Da redação
Mesmo com as atividades restritas devido à pandemia do coronavírus, pelo menos até o final deste mês, acontecem mudanças na Câmara Municipal. Somente nos primeiros três dias de abril, dois parlamentares deixaram de ocupar a função.
Miguel Lopes Cardoso Júnior (MDB), que, no início do ano passado, deixou o cargo de vereador para assumir a Secretaria Municipal de Educação, retornou à Câmara na quinta-feira, 2. Desta forma, o parlamentar Fábio José Menezes Bueno (Democratas) volta a ser suplente.
Pelo fato de ocupar o cargo de secretário municipal, a legislação eleitoral exige a desincompatibilização de Cardoso Júnior seis meses antes das eleições municipais, prevista para o dia 4 de outubro, um domingo. Até o momento, ainda não foi definido quem irá assumir a pasta da Educação.
Na tarde de sexta-feira, 3, Rodolfo Hessel Fanganiello (PSB) renunciou ao cargo. Por meio de nota publicada em redes sociais, ele agradeceu o período de 40 meses como vereador no município e informou que retornará a Paranapanema, cidade onde residia.
À reportagem de O Progresso, Fanganiello afirmou que não tinha obrigação de renunciar, porém, que não acha correto seguir ocupando a cadeira no Poder Legislativo. Ainda confirmou ser pré-candidato a prefeito de Paranapanema.
Conforme resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o sábado, 4, era a data-limite para que os candidatos estivessem com a filiação aprovada pelo partido e tivessem domicílio eleitoral na circunscrição em que desejam concorrer ao pleito.
Assim como no período em que Fanganiello se afastou por 90 dias da Casa de Leis para concorrer ao cargo de deputado estadual, em 2018, novamente o primeiro suplente Márcio Fernandes de Oliveira (Cidadania) é o substituto. Ele tomou posse na segunda-feira, 6, no gabinete da presidência da Câmara.
Iniciada no dia 5 de março, encerrou-se na sexta-feira, 3, a “janela partidária”. Nesse período, os vereadores que pretendem concorrer à reeleição ou ao cargo de prefeito nas eleições municipais de 2020 puderam mudar de partido sem correr risco de perder o mandato eletivo.
Em contato com a Câmara Municipal, até a manhã desta terça-feira, 7, nenhum vereador havia oficiado a Casa de Leis a respeito de troca de partido. Além de, neste momento, o Poder Legislativo estar com prazos e atividades suspensas, os partidos têm até o dia 15, uma quarta-feira, para atualizar as listas internas e enviar ao TRE-SP.
Contudo, extraoficialmente, oito parlamentares deixaram os partidos pelos quais se elegeram em 2016: Antônio Marcos de Abreu mudou-se do PL para o PSDB; Daniel de Almeida Rezende, do PV ao PP; Jairo Martins, do PV ao PSD; João Éder Alves Miguel, do PV ao MDB; Joaquim Amado Quevedo, do MDB ao PP; José Carlos Ventura, do PDB ao PSD; Nilto José Alves, do MDB ao PRTB; e Rodnei Rocha, do PTB ao PSL.
A assessoria de Abreu confirmou que o presidente se filiou ao PSDB. Via contato telefônico, Martins, Rezende e Alves Miguel confirmaram à reportagem que trocaram o PV pelo PSD, PP e o MDB, respectivamente.
Rocha afirmou que deixara o PTB e que irá para o PSL. Entretanto, frisou ter sido uma decisão pessoal e que não irá se candidatar nas eleições deste ano para tentar a reeleição.
Alves também confirmou que deixara o MDB. Ele informou a O Progresso que a mudança é devida ao fato de que o partido está na composição da candidatura à reeleição da prefeita Maria José Vieira de Camargo.
Novo representante do PRTB, Alves ainda afirmou ser pré-candidato a vice-prefeito. O parlamentar pretende disputar a eleição municipal com o pré-candidato a prefeito Wagner Rodrigues.
A reportagem procurou os vereadores, Quevedo e Ventura – além de contatar os respectivos assessores – para confirmar se eles trocaram de partido, porém, não obteve resposta até o fechamento desta edição (terça-feira, às 17h).
Confirmando-se as oito mudanças de partido, a Câmara Municipal passar a ter uma nova composição partidária. O PV, que juntamente com o PSDB, com três vereadores, era o partido com mais cadeiras no Poder Legislativo, ficará sem nenhum representante.
Com a nova composição, o PSDB passa a ter quatro integrantes: Abreu, Alexandre Grandino Teles, Alexandre de Jesus Bossolan e Wladmir Faustino Saporito. Martins, Ventura e Severino Guilherme da Silva representam o PSD.
Três partidos ocupam duas cadeiras cada: o MDB, com Cardoso Júnior e Alves Miguel; o Cidadania, com Ronaldo José da Mota e Fernandes; e o PP, com Quevedo e Rezende.
Com Rocha e Alves, os partidos PSL e PRTB, respectivamente, “entraram” na Câmara Municipal. Sem mudanças, o Podemos, representado por Valdeci Antônio de Proença, e o PT, por Eduardo Dade Sallum, permanecem na Casa de Leis.