Da redação
A companhia de performances ST DNC abriu a temporada 2020 com o documentário cênico “Entre(laços)” e anunciou, nesta semana, que pretende levar a peça para escolas da rede de ensino municipal.
A proposta de encenação fala sobre transtornos psicológicos e teve início em fevereiro de 2019, por meio de uma enquete nas redes sociais, que buscava descobrir artistas que possuem doenças como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, transtorno bipolar e TOC (transtorno obsessivo-compulsivo).
Foram solicitados fotos, depoimentos, relatos, desabafos e conselhos, tornando o espetáculo um “documentário cênico”, no qual os personagens são os próprios artistas que compartilharam as vivências.
De acordo com o diretor do espetáculo, Mat Kaytan, a maioria dos casos de suicídio envolve adolescentes que não fazem tratamento ou não são diagnosticados por um especialista. “Daí a importância de levar a peça às escolas e falar sobre o tema”, diz o diretor.
“O espetáculo tem a proposta de informar e mostrar ao público que quem está passando por um desses transtornos não está sozinho e precisa de um laço afetivo, do apoio da família e amigos para passar por essa fase”, completa.
A companhia ainda não divulgou a data das apresentações, contudo, garante que o projeto deve ser realizado já neste ano.
O diretor ainda informa que a companhia ST está trabalhando no processo de criação de mais dois projetos. O primeiro é um espetáculo de dança que deve dar sequência ao “Bordel El Cabaret” – estreado em 2018.
“A novidade é que, neste novo espetáculo, o público irá escolher o nome em uma enquete no Facebook. Já o outro espetáculo, com a estreia prevista para setembro, será performativo e irá abranger críticas sociais, característica da Cia ST”, revela o diretor.
Ele antecipa que, além disso, a companhia deve iniciar, em breve, o planejamento para a quinta edição do Festival de Movimentos Urbanos de Tatuí “#Movimenta5”. A ST DNC é uma companhia independente que usa o espaço do CEU desde 2015 para ensaios e aulas voluntárias.
A abertura da temporada 2020 aconteceu na sexta-feira da semana passada, 28 de fevereiro, no Centro de Artes e Esportes Unificados “Fotógrafo Victor Hugo da Costa Pires”, o CEU das Artes. A peça atraiu centenas de pessoas e lotou o teatro.
“Durante o processo de criação, eu não esperava que fizesse tanto sucesso com o público. Foi um tiro no escuro, já que a cena final, que é o ápice do espetáculo, são depoimentos reais do próprio elenco e mexe com o psicológico de todos”, diz o diretor.
Kaytan conta que há uma roda de conversa após o espetáculo e que o público se sente à vontade para “desabafar, compartilhando fragilidades e casos de depressão, ansiedade, bipolaridade, síndrome do pânico e TOC”.
“Sem dúvida alguma, esse (as rodas de conversa) tem sido o melhor momento do processo. É ali que temos um resultado positivo e a confirmação de que o nosso objetivo foi concretizado”, conclui o diretor.