Raymundo Farias de Oliveira
Há nesta manhã fria
um silêncio cortante
vestindo o meu bairro.
Silêncio as vezes trincado
pelos cachorrinhos
com seus latidos dispersos
nos quarteirões adormecidos.
Penso que eles – esses bichinhos amorosos –
querem ouvir e serem ouvidos
nessa quietude arrasadora!
Debaixo do cristalino céu
azul de abril – cruel ironia! –
há luto, tédio e solidão…
O coronavírus cobriu o mundo de tristeza
e o mundo está precisando urgentemente
de muito amor, vinho e música!