Nos três primeiros meses do ano, foram notificados 64 pacientes com suspeita de dengue no município. As informações foram divulgadas na quinta-feira, 4, em relatório da Vigilância Epidemiológica.
De acordo com a coordenadora da VE, enfermeira Rosana Oliveira, dez casos haviam sido identificados como positivos – três classificados como importados, um indeterminado e seis autóctones, contraídos em Tatuí.
Outros 54 casos foram descartados. Contudo, com o foco do mosquito já instalado, o Setor de Combate à Dengue alerta a população para a prevenção e intensifica ações em trabalho conjunto com o Departamento Municipal de Meio Ambiente e a Secretaria da Educação.
Conforme Rosana Alves dos Santos Lopes, coordenadora do SCD, o município está trabalhando com palestras voltadas às crianças que, segundo ela, “são multiplicadoras do conhecimento”.
Depois da palestra feita pelo Meio Ambiente ou pela Educação, os técnicos do SCD visitam as escolas participantes e ressaltam sobre os cuidados.
A coordenadora destaca que uma equipe com 12 agentes de combate à dengue trabalha frequentemente nas ações preventivas e na fiscalização das casas e lotes em toda a extensão territorial do município.
Além disso, em sete unidades básicas de saúde que contam com o programa ESF (Estratégia de Saúde da Família), aproximadamente 45 agentes comunitários revezam o atendimento e também fazem as vistorias nas casas atendidas.
Em todos os meses, o setor identifica os índices de infestação no município e direciona as ações de controle por meio de uma ADL (avaliação de densidade larvária). Além das visitas domiciliares, as atividades incluem orientações em empresas e escolas.
“Contamos com uma equipe que trabalha na fiscalização diária das residências. Além disso, nos bairros onde são encontrados atenuantes para criadouros, há uma intensificação. Nesses locais, os agentes orientam quanto aos cuidados e retornam depois de um tempo, para ver como está”, garantiu.
De acordo com a coordenadora, o setor ainda realiza a operação chamada “bloqueio”, nos bairros em que são identificados casos confirmados de algumas das doenças, ou mesmo quando há suspeitas de contaminação por um dos vírus.
“Nesta ação, os agentes vão naquela região e, no perímetro que compreende a área da suspeita, fazem um bloqueio contra criadouros. Pelo menos 75% dos imóveis são fiscalizados, para garantir a segurança dos moradores”, comentou.
Nas escolas, são realizadas palestras educativas durante todo o ano letivo e, ainda, um teatro para crianças de dois a oito anos. Por meio da peça teatral “Aedes Aegipty – O Mosquito Malvado”, Rosana trabalha com fantoches e aborda o tema de forma lúdica.
“Com o teatro, dá para prender a atenção das crianças, frisando bastante a questão da organização dos ambientes que elas frequentam, seja na casa ou na escola, e a prevenção das doenças”.
“O retorno destas atividades é muito bom. As crianças atuam como fiscalizadores, e, além disso, depois das palestras, os professores continuam com as orientações”, observou.
A coordenadora ressaltou contar com outros setores apoiando as ações de combate ao Aedes aegipty. “Quando o problema é muito grave, a Vigilância Sanitária é acionada e realiza operação conjunta na fiscalização e o Setor de Zoonoses também apoia, fazendo a nebulização dos bairros”, informou.
Rosana salientou que, por meio da “Sala de Situação” (projeto que envolve reuniões periódicas), convocam-se todas as secretarias para formarem parceiros e para que o combate seja mais efetivo.
Em dois anos, o número de casos confirmados de dengue em Tatuí caiu de 127 para 3, conforme levantamento divulgado pelo Setor de Combate à Dengue, da Secretaria Municipal de Saúde. Os índices incluem registros de 2016 até novembro de 2018 e representam queda de 97,6%.
Segundo o setor, em 2016, 546 casos da doença foram notificados como suspeitos, sendo que 127 acabaram confirmados por exames. Deste total, 409 foram descartados, 96, considerados autóctones (contraídos no município), 31, importados e 6, inconclusivos.
No ano seguinte, 2017, o número de casos notificados como suspeitos caiu para 134, sendo somente 6 confirmados (3 autóctones e 3 importados), 2 inconclusivos e 126 descartados.
De janeiro a novembro deste ano, foram notificados 54 casos suspeitos de dengue, sendo que 51 acabaram descartados e 3, confirmados – todos importados -, nos meses de fevereiro, maio e outubro.
Para Rosana, a redução dos casos representa bom índice para o município. Contudo, ela reitera ser importante que a população continue tomando os cuidados necessários para evitar a proliferação do Aedes aegypti, que também é transmissor de outras doenças, como a febre chikungunya, o zika vírus e a febre amarela.
“A população precisa ter consciência de que a gente está lidando com uma espécie que é um vetor de inúmeras doenças e que, por isso, nunca pode parar com os cuidados e com a organização dos ambientes”, orientou Rosana.
Conforme a coordenadora, a melhor forma de combater o Aedes aegypti é eliminar o acúmulo de água parada, em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerante, pneus velhos, vasos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras.
“É importante procurar manter o lugar onde se reside sempre em ordem, com garrafas viradas com a boca para baixo e entulhos em posição vertical. E tomar muito cuidado com os pratinhos de plantas, que até hoje a gente ainda acha larvas nestes locais”, acrescentou.
Rosana enfatiza não existir um bairro com maior incidência de larvas. “Tanto nas vilas, no centro, nos residenciais acontecem casos. Não tem um bairro específico para dizer que, naquele bairro, acontece mais. Quando se trata de foco do mosquito, existe igualdade em toda a cidade. Então, quer dizer que toda a população tem que se conscientizar”, finalizou.