A Polícia Civil solicitou a reconstituição da morte do veterinário Vicente Antônio Elias Júnior, 31, ocorrida há quatro meses, na vicinal que liga Tatuí ao município de Alambari, no Jardim Nossa Senhora de Fátima.
Conforme a defesa da família, o trabalho, que tem o nome técnico de “reprodução simulada dos fatos”, será realizado em duas etapas pelo IC (Instituto de Criminalística) de Itapetininga (SP).
A primeira fase acontece na manhã de quinta-feira, 4, com a participação de testemunhas. Já a segunda etapa será na próxima quarta-feira, 10, com os policiais envolvidos no caso. Advogados de defesa dos acusados e da família do empresário morto devem acompanhar o trabalho do IC.
A reprodução simulada contribuirá para se esclarecer as circunstâncias em que o veterinário foi baleado, em 4 de dezembro de 2018. O empresário – que completaria 32 anos nesta segunda-feira, 1o – estava em frente à porteira do sítio da família, acompanhado de um funcionário e de um adolescente de 16 anos, quando foi abordado e morto.
Conforme constado em boletim de ocorrência, pela Polícia Civil, seis policiais à paisana – sendo quatro investigadores e dois delegados -, distribuídos em três viaturas descaracterizadas, realizavam uma operação, por volta das 19h, a partir de suspeitas de que o local seria usado para receptação de caminhões e carga roubada, quando encontraram o carro da vítima na estrada de terra.
De acordo com a polícia, os agentes teriam se identificado e um deles desceu para falar com os homens. Contudo, o motorista do veículo teria atirado contra a equipe. Com isso, no BO, é descrito ter ocorrido troca de tiros.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, durante a ação, o motorista tentou fugir. Ao acionar a marcha à ré, ele teria atingido uma das viaturas descaracterizadas e, após outra manobra, acabou capotando o carro.
Segundo a polícia, mesmo após o acidente, a vítima teria continuado os disparos de dentro do veículo, permanecendo parcialmente com os membros inferiores para fora, ocasião em que os agentes teriam revidado, efetuando disparos.
Por sua vez, diferentemente da versão dos policiais, a irmã da vítima, Mariah Roberta Camargo Elias, 24, sustentou à imprensa que o irmão não teria atirado.
Segundo ela, o veterinário estava indo ao sítio do pai para tratar do gado, como fazia costumeiramente. Naquela oportunidade, decidiu levar junto o funcionário da família e o adolescente.
No caminho da chácara, a vítima teria percebido três carros atrás dele na estrada, mas continuou o trajeto. As testemunhas sustentaram que os veículos seguiram atrás da vítima até o sítio e o abordaram na entrada do local.
Mariah ainda contesta a informação de que os policiais se identificaram durante a abordagem. Segundo ela, as testemunhas garantem que nenhum dos agentes teria se identificado. Por isso, ela acredita que o irmão se assustou e tentou fugir.
Na data da morte, a Corregedoria e a perícia técnica estiveram no local. As armas utilizadas pelos policiais e pela vítima foram apreendidas e um boletim de ocorrência de homicídio em legítima defesa acabou sendo registrado.