Nesta segunda-feira, 16, o monumento em homenagem a João Baptista Del Fiol, situado na Praça da Matriz, em frente à rua 11 de Agosto, foi retirado para ser o terceiro restaurado pelo artista plástico Claudio Camargo.
Esta é mais uma etapa do projeto de restauração dos monumentos dos músicos de Tatuí, que teve início em outubro do ano passado, pela Prefeitura, por meio das Secretarias de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude e de Obras e Infraestrutura.
O projeto conta com apoio financeiro da família Setúbal e a “singularidade relevante do artista plástico e escultor Cláudio Camargo”, conforme divulgado pela assessoria de comunicação da Prefeitura.
O monumento em homenagem ao músico foi inaugurado em comemoração ao centenário de nascimento dele, em 16 de setembro de 2008, quando Del Fiol recebeu homenagens. A cerimônia teve a apresentação da Orquestra de Cordas do Conservatório de Tatuí “João Del Fiol”, criada em homenagem ao músico.
A atual gestão já restaurou os monumentos do “Maestro”, na avenida Coronel Firmo Vieira de Camargo, e o de Bimbo Azevedo, na Praça da Matriz, em frente à casa em que viveu o músico.
João B. Del Fiol
Nascido em Tatuí, no dia 28 de novembro de 1908, filho de Antônio Del Fiol e Cesira Del Fiol, foi casado com Lígia Vieira de Camargo Del Fiol e teve um filho: Firmo Camargo Del Fiol.
Professor, João Del Fiol era autodidata e conhecido pela sonoridade perfeita e grande talento no trato com o instrumento. Dedicou a vida à música e há registros, na história da cidade, de que foi o principal incentivador da instalação do Conservatório em Tatuí.
Foi ele quem solicitou, ao deputado estadual Narciso Pieroni, na década de 50, a ajuda estadual para concretizar a criação de uma pequena escola de música em Tatuí.
Em uma formatura da Escola Industrial, em que estava presente Narciso, Del Fiol levou um pequeno grupo de estudantes, alunos dele, de violino e violoncelo, para tocarem, “fazendo com que Pieroni ficasse bastante entusiasmado, pois não esperava ouvir, em Tatuí, peças de Mozart, Haendel e outros famosos compositores, com desempenho tão soberbo”.
João Del Fiol também tocou nesse dia, ‘de forma brilhante”, a “Área da Quarta Corda”, de Bach. Terminada a festa, foram todos para o Hotel Del Fiol, onde, costumeiramente, reuniam-se as pessoas para conversas.
“Durante o bate-papo, o deputado perguntou o que poderia ser feito por Tatuí. Um dos presentes à mesa, João Del Fiol, sugeriu a construção de um Conservatório, e assim nasceu a ideia”, assim como registrado na história da cidade.
A partir daí, em 1951, foi criada a Associação Cultural Pró-Música, com o objetivo de desenvolver a área musical e Tatuí. Durante campanha política, Lucas Nogueira Garcez, que viria a se eleger governador do Estado, comprometeu-se com os políticos locais para que fosse concretizado o Conservatório. E, em 11 de agosto de 1954, ele era instalado.
Antes do Conservatório, a vida musical em Tatuí girava em torno de Del Fiol, Bimbo Azevedo e Nacif Farah. Estes três chegaram a tocar juntos em pequenas orquestras de salão. As melodias eram tocadas no Club Tatuhyense.
João Del Fiol lecionou violoncelo no Conservatório até quase o final da vida. Aos 90 anos, abandonou as aulas em função de problemas de saúde, mas confessava, entre amigos, que sentia muita falta do contato com os jovens músicos. Ele faleceu em 3 de dezembro do ano 2000, aos 92 anos.
Em homenagem a ele, por iniciativa do maestro Antônio Carlos Neves Campos, o Conservatório criou, em seus quadros, a Orquestra de Cordas “João Del Fiol”, que reúne jovens músicos. (Extraído do livro “Ilustres Cidadãos”, 2006, dos jornalistas Renato Ferreira de Camargo e Christian Pereira de Camargo).