Sarampo

O sarampo é uma doença viral contagiosa e uma das maiores causas de morte entre crianças não vacinadas. As mortes por sarampo no mundo diminuíram em 71% nos últimos anos – de 542 mil, em 2000, para 158 mil, em 2011, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Entretanto, o vírus da doença ainda é comum em muitos países em desenvolvimento, particularmente em regiões da África e da Ásia. O sarampo é uma das doenças que está ressurgindo no país, principalmente pela invasão dos venezuelanos no norte do país, no Amazonas e Roraima, onde têm acontecido casos fatais.

Existe uma vacina efetiva e segura desde os anos 60, mas os surtos continuam a ocorrer devido à quantidade insuficiente de programas de imunização. O sarampo grave é mais comum entre crianças desnutridas, com menos de cinco anos. Pessoas com insuficiência de vitamina A ou com sistemas imunológicos fragilizados pelo vírus HIV ou por outras doenças estão especialmente vulneráveis a contraírem o sarampo.

Causa

O sarampo é causado por um vírus altamente contagioso – 90% das pessoas sem imunidade que compartilham espaços com pessoas contaminadas contraem a doença. O sarampo é transmitido através do contato com gotículas do nariz, da boca ou da garganta da pessoa infectada (perdigotos), quando ela tosse, espirra e respira.

Sintomas

Os sintomas se manifestam entre 10 e 14 dias após a exposição ao vírus e incluem coriza mucopurulenta, tosse, infecção nos olhos, erupção cutânea e febre alta. Três a cinco dias após o início dos sintomas, uma erupção cutânea (vermelhidão no corpo) explode. Geralmente, começa como manchas vermelhas planas no rosto na linha do cabelo e se espalham para o pescoço, tronco, braços, pernas e pés.

Diagnóstico

O diagnóstico clínico do sarampo demanda um histórico de febre de pelo menos três dias e a presença de pelo menos um dos três sintomas: tosse, coriza ou conjuntivite. Grupos de pequenas manchas brancas no interior da boca (na bochecha ao nível do 2º molar), conhecidas como manchas de Koplik (sinal característico da doença), são fundamentais para o diagnóstico. Essas manchas geralmente aparecem dois dias antes da coceira característica do sarampo. É sinal patognomônico (característico) da doença.

Tratamento

Não há tratamento específico para o sarampo. Os pacientes são isolados e tratados por falta de vitamina A, complicações relacionadas com os olhos, estomatite (aftas), desidratação devido à diarreia, falta de proteína e infecções do trato respiratório, como bronquite catarral, otites e broncopneumonia.
A maioria se recupera em duas ou três semanas, mas entre 5% e 20% das pessoas com sarampo morrem, normalmente por causa de complicações graves, como diarreia, desidratação, encefalite (inflamação no cérebro) ou infecções respiratórias (pneumonias).  As crianças que correm o risco de desenvolver desnutrição moderada a grave recebem apoio nutricional e tratamento.

Prevenção

Uma vacina segura e de baixo custo contra o sarampo existe e campanhas de vacinação em larga escala diminuíram drasticamente o número de casos e mortes. Entretanto, a cobertura vacinal continua baixa em países com estruturas de saúde frágeis ou entre pessoas com acesso limitado a serviços de saúde, ou a clínicas particulares, e grandes surtos ainda podem ocorrer.
A vacinação é a melhor forma de proteção contra o sarampo e, mesmo depois que a doença já tenha começado a se espalhar, a vacina ainda pode reduzir o número de casos e mortes. A dificuldade está no fato de pelo menos 95% das pessoas precisarem estar imunizadas para prevenir novos surtos.

A melhor vacina é a tetra viral que protege contra quatro doenças: sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora) e está disponível no Cevac. Pode ser dada em qualquer idade acima de um ano, em adolescentes e adultos também. No Brasil, já temos 822 casos confirmados, conforme fonte em anexo: SVS/MS; FVS/SESAU-AM; dados até 23/07/2018. Fonte: https://www.msf.org.br

* Médico pediatra com título de especialista em pediatria pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e AMB (Associação Médica Brasileira) desde 10/04/1981, membro da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações) e diretor proprietário do Cevac (Centro de Vacinação de Tatuí).