pode ser encontrada no site da editora, pelo link https://www.edicon.com.br/produto/memorias-de-isolamento-saudosos-velhos-amigos-e-outras-cronicas/ e em outras livrarias virtuais.
Autran conta que a ideia do livro já existia havia anos, porém, diante da indisponibilidade de tempo, foi sendo adiado, até que, com a pandemia da Covid-19, a quarentena fez o que era ideia tornar-se realidade. “O isolamento, ironicamente, veio trazer ímpeto àquilo que adormecia”, comenta.
Na introdução do livro, o escritor detalha que, “não por coincidência, os assuntos abordados nos capítulos mais recentes versam sobre temas relacionados à pandemia”. O primeiro bloco aborda inteiramente o isolamento. São seis textos, que vão da literatura a filmes, músicas e fatos relacionados ao assunto.
Nos capítulos seguintes, o autor aborda personalidades que conheceu ou com quem trabalhou, em maioria, grandes nomes do meio artístico – todos amigos mais próximos, in memoriam –, grupo em que insere também memórias do pai, o escritor Autran Dourado.
“A segunda parte dedico a pessoas que perdemos, com quem tive contato estreito, como a Naomi Munakata, que foi regente do Coro da Osesp e do Coral Paulistano do Municipal”, detalha Autran
Entre os capítulos, também são narradas histórias com Osvaldo Lacerda, grande compositor da fase nacionalista brasileira, e Aírton Pinto, que tocou na Boston Symphony e foi spalla da Osesp, falecido em Boston.
Já na terceira parte, são abordadas histórias de músicos e artistas da MPB ou clássicos e, para fechar com a quarta parte, crônicas diversas, sobre vários assuntos, desde 1915. “Sempre nascidos desse rico embrião que foi O Progresso”, destaca.
Ao todo, 23 artigos são publicados. Os textos originais, que já tinham sido transformados para o blog, foram refeitos, adaptados e, quando necessário, estendidos.
“Dois deles, como um que escrevi para a revista Veja nacional (páginas amarelas, de abertura) e outro para o escritor Autran Dourado – que é meu pai -, têm o dobro do tamanho original da coluna de O Progresso. O do meu pai, por razões obvias”, aponta.
A data do lançamento ainda será definida, contudo, o escritor adianta que a participação em um programa de televisão de rede nacional – que ele preferiu ainda não revelar – deve marcar o lançamento oficial da obra.
“Acho essa parceria de extrema importância. Gosto de Tatuí, tenho amigos aqui, gosto da simpatia da cidade, da maneira como as pessoas se tratam, me apaixonei por essa cidade, quero viver aqui minha aposentadoria e me dedicar a escrever. Este é o estopim e, por isso também, agradeço ao O progresso”, finaliza o Autran.
Henrique Autran
Autran é mestre, doutor e professor (aposentado) pela ECA/USP. Cursou a Fefierj (Uni-Rio), foi bolsista da Orquestra Sinfônica Brasileira, estudou no Berk-lee College of Musica e no The New England Conservatory (EUA).
Entre as experiências de estudo, teve aulas de contrabaixo com Edwin Barker, solista da Sinfônica de Boston, e de composição com Wilian Mckinley, Di Domenica (ex-aluno de Arnaldo Schönberg) e Joseph Maneri (Alban Berg).
Durante a carreira como músico, participou das versões originais de “Gota D’Água”, de Chico Buarque, com Bibi Ferreira, a “A Caverna”, junto com o suíço Walter Smetak (MAM/Rio), integrou orquestras norte-americanas e brasileiras, como a Osesp, com Eleazar de Carvalho.
Como professor, Autran lecionou na EMM do Theatro Municipal de São Paulo e foi diretor da unidade de 1985 a 2008. Também foi criador e diretor da Escola Superior de Música da Faculdade Cantareira de SP (2005).
Atuou como diretor do Conservatório de Tatuí entre os anos de 2008 e 2018, foi palestrante na Universidade de Rchmond (EUA), em 2003, duas vezes compositor da Bienal de Música Contemporânea (RJ) e apresentador, com Marcelo Tas, do programa “Sinfonia Cultura”, da Rádio Cultura FM.
Durante a carreira, ainda atuou na Associação Brasileira de Escolas de Música (Abemus) e na Frente Parlamentar pela Inclusão do Ensino da Música (Alesp), foi curador de música do Sesc Pinheiros, trabalhou como consultor da Fundação Roberto Marinho e parecerista da Fapesp, da USP e da UFRG. É membro da Academia Luminescência Brasileira (Alumbra).
Como escritor, Autran soma obras como “O Arco dos Instrumentos de Cordas” (Edicon, 1998), que recebeu prêmio da Academia Paulistana de História, em 1999; “Pequena Estória da Música” (Vitale, 1999); “Dicionário de Termos e Expressões da Música” (Ed. 34, 2003); e foi colaborador de “Uma Poética Musical Brasileira e Revolucionária”, de Jorge Antunes, da UnB (Sistrum).